Jorge Sampaio diz aos «agentes políticos» que se devem «deixar de assuntos periféricos». Este desafio que lança ao Parlamento é justificado porque, perante a crise que o país está a atravessar, os portugueses não podem estar satisfeitos com o ambiente crispado entre os agentes políticos, com o seu alheamento dos assuntos essenciais do País, de que é exemplo gritante a demora na substituição do Provedor de Justiça, a leviandade com que se atiram à loucura de investimentos públicos megalómanos sem pensarem no rácio custo-benefícios, para que alertou o Presidente Cavaco Silva. Sem definirem regras a que Bruxelas chama «conjunto de recomendações e boas práticas», ou «código de bem governar» ou «código de conduta», como aqui tem sido sugerido, os legisladores e governantes desperdiçam energias em lutas interpartidárias do alecrim e mangerona, mais preocupados com o sal no pão do que com a eficiência do ensino de civismo e de gestão financeira para o cidadão comum, com a segurança interna, com a eficiência da Justiça traduzida em menos criminalidade violenta, etc.
Uma crise é oportunidade de corrigir procedimentos e comportamentos a fim de se preparar um futuro mais racional e mais consentâneo com o bem-estar da população, mas, infelizmente, não se vêm decisões bem preparadas nesse sentido. Pouco de verdadeiramente positivo tem sido visto, e mesmo as muitas promessas são impensadas e sem garantia segura de virem a contribuir para um futuro mais risonho para a população.
Os conselhos de pessoas bem pensantes, como as citadas, devem ser meditados com profundidade.
quinta-feira, 26 de março de 2009
Políticos, pensem no País
Posted by A. João Soares at 10:42
Labels: custo-eficácia, interesse nacional, prioridades
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4 comentários:
Caro Jorge Soares
Devo andar muito esquecido. Talvez coisas da idade...
Quem é Jorge Sampaio?
Caro Vouga,
A sua memória realmente precisa de um tónico!!! Com tanta paixão incontida pelo Jorge até se esqueceu que o meu nome não é esse!!!
Não pense que o admiro, como se pode concluir de várias cartas aos jornais acerca do hermetismo dos seus discursos. Mas, neste momento a crítica dele aos deputados, em que contam em maioria os do seu partido, deve ser tida em consideração na reconstrução do puzzle da fotografia da situação actual do País. Não é só o Manuel Alegre, e o Mário Soares, e o Henrique Neto e o Víctor Ramalho a criticar a ficção da política actual.
Basta ler a Comunicação Social, coisa de que os do PS parecem não gostar, a começar pelo «malhador».
Um abraço
A. João Soares
Caro João Soares
Em devido tempo respondi ao seu comentário. Mas algo de errado aconteceu, porque nada foi publicado.
Em traços gerais, para lá do pedido de desculpas por me ter enganado no seu nome (ao menos não lhe chamei Mário...), o que disse foi o seguinte:
Jorge Sampaio (JS)faz-me lembrar aqueles generais que, quando estavam no activo, se mantiveram mais mudos que uma múmia paralítica e que depois desataram a falar grosso.
JS, como PR deixou muito a desejar. Nos primeiros tempos limitava-se a um triste "não me pronuncio sobre essa matéria; depois, tornou-se membro activo do "achismo" — por tudo e por nada lá vinha o inefável "acho que" —; por fim, no segundo mandato, avançou corajosamente para o "eu quero", isto e aquilo.
De concreto só executou a manobra ardilosa de acabar com o PSD no Governo. Alguém (ao serviço de quem?)acenou com um tacho na UE a Durão Barroso. E o PR que fêz? Em vez de obrigar o PM a cumprir o seu mandato, lubrificou-lhe o tubo de escape prometendo-lhe que não dissolveria a AR. A seguir, esperou que o PS arrumasse a casa, vendo-se livre do inconsequente Ferro Rodrigues (que seria um PM desastroso). Finalmente, colocou a cereja no cimo do bolo dando om poder a Pinto de Sousa (de alcunha "o engenheiro).
Claro que hoje já não sei quem é JS. Mas a minha memória não é tão curta que me tenha esquecido do que ele fez. É hoje talvez o maior responsável pelo que se está a passar. Não acredito que não soubesse quem era a pérola que protegeu.
Penso que, com esta intervenção, por mais que gostemos dela, JS perdeu uma excelente ocasião de ficar calado.
Caro Vouga,
Tem-me acontecido depois de escrever um comentário, haver algo que me distraia e acabe por não clicar em «publicar» e depois ao limpar o ecrã elimino sem ficar gravado. Devia haver forma de recuperar. Mas desconheço.
Quanto ao seu «amigo» Jorge compreendo e concordo o que aqui escreveu. Falta-nos gente séria, corajosa e competente para fazer análises profundas e correctas sobre o estado do País. Sem um bom diagnóstico do mal e uma correcta terapia, nada será conseguido.
Um abraço
João Soares
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