quarta-feira, 10 de junho de 2009

João Cravinho aconselha o PS

O resultado das eleições para o Parlamento Europeu, não permite que o PS mantenha o rumo anterior, pois constitui um sério aviso que obriga a correcções de rota para evitar maior afundamento do PS e, com ele, do País, que até as próximas legislativas, está dependente das suas decisões. Mas a sensatez aconselha que os golpes de volante devem ser cautelosos para serem eficientes e não ficará mal seguir uma metodologia do género da sugerida em Pensar antes de decidir.

João Cravinho, que já propôs medidas concretas para o combate à corrupção e ao enriquecimento ilícito e que foram desprezadas, por motivos eventualmente óbvios (!), dá agora sugestões ou conselhos ao PS, a fim de evitar uma queda demasiado traumática e lesiva dos interesses nacionais.

Eis o artigo publicado no Público sobre a entrevista que deu à RR:

João Cravinho considera que “o efeito Sócrates só por si já não chega”
10.06.2009 - 12h12 PÚBLICO

O ex-deputado socialista João Cravinho disse hoje à Rádio Renascença que, depois do resultado das eleições europeias, “o efeito Sócrates só por si já não chega” e que este não é o momento para o país se lançar nos grandes investimentos.

Cravinho interpreta que o resultado se explica por uma “vontade de castigar o Governo, uma vontade de assinalar um cartão que, nalguns casos é amarelo e noutros pode ser muito vermelho”.

“O efeito Sócrates só por si já não chega. Isto é talvez a lição do ponto de vista do PS mais importante”, considerou. “Sócrates sozinho já não chega. Tem que estar com mais alguém, vários que dêem a noção de que a política que se vai seguir na próxima legislatura não é a política de um homem só”, afirmou.

Até Outubro, o PS tem de “mudar, de alterar, de ajustar, de modo a não dar a imagem de que, de facto, tudo se resume a Sócrates dentro do Partido Socialista”.

Cravinho alerta para os grandes investimentos

Cravinho defendeu que “o Governo deve reflectir muito profundamente sobre quais são os grandes projectos que deve seguir nos próximos quatro anos”. Tudo porque, disse, “não é altura de comprometer definitivamente o país por dois ou três meses de pura ânsia e sofreguidão num caminho que depois pode ser muito difícil”.

Em causa estão obras públicas como auto-estradas, TGV e o novo aeroporto.

“Um Governo num país democrático não pode fazer quero, posso e mando. Dizer «eu tenho a minha vontade e porque tenho maioria e dentro de duas semanas já não a tenho, vou usá-la hoje para criar obrigações contratualizadas» que, no fundo, se o futuro Governo ou se o país quiser desfazê-las então paga um balúrdio tal que, aí sim, coloca o país de tanga”.

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