Tiago Outeiro, 32 anos, dirige desde 2007, a Unidade de Neurociência Molecular e Celular do Instituto de Medicina Molecular (IMM) da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Trata-se uma equipa de jovens investigadores que está a desenvolver dois projectos dedicados ao estudo da doença de Parkinson, resultante da perda de neurónios em várias zonas do cérebro.
O cientista explicou à Lusa "num deles, estamos a tentar identificar genes que interferem com a formação de formas tóxicas de agregados de proteínas que se encontram na doença de Parkinson". " É um projecto com um potencial muito grande, porque, nesta altura, ainda não sabemos muito bem quais os melhores alvos terapêuticos em que devemos intervir", acrescenta.
O outro projecto consiste na observação da relação ente os mecanismos do envelhecimento e a doença de Parkinson. "Estamos a perceber que alguns genes associados ao envelhecimento têm também um papel fundamental na doença de Parkinson". Este trabalho, iniciado há dois anos, foi galardoado em Praga, no passado fim-de-semana.
"Estamos também a desenvolver modelos animais em que possamos estudar a posição dessas proteínas no cérebro sem ter de sacrificar os animais, utilizando para isso uma técnica chamada microscopia multifotão que estamos a tentar implementar no IMM para continuar os estudos que desenvolvemos em colaboração com grupos nos Estados Unidos e na Inglaterra", acrescenta o cientista. O grupo é financiado pela Fundação Michael J. Fox criada pelo actor canadiano que sofre de Parkinson desde meados dos anos 90.
Após se ter licenciado em Bioquímica na Universidade do Porto, Tiago estudou durante 8 anos nos Estados Unidos, onde se doutorou em Biologia Celular e Molecular no MIT e completou o pós-doutoramento na Harvard Medical School. Regressou a Portugal em 2007 para liderar a Unidade de Neurociência Molecular e Celular.
Tiago Outeiro tem numerosos artigos publicados em revistas científicas internacionais de referência, como a Science, Nature, PNAS ou PloS ONE, e entre os prémios que recebeu conta-se uma "Installation Grant" da EMBO (Organização Europeia de Biologia Molecular), no valor de 250 mil euros, para continuar a estudar as doenças neurodegenerativas, ainda sem cura.
NOTA: Texto baseado na notícia do Púlico Cientista Português investiga origens do Parkinson.
Portugal, os portugueses devem ter orgulho em jovens como este que contribuem para um futuro melhor da população. Há vários, alguns já aqui citados, mas infelizmente, nas datas importantes, não constam das listas dos galardoados e vemos serem condecorados artistas de pouca qualidade, futebolistas, homens do dinheiro, por vezes mal adquirido e políticos.
Um mês e muitos pesadelos depois
Há 1 hora
2 comentários:
Bravo, A.Joãosoares!
Esta atitude enobrece quem investiga e mostra, singelamente, a nobreza de quem publicita.
Vivam os investigadores portugueses.
Viva quem os estimula e promove as suas investigações a caminho de soluções para as doenças neurodegenerativas.
Beijinho terno!
Cara Luísa,
Obrigado pela atenção que dedica a este espaço modesto, mas honesto.
Não sou um demolidor como os politicamente correctos. Quando aponto uma situação que poderia estar melhor é com a intenção de ver corrigidos os seus eventuais erros e defeitos para ficar mais próxima da perfeição. E quando tenho conhecimento de algo que possa aumentar a auto-estima dos portugueses não hesito em correr para o teclado e apontar um bom exemplo que merece ser seguido por uns e apoiados por outros em que está incluído o Poder.
Tenho aqui citado vários jovens prometedores. Portugal, com tais cabeças, não está tão moribundo como se é tentado a pensar ao olhar para as «obras» dos políticos, salvo eventuais excepções.
Um abraço e bom fim-de-semana
João Soares
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