A procura da verdade exige saber e sensatez
(Public em O DIABO nº 2255 de 20-03-2020, pág 16)
A difusão de palavras, de ideias, de doutrinas, não é suficiente para convencer pensadores ávidos do conhecimento e da verdade e, por maioria de razão, para esclarecer as pessoas menos sabedoras. É certo, porém, que os menos conhecedores e mais carecidos de inteligência podem ser enganados e iludidos, temporariamente, mas depressa se poderão mudar para outro propagandista ou falso profeta.
Ora, se não bastam palavras, ideias ou doutrinas para convencer as pessoas, de que maneira se devem conduzir estas a aderir a uma corrente de pensamento ou a uma doutrina científica ou social? Há argumentos imbatíveis: os da realidade, da verdade dos factos, das realizações claras e iniludíveis que não podem ser desmentidas. Perante isso, os nossos políticos, principalmente alguns jovens, pouco documentados de forma multifacetada, que procuram destruir os feitos dos nossos heróis históricos, os valores do nosso passado nacional, e pretendem baralhar os espíritos mal preparados sobre género, racismo, escravatura e sobre falácias “doutrinárias” sobre direitos, estão condenados ao insucesso e ao descrédito, sem o futuro que ambicionam.
Por exemplo, em vez de usar palavras, ideias e opiniões sobre a diferença entre os últimos 45 anos e igual período imediatamente anterior, será mais convincente preparar uma lista verdadeira das realizações concretizadas em cada um dos períodos, em obras públicas, de interesse nacional, das reformas efectuadas nos principais serviços públicos de defesa, de segurança, de saúde, de justiça, etc. E, depois, podem fazer-se comparações verdadeiras e honestas, com base em decisões, acções, realizações, e evitar palavras balofas e intencionalmente enganadoras.
Para se formarem opiniões bem estruturadas e fundamentadas é indispensável ter em consideração todos os aspectos reais, aceitando cada caso na sua individualidade, sem desprezar pormenores, porque cada facto tem a sua particularidade, devendo ser considerado diferente dos outros. Tal como cada pessoa tem o seu ADN próprio, também as realidades materiais e sociais são diferentes, e devem ser aceites tal como são, com vantagens e inconvenientes, embora as diferenças possam ser tomadas em apreço quando decidido o seu aproveitamento. Esta realidade é tida em consideração na preparação da decisão, no momento em que se faz a listagem de possíveis soluções, sem desprezar as que possam parecer disparatadas; como dizia um grande mestre aos seus instruendos e, depois, colaboradores, “durante 5 minutos a asneira é livre”. Mas ao analisar cada uma, respeitando as suas características, a maior parte das possíveis hipóteses é afastada para se escolher a que contém mais vantagens e menos inconvenientes, e que garanta a melhor eficiência na acção a desenvolver.
Na escolha da modalidade ou de qualquer das suas particularidades há que fazer um esforço para evitar cair na tentação da precipitação em defesa de um ou outro pormenor, porque tal imponderação é própria de ignorantes que se consideram possuidores da verdade. O sábio só tem dúvidas enquanto o ignorante só tem “certezas”, mesmo que ao ser perguntado por argumentos não vá além de “porque sim”. As dúvidas têm a força de exigir mais análise e estudo, aspectos que definem a busca de sabedoria que caracteriza o sábio. O comportamento mais positivo nos variados aspectos da vida ou da realidade assenta na ponderada procura da verdade, isto é, na atenção dada a todos os pormenores, não menosprezando nenhum, a fim de a decisão nada ter de casual e assentar em bases concretas. Mas, mesmo assim, nada deve ser considerado definitivo, porque na natureza tudo muda e, após a decisão, não se deve ficar surpreso quando surgir necessidade de pequenos ajustamentos, normalmente devidos a alterações ambientais que valorizam mais um factor do que outro. Enfim: penso, logo existo; observo, logo aprendo.
Ao meditarmos neste tema devemos recordar a “decisão” de mudar o Infarmed de Lisboa para o Porto, depois anulada, a decisão de construir o terminal de contentores no Barreiro, já anulada, as sucessivas tentativas de reforçar o aeroporto de Lisboa com solução na Ota, em Alcochete, em Alverca, no Montijo, em Beja. Se não houver uma decisão válida, ainda podemos ver a interdição do aeroporto de Lisboa que está a lesar seriamente os seus moradores por ser a 2ª cidade europeia martirizada pelos ruídos dos aviões nas descolagens. ■
quinta-feira, 19 de março de 2020
A PROCURA DA VERDADE EXIGE SABER E SENSATEZ
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A. João Soares
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terça-feira, 24 de julho de 2018
SENSATEZ, LÓGICA E MÉTODO
Sensatez, lógica e método
(Publicado no Semanário O DIABO em 24 de Julho de 2018)
A vida real oferece lições que não devemos desperdiçar: casos como o dos rapazes bloqueados em gruta na Tailândia, o da crise do Sporting e a falhada tentativa de eliminar as touradas mostram que, ao decidir uma acção vistosa, é indispensável utilizar os ensinamentos da vida para a preparação da decisão. É conveniente não deixar de usar sensatez, uma finalidade bem ponderada, uma lógica assente na análise das vantagens e inconvenientes e uma estratégia correcta no percurso desde o ponto de partida até ao objectivo.
Ser lunático, utópico ou sonhador, é aceitável quando se é coerente consigo próprio, com a natureza e com um futuro melhor. Foi com base em sonhos lunáticos que se realizaram grandes passos em frente ao longo da história da ciência, da tecnologia, da arte, etc., mas a concretização prática foi obtida por técnicos pragmáticos bons conhecedores das realidades e das ferramentas de trabalho para darem à ideia um plano e um projecto realista.
Infelizmente, o mundo tem sofrido as consequências de aventuras fúteis e precipitadas por entusiasmos de pessoas, com poder, que se consideraram competentes e detentoras de toda a verdade e saber e cometeram erros graves cuja recuperação teve que ser demorada e com muitos danos para a Humanidade. O caso da gruta na Tailândia pode ter resultado de curiosidade, mais ou menos científica, ou colectiva ou apenas do treinador que induziu os seus discípulos a uma situação irreflectida e com riscos incompatíveis com as suas capacidades de solucionar. Felizmente para eles, tudo acabou bem, mas deixaram a lição de que aventuras deste género devem ser tomadas apenas por grupos de dois ou três, tendo atrás um apoio para socorro imediato no caso de dificuldade inesperada.
O caso do Sporting Club de Portugal foi grave e inconveniente, lesando a sua história relevante, não apenas na imagem, mas também nos próximos resultados. Estiveram em foco a falta de sensatez, de ponderação, de lógica, sem método nem finalidade racional e coerente, que alguns jornalistas apelidaram de loucura. Os conflitos geradores de hostilidades entre pessoas que devem usar convergência de esforços, são de evitar a todo o custo, para não estragar o espírito de equipa. O consenso deve ser a ferramenta a usar com lealdade e espírito construtivo para conseguir o maior êxito do trabalho conjunto. O respeito pelos outros e a vontade de obter vitórias devem ser desenvolvidos em permanência no espírito de todos os elementos de um clube.
Quanto à tentativa de acabar com o espectáculo das touradas, foi mais um exemplo da mentalidade de políticos que se consideram donos de todo o bom senso e querem impor ao povo as suas idiotices, custe a quem custar. A vida não pode ser gerida por caprichos. Tive animais domésticos e gosto de todos os animais, como se deduz do texto publicado recentemente, “Os ‘ditos irracionais’ e nós”, mas discordo que se faça a antropomorfização dos animais. Cada macaco em seu galho. Se se pretende chegar ao ponto de proibir as pessoas de se alimentarem de carne para não sacrificar a vida de animais, como se vai condenar o leão que come a zebra, ou outros animais carnívoros que seguem as forças da natureza para se alimentar? E qual é o bom senso de um político que quer proibir a tourada, divertimento do touro que nela mostra a sua valentia e combatividade, mas ignora o sacrifício de muitos desportistas que arriscam a vida para vencer uma prova? E que preocupação sente pelas pessoas que vivem com grandes dificuldades de subsistência? Devem ser escolhidos objectivos de VALOR, com SENSATEZ, e procurar concretizá-los com LÓGICA e MÉTODO. ■
António João Soares
17 de Julho de 2018
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terça-feira, 14 de fevereiro de 2017
TRUMP QUER LUTAR CONTRA O TEMPO
Trump quer lutar contra o tempo
(Publicado em O DIABO de 14 de Fevereiro de 2017)
Trump está a tentar cumprir aquilo que prometeu na campanha eleitoral. Mas nem parece que a sua actividade tenha sido a «construção civil». Ninguém que deseje construir um palacete, o pode ver pronto a habitar no dia seguinte a ter manifestado tal desejo, mesmo que o tenha escrito em papel e assinado com caneta de feltro bem visível perante a câmara e vídeo. Com efeito, desde o momento em que a intenção é formulada, há muitos passos a dar para ser atingido o objectivo, desde a escolha do local, a elaboração dos estudos e planos até à entrega da chave, há muitos e diversificados trabalhos a levar cabo. As fases intermédias, ou objectivos parciais, são entregues a técnicos especializados – arquitectos, engenheiros, estocadores, pintores etc – cujo trabalho deve ser acompanhado e sujeito a observações e opiniões do patrão. Este deve abster-se de querer inserir o mobiliário antes do momento adequado e, só nessa altura deve, fazer a escolha das ofertas de mercado que lhe agradam e recusar as outras. É preciso dar tempo ao tempo e não baralhar tudo a fim de evitar fazer trampa.
Ora ele, parece querer resolver cada uma das suas intenções, apenas com o efeito milagroso e um papel assinado com pompa e circunstância, no seu gabinete, perante o operador de vídeo, mostrando para a máquina a sua assinatura bem vistosa.
Para um gestor competente, com sentido da responsabilidade, isso pode ser apenas o sinal de partida para uma longa maratona. Sem serem criadas as necessárias e adequadas condições, sem ser preparado o pessoal que vai ter de agir de forma diferente daquela a que está habituado, e sem conquistar a aceitação e a adesão das pessoas que vão ser atingidas pelos efeitos da mudança, dificilmente podem ser esperados os melhores resultados.
As reacções já visíveis em determinados sectores, não apenas nacionais, mas também de muitas partes do globo prenunciam as dificuldades que advirão de decisões complexas e precipitadas sem a adequada ponderação e busca da melhor alternativa. A forma como um seu admirador agiu contra uma mesquita de Quebec, pode ser considerado o primeiro sinal, e muito preocupante, do ambiente de confusão criado.
Sobre a preparação da decisão, sugiro a leitura do texto publicado no jornal «O DIABO» em 27-09-2016. A metodologia nele apontada aplica-se a todo o tipo de decisões e é imprescindível naquelas que irão afectar a actividade de muita gente e de vários países. Desde a adopção de uma intenção até iniciar a acção para a sua concretização há um cuidadoso e meticuloso trabalho mental, burocrático e de contactos com pessoas, directa ou indirectamente, atingidos, a elaborar.
Também se relaciona com este tema o texto «promessas e decisões anunciadas precocemente» publicado em O DIABO de 18 de Outubro de 2016, em que se mostra a vantagem de as coisas não serem publicitadas, antes de estarem bem definidas e ponderadas, para não exigirem recuos desvantajosos para o prestígio e a imagem do decisor.
Não é por acaso que, num alto cargo, o responsável dispõe de uma equipa, que pode ser muito numerosa e diversificada, para colaborar na formulação de todo o trabalho antes de a decisão saltar para o público. Isso mostra bem que a decisão a esse nível não constitui uma obrigação pessoal, prepotente, autoritária, por capricho, sem atender aos pareceres de colaboradores. Não se pode aplicar uma norma do tipo «quero, posso e mando».
A João Soares
O7.02.2017
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quarta-feira, 19 de outubro de 2016
PROMESSAS E DECISÔES ANUNCIADAS PRECOCEMENTE
Promessas e decisões anunciadas precocemente
(Publicado em O DIABO de 18 de Outubro de 2016)
Por vezes, deparam-se situações em que, talvez, a ansiedade de transmitir esperança, afecto e apoio espiritual, leve pessoas, ocupando cargos de grande responsabilidade, a cometer erros gravíssimos de difusão de promessas que «garantem» e «asseguram» mas que não são mais do que impulsos, caprichos, intenções, que não passaram pelo estudo e análise como preconiza a metodologia referida no texto «preparar a decisão» publicado em O Diabo de 27 de Setembro. Aquela ou outra metodologia parecida mostra que a elaboração da decisão é um processo mental sem rigor suficiente para garantir seja o que for, mas com a consistência necessária para procurar a melhor solução, sem desprezar apoios de opiniões, sugestões e propostas de quem conheça a complexidade do problema e possa contribuir para que a decisão seja inteligente, racional, lógica e realmente bem adequada ao assunto a resolver. Recordo que, na fase da elaboração da lista de soluções possíveis, o falecido General Betencourt Rodrigues costumava dizer «agora, durante cinco minutos, a asneira é livre».
Em fases do estudo, como esta, não convém que saia a público uma das «asneiras» do gosto do orador e que a prometa, assegure e garanta. Houve recentemente, acerca da preparação do orçamento, afirmações contraditórias de membros do Governo com alta responsabilidade sobre medidas que iriam ser tomadas. Isto descredibiliza as pessoas que, depois, dificilmente se podem fazer acreditar.
No texto «amar Portugal sem submissão a partido» publicado em O Diabo de 4 de outubro, sugeria-se a colaboração de grupos de pessoas esclarecidas, de diversas cores, para, em gabinete fechado, procederem a análises imparciais, centradas no interesse nacional, a fim de procurar as melhores estratégias e tácticas para construir o futuro do Pais. Nenhuma afirmação proferida em tal ambiente deve ser afirmada em público por um governante, como promessa garantida, para que depois não venha outro membro do mesmo governo afirmar coisa diferente sobre o mesmo assunto.
Perante tal linguajar, o povo, se tal hipótese o beneficia, reagirá com apoio e cria uma esperança, mais ou menos eufórica que, no caso de não vir a concretizar-se pode dar para o outro lado, dar para o torto. Também os insatisfeitos com a hipótese desenvolverão pressões que, depois, dificultarão a vida de quem tem que governar todos. Por isso, há que evitar referir aquilo que ainda está em estudo, como sendo uma coisa garantida e segura.
Não é oportuno listar todos os casos de contradições e negações recentes, porque entretanto tudo consta já no projecto de Orçamento, aprovado por Conselho de Ministros depois de todos os retoques que foram julgados convenientes. Mas, atenção, que nunca agradará a todos.
E há uma reflexão que já foi referida algumas vezes. Se o orçamento é um programa de gestão em que constam as despesas e investimentos a realizar com as receitas disponíveis, em que a diferença entre as somas de umas e de outras deve ser ZERO, porque se prevê antecipadamente que haja um défice? Seria preferível que houvesse um superávite. Essa é a regra das contas familiares em que deve procurar-se, sempre que possível, uma poupança. O défice que a própria UE aceita e ao qual estabelece limite, é um gerador de dívida que crescerá até a um momento impossível de tolerar. Triste herança se está a preparar para os vindouros. Que ideia terão, acerca do défice e da dívida, os altos ocupantes da liderança da UE?
A João Soares
12-10-2016
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quinta-feira, 24 de dezembro de 2015
OPOSIÇÃO DEVE MOSTRAR VALOR E AMOR A PORTUGAL
Continuo a afirmar a minha independência em relação a partidos e a colocar acima de tudo os interesses de Portugal, pelo que elogio o que me parece positivo e critico construtivamente aquilo que devia ter sido melhor. Por isso, não sou troca-tintas, depois de muito ter criticado Passos, vir dizer agora que acho bem que tenha acalmado os seus correlegionários mais exaltados e exagerados oposicionistas.
Qualquer bom português deseja que o Governo «resolva os problemas mais relevantes» e contribua no seu dia-a-dia para que esse objectivo seja alcançado com eficiência, para bem da qualidade de vida dos portugueses. Quando atribuo esse dever a todos os portugueses, incluo, logicamente, os dos partidos da oposição que devem evidenciar valor para tomar decisões importantes e grande amor a Portugal, para bem dos portugueses. Se Passos exagera na sua autopropaganda, é sensato nos conselhos que dá a Marco António, a Montenegro e a outros vivaços, pois «É ALTURA DE DEIXAR GOVERNAR». http://observador.pt/2015/12/24/mensagem-natal-passos-coelho-altura-deixar-governar/ Sobre o desempenho do papel da oposição já publiquei uma reflexão em «OPOSIÇÃO PRETENDE SER GOVERNO» http://joaobarbeita.blogspot.pt/2015/10/oposicao-pretende-ser-governo.html
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domingo, 6 de abril de 2014
COMO SE DOMINA A FERA
Uma lição para os do Poder:
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A. João Soares
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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
A CARREIRA ACIMA DO ESTADO
Um conhecido dirigente político que, se às vezes é demasiado ousado e incisivo, outras vezes diz coisas que são aceitáveis por qualquer dos seus opositores, disse que Muitos governantes pensam primeiro 'na sua carreira'.
Mas uma observação cuidada e sem partidarismo mostra que não serão apenas «alguns governantes». Talvez sejam quase todos e, não só os do Governo mas também os deputados e os jotinhas, dão prioridade à segurança e ao sucesso da carreira. Recordo o post Carreira política que dá uma ideia como as «vocações» são iniciadas e com que motivação.
Repare-se que na votação do referendo sobre coadopção, os deputados do PSD, salvo uma honrosa excepção, a de Teresa Leal Coelho, submeteram-se à «disciplina de voto» embora alguns tivessem entregue declaração de voto. Estes, apesar de não concordarem, optaram por violar a sua própria consciência para não colocar em jogo a sua qualidade de deputados, a sua carreira política.
Depois disso como de outros factos fica a dúvida sobre as mãos em que está o destino de Portugal, quem está disposto a fazer um esforço, a sacrificar uns minutos de reflexão em benefício de Portugal, dos portugueses.
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sábado, 18 de janeiro de 2014
QUEM SÃO OS POLÍTICOS DO PSD ???
A interrogação do título não tem resposta fácil. Ali encontram-se, certamente, pessoas de grande dignidade, e alguns de má qualificação, atraídos apenas pela ambição do enriquecimento fácil, rápido e por qualquer forma, servindo-se de qualquer pretexto para obter notoriedade e imagem pública. Não gosto de citar nomes, mas são demasiado conhecidos autarcas sem escrúpulos, indivíduos ligados ao BPN e ao BPP, aos terrenos em Oeiras destinados à expropriação para um futuro IPO, etc.
O que agora está a dar mais que falar é o caso da aprovação de proposta para referendo da co-adopção, em que, apesar da imposição de disciplina de voto na bancada parlamentar, houve «vários parlamentares sociais-democratas que deram a conhecer a intenção de apresentarem uma declaração de voto, o que traduz bem a divisão no seio do partido face a este tema». Mas tal declaração nada abona depois de terem mostrado falta de dignidade e de personalidade votando contra as suas convicções, num tema que não põe em jogo interesses nacionais ou sentido de Estado, só para não perder o «tacho». Há o caso excepcional de «Teresa Leal Coelho que se demitiu do cargo de vice-presidente do grupo parlamentar do PSD» para não ficar mal com a sua consciência.
O que agora aconteceu com militantes do PSD não é caso único. Já em 1981, os jovens pepedistas, com medo de se arriscarem em missões militares, propuseram um estatuto de objecção de consciência.
Nessa altura, quando no MDN estava em preparação a análise de tal proposta da juventude social-democrata, o então ministro da Defesa, Freitas do Amaral, promoveu uma reunião com os mais altos dirigentes dos partidos a fim de o assunto ser decidido por forma consensual. Nessa reunião, Álvaro Cunhal afirmou claramente que «a defesa de Portugal é dever de todos os portugueses» o que foi uma boa lição de patriotismo.
A evidenciar pouco sentido responsabilidade, em meados de Março de 2010 o Congresso do PSD acabou da pior maneira possível. Acabou com a «Lei da rolha» que foi aprovada por unanimidade, mas os congressistas, ao chegarem à rua, pensaram e arrependeram-se. Ao verificarem que, distraidamente, tinham aprovado,.por unanimidade, para os seus próprios estatutos uma abjecta restrição aos mais elementares valores da política e da liberdade de expressão.
E, agora, surge o caso da ideia peregrina de uns «boys» da jota com o referendo, como se o País estivesse a necessitar disso com prioridade sobre a reforma do Ensino, da Saúde , da máquina administrativa, do corte do excesso de gorduras que reforçam a crise e alimentam a burocracia e a corrupção, Como se não fosse mais urgente o combate à corrupção, ao tráfico de influências, ao enriquecimento ilícito, às negociatas, à promiscuidade entre interesse público e privado, compadrio, clientelismo, etc.
Por isso se compreende a expressão de Pacheco Pereira: “O país em que vivemos é um país irrespirável para uma pessoa honesta”. E o post QUEM CUIDARÁ DO FUTURO DE PORTUGAL .
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A. João Soares
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quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
IDOLATRIA MODERNA OU AUSÊNCIA DE SENSO
O poema de Zélia Chamusca intitulado Como se cria um ídolo
recebeu um comentário que por merecer reflexão se transcreve:
Com a proliferação de ídolos, embora efémeros, estamos a regredir para a mais antiga fase da humanidade em que eram criados ídolos e deuses para satisfazer ignorantes e apaziguar espíritos sem informação sobre as realidades circundantes, tendo-se desenvolvido o politeísmo que consistia na adoração de um Deus para cada problema que o homem não percebia, o sol, o mar a lua, o vento a trovoada, etc . Mas o mundo foi evoluindo e a ciência foi dando respostas a muitas dúvidas e, então, surgiu o monoteísmo.
Porém, hoje parece estarmos em regressão e adoram-se muitos ídolos efémeros, desde o dinheiro ao objecto tecnológico com mais capacidades que os anteriores, ao dinheiro, às pessoas que se destacam em actividades populares, mesmo que sem significado cultural e sem contributo para o desenvolvimento mental e científico, como o futebol e os espectáculos alienantes.
O Papa Francisco tem-se referido muitas vezes a esse retrocesso cultural e civilizacional, que denominou culto dos ídolos efémeros que impedem o relacionamento construtivo com os familiares, colegas e vizinhos, e por vezes criam separações e conflitos clubísticos e obscurantismo aproveitado por grupos e indivíduos que, depois, se servem da deficiente formação e informação das massas populares que são arrastadas atrás de palavras como, por exemplo, liberdade democracia.
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quinta-feira, 28 de novembro de 2013
VERDADE REDUNDANTE E AMEAÇADORA
Depois dos erros do PREC, temos vindo a regredir e a situação actual é o resultado dessa marcha orientada para a desgraça. E, nos dois últimos anos, a velocidade aumentou contra toda a lógica e contra a própria Constituição. A promessa «irrevogável» de que o País não vai parar nesta corrida degradante, é sinal de que, em breve, estaremos no fundo do abismo sem possibilidade de um regresso à dignidade nacional. Será que perderemos a pouca soberania ainda existente e passaremos a ser um protectorado da Europa ou de Angola?
Certamente que a intenção do orador não seria lançar o pânico mas, para o evitar, deveria usar o sistema de pensar antes de falar e deixar de falar tanto para ter tempo de preparar melhor os discursos.
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terça-feira, 19 de novembro de 2013
NÃO TÊM PONTA DE VERGONHA
Extrai-se a última parte do artigo de opinião de Henrique Monteiro, em que parece ter havido gralha na frase que serve de título «Vergonha é o que não falta» e adita-se uma NOTA:
(...)«Jorge Barreto Xavier, secretário de Estado da Cultura, departamento que não tem dinheiro para - como se costuma dizer - mandar cantar um cego e vai cortar 15 milhões de euros em despesas com pessoal, recrutou um 'boy' do PSD para o seu gabinete a quem vai pagar como adjunto. Ou seja, mais de três mil euros, mais do que ganha um director de serviços, ou, como escreve no Expresso João Garcia, "mais que juiz, o mesmo que coronel, o dobro de professor'. Fernanda Cachão ironiza que "afinal há dinheiro" desde que seja "money for the boys".
Mas o melhor, o melhor mesmo é o currículo do adjunto. Tem 24 anos, três workshops no centro de formação de Jornalistas, Cenjor, fez o estágio na Rádio Renascença onde trabalhou oito meses e foi durante cinco meses consultor de comunicação do... PSD! Uau!!
Acresce que Barreto Xavier, antes desta contratação já tinha três adjuntos, sete técnicos especialistas, duas secretárias pessoais, chefe de gabinete, dez técnicos administrativos, três técnicos auxiliares e três motoristas.
Falta dinheiro (salvo para os boys) mas há excesso de descaramento.»(...)
NOTA:
Por melhor que seja a democracia e o regime de mudanças de governos a intervalos regulares, traz, em sociedades de débil preparação CÍVICA, como é a nossa, o inconveniente de, a cada mudança, se substituírem todos os «boys» sentados nas cadeiras pelo governo anterior. Isso fica caríssimo ao dinheiro público, porque os que saem vão para tachos não apenas públicos, mas de instituições a quem fizeram favores e recebem pensões vitalícias (ou mais ou menos).
Por este andar, em breve, estará quase toda a população, que saiba fazer a assinatura, em lugares de pouca ou nenhuma utilidade a comer à sombra do erário. E quem lhes paga? Depois os que pagam não conseguem suportar toda a matilha. Só então, e não estamos longe, se acordará e se limparão as teias de aranha, se deitarão os Miguéis de Vasconcelos à rua, se fará a desinfecção, a desinfestação, a desparasitação, a desratização, a monda, a selecção para purificar o regime. Vai sendo urgente agir em tal sentido.
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segunda-feira, 11 de novembro de 2013
FALAM MUITO E POUCO ACERTAM
Marcelo Rebelo de Sousa. “Os governantes lá fora falam de mais”
Rui Machete. Portugal só evita um novo resgate se juros descerem para 4,5%
Machete irrita governo ao dizer que país só evita novo resgate com juros nos 4,5%
Esta situação pouco edificante mereceu um bom conselho do líder da oposição que insta Passos Coelho a pôr "juízo" nos ministros, embora não ensine a forma de proceder à reeducação dos membros da equipa governamental. Também do economista De Grawe, da London School of Economics, fez o seguinte reparo “O governo magoa a população e sente-se orgulhoso”, que faz recordar que o orgulho, a vaidade e a arrogância, estão sempre a mais, principalmente quando não tem o mínimo fundamento.
Também Moreira da Silva diz ser fundamental compromisso mais amplo, mas não total, o que é uma informação gratuita por todos sabermos que nada se perde, antes pelo contrário, em aumentar a amplitude do compromisso praticamente inexistente, mas o mais curioso é alertar para não ser total. Ora um compromisso total (que nem sequer existe entre todos os militantes do seu partido) equivaleria a uma fusão de partidos, o que seria um grande passo para formalizar a ditadura (possivelmente, desejada por alguns dirigentes da sua área).
Enfim será bom utilizar a regra pensar antes de falar.
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domingo, 3 de novembro de 2013
PULIDO VALENTE ESCLARECE DÚVIDA DE SÓCRATES
José Sócrates disse «não faço ideia porque as pessoas se irritam comigo». É uma questão de incapacidade de avaliar o efeito das suas palavras em quem as ouve. Por exemplo, Vasco Pulido Valente, no artigo transcrito abaixo, apresenta, a «riqueza de vocabulário» com que ele se referiu a outros políticos, incluído do seu governo. Eis o artigo:
Quem quererá, agora, falar com ele?
Público. sexta-feira, 25 Outubro 2013, às 00h00, VASCO PULIDO VALENTE
Para José Sócrates a classificação de quem o contraria é simples. O PSD é um conjunto de "pulhas" e de "filhos da mãe" (calculo que a expressão foi, por assim ...dizer, mais vernácula) e em geral "a Direita é hipócrita". Santana é um "bandalho". Teixeira dos Santos teve "uma atitude horrível connosco", ou seja, com ele. Schäuble, o ministro das Finanças da Alemanha, é um "estupor". E por aí fora. De resto, ele, Sócrates, quando falhou (e, na opinião dele, quase não falhou) não teve nunca a mais vaga responsabilidade ou culpa: a verdade está em que grupos de "pistoleiros", incluindo a Casa Civil do Presidente da República, tentaram sempre impedir que ele governasse e espalharam infames calúnias para "atacar" o seu impoluto "carácter". Apesar de primeiro-ministro, não passou de uma vítima.
Vale a pena repetir o que toda a gente já sabe? Vale, porque este "chefe" (como ele mesmo se descreve) e este acrisolado democrata (como ele se declara) saiu do assento etéreo onde subira, com um saco de ressentimento e ódio, que excede, e excede por muito, o de qualquer político desde que existe um regime representativo em Portugal. Ninguém, por exemplo, disse como ele que não queria voltar a "depender do favor do povo", a quem atribui uma larga parte das suas desventuras. Dar uma réstia de poder a semelhante criatura (visto que Deus não parece preparado para o ungir) seria inaugurar uma campanha de represálias contra Portugal em peso: contra a "aristocracia" do PS (que ele se gaba de ter "vencido"), contra a Direita, contra o velho Cavaco, hoje apático e diminuído, e principalmente contra o povo, que não votou por ele em 2009.
Ora Sócrates, protestando o seu desinteresse pela vida pública e as suas novas tendências para a filosofia, com a convicção de um adolescente analfabeto, só pensa em abrir o caminho para um memorável ajuste de contas. Uma entrevista justificatória na RTP, um programa de "opinião" também na RTP e, agora, o lançamento de um "livro", para inaugurar um estatuto de "intelectual", a que nem sequer faltou Mário Soares, Lula da Silva e uma assistência de "notáveis", seleccionados por convite. O supracitado "livro", absolutamente desnecessário, é de facto uma prova escolar (uma "tese" de mestrado), sem uma ideia original ou sombra de perspicácia, que assenta na larga citação e paráfrase de - vá lá, sejamos generosos - 30 livros, que se usam pelo Ocidente inteiro, e em algumas fantasias francesas (Sciences Po oblige). O extraordinário não é que Sócrates se leve a sério, o extraordinário é que o levem a sério. Mas claro que o "lançamento" não foi de um "livro".
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segunda-feira, 9 de setembro de 2013
PORTUGAL GRATO AO MF GERMÂNICO
Segundo a notícia Schäuble ‘desmente’ Passos e diz que Portugal está a salvo de segundo resgate, os mercados, agitaram-se depois de Passos Coelho ter abordado o cenário de Portugal ter de pedir um segundo resgate em consequência de o Tribunal Constitucional ter chumbado a requalificação da Função Pública. Mas agora, os mercados acalmaram-se depois da declaração de Wolfgang Schäuble, ministro das Finanças alemão, defendendo que Portugal está a salvo de um segundo resgate.
Por vezes há quem, em termos diabólicos, receie que Portugal seja colónia da Alemanha mas, desta vez, verificou-se que o alemão foi melhor defensor dos interesses portugueses do que Passos e que remediou o mal que este gerou na posição da nossa dívida externa.
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domingo, 4 de agosto de 2013
DESCREDIBILIZAÇÃO DOS PARTIDOS
O conhecido jornalista Pedro Baldaia inicia o seu artigo de hoje no DN, «Rioísta me confesso», com a frase «as sondagens desta semana mostram que se acentua a descredibilização dos partidos».
Realmente, desde há muito que são notórios os sintomas de tal fenómeno, como há cerca de um ano ficou sublinhado em Carreira Política. Nesse sentido, o actual ministro dos Negócios Estrangeiros, com a sua larga experiência política, criticou a "podridão dos hábitos políticos". Na mesma ordem de ideias, Rui Rio afirmou que «Se apoiasse Luís Filipe Menezes era hipócrita», embora se trate do candidato do seu partido, e de isso o poder prejudicar nas suas aspirações de «carreira».. A propósito da candidatura á mesma câmara, também o cronista Alberto Gonçalves se refere à polémica entre Rio e Menezes no seu artigo Câmaras escuras.
E sobre o caso concreto das autárquicas do Porto, também o cronista José Mendes, em Que líder para o Porto?, apresenta três hipóteses de perfil para futuro autarca: artista (imaginativo, inspirador, visionário, empreendedor e emotivo), artesão (estável, razoável, sensível, previsível e confiável) e tecnocrata (cerebral, minucioso e intransigente). E aplica estes dotes respectivamente aos candidatos, Menezes, Manuel Pizarro e Rui Moreira.
Perante estes dados caberá aos eleitores escolher em conformidade com os seus sentimentos que mostram, «por um lado, um orgulho quase ostensivo na sua cidade e nos seus valores; e por outro, um lamento pela relevância perdida e pela quase ausência de uma visão de sucesso».
A estes sentimentos, como noutras autarquias, e na totalidade do país, não há esperança nem confiança nos partidos, cujos porta-vozes evidenciam ausência de conhecimento e de sensibilidade para os reais problemas das populações. A «carreira política» parece tê-los conduzido mais para as guerrilhas e intrigas entre partidos e para os objectivos pessoais de criação do máximo de riqueza no mínimo tempo e sem olhar a métodos, do que para a criação de bem-estar para as populações e de crescimento para o País. O escasso sentido de Estado provocou o fracasso do «compromisso para a salvação nacional». A falta de sensatez levou uma entidade muito criativa de vocabulário a cair no erro de reutilizar a maldita expressão de «união nacional».
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quinta-feira, 1 de agosto de 2013
MENEZES COM SENSATEZ DESARMA RIO
Embora não tendo especial consideração pelos políticos, em geral, exceptuando eventuais excepções, aprecio atitudes interessantes, independentemente das pessoas a que se referem. Neste momento admiro a forma, muito correcta como Menezes reagiu ao que sobre ele foi dito por Rui Rio.
Rui Rio demarcou-se da decisão do PSD em apoiar Luís Filipe Menezes à Câmara do Porto, dizendo que, se ganhar a Câmara, Menezes vai destruir tudo o que foi feito.
Afirmou que seria «hipócrita», se apoiasse Menezes, e «oportunista», se ficasse calado só para não afrontar o PSD. «Tenho a obrigação ética de me demarcar muito claramente daquilo que sei que vai destruir tudo o que foi feito [no Porto]. É lamentável que durante 12 anos o PSD tenha dito à população para votar num projecto como o meu e a meio do meu mandato venha dizer 'votem no seu contrário'. Isto descredibiliza os partidos».
Provavelmente, Rio poderá considerar-se com razão para assim falar, mas Menezes foi brilhante, dissociou-se da podridão dos hábitos políticos referida por Rui Machete e mostrou coerência com a sensatez e as palavras do Papa Francisco, ao reagir ao seu camarada de partido.
Luís Menezes afirmou não lhe ter "ódio", mas "respeito", e garantiu que tudo fará "para que termine o mandato com dignidade".
E disse: "Eu, na política, nunca me movimentei pelo ódio pessoal. O ódio cega-nos, torna-nos insensatos, faz-nos mentir, torna-nos por vezes até ridículos. Eu, em relação ao senhor presidente da Câmara do Porto e em relação a qualquer outro político português, não tenho ódio, tenho respeito".
Esta serenidade e auto-controlo arrefece qualquer tipo de hostilidade. É um apelo à paz e à recusa de conflitos, uma lição para as relações entre partidos, entre rivais em campanhas e entre Estados no âmbito internacional.
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terça-feira, 30 de julho de 2013
INJUSTIÇA SOCIAL SEM DISFARCE
Transcrição de artigo seguida de NOTA:
Brincar aos pobrezinhos
Ionline. publicado em 30 Jul 2013 por Nuno Ramos de Almeida, Editor-executivo.
O governo garante que a economia está muito melhor e no sapatinho tem algumas prendas: 4,7 mil milhões de cortes nas despesas do Estado e a diminuição do IRC.
Cristina Espírito Santo, filha de um administrador do BES, confessou, na Revista do "Expresso", que gosta de ir para a herdade da família na Comporta porque é como "brincar aos pobrezinhos".
Infelizmente, a maioria da população portuguesa está condenada a brincar aos pobrezinhos todos os dias. E o governo cada vez nos dá mais coisas para ficarmos imersos no jogo. Nos últimos dois anos, 210 mil dos portugueses mais jovens e preparados foram forçados a sair do país, para fugir a este desafio obrigatório para quem não é familiar de milionário.
Há uns anos, o multimilionário Warren Buffett manifestou-se contra uma sociedade em que os ricos têm a vida resolvida e os pobres a vida condenada. Para Buffet, o direito de herança que faz dos filhos dos ricos ricos e dos pobres pobres significa querer ganhar os Jogos Olímpicos de amanhã com os descendentes da equipa dos jogos de há 40 anos.
Os mecanismos existentes para permitir uma política que contrarie esta situação e dê uma maior igualdade de oportunidades na sociedade passa por uma política fiscal justa que permita a redistribuição de rendimentos e a existência de um Estado social que tenha a educação e a saúde como direitos universais.
Acontece que as políticas neoliberais nos Estados Unidos e as contidas no Memorando da troika fazem da desigualdade fiscal e da destruição do Estado social os seus principais pilares.
Talvez por isso, Warren Buffett assumiu, numa entrevista a CNN, que "há guerra de classes, com certeza, mas é a minha classe, a classe rica, que está a fazer a guerra, e estamos a ganhá-la". Recordou ainda que só paga 17% de impostos, enquanto os seus empregados pagam 33% ou 41%.
A crise tem sido uma verdadeira máquina de guerra a promover o aumento das desigualdades em Portugal e no resto do mundo desenvolvido. No início dos planos da troika calculava-se que - embora a responsabilidade do desastre económico estivesse ligado a um modelo de desregulamentação financeira, a multiplicação de negócios ruinosos com parcerias público-privadas e swaps e à criação de uma moeda única que privilegiou a Alemanha - em cada dez euros retirados para pagar a crise, mais de oito vinham directamente dos bolsos dos trabalhadores por conta de outrem e dos reformados. Esse estudo divulgado pelo "Público" revelava que menos de um euro, desses dez, era pago pelas grandes empresas e pelo capital financeiro.
Como se provou pela situação actual esta política destruiu o emprego e a economia. O que propõe neste momento o governo? Diminuir os impostos das empresas e continuar a fazer suportar a crise apenas por quem trabalha. Afirmam que este choque fiscal vai promover o emprego, quando na prática só é possível gerar empregos se os portugueses tiverem dinheiro para gastar. A esmagadora maioria das nossas empresas trabalha para o mercado interno, e se os trabalhadores continuarem a ter de pagar directamente a crise, essas empresas não vão sobreviver.
Acresce que os cortes previstos de 4,7 mil milhões de euros vão repercutir- -se como cortes nos salários dos trabalhadores. Se os transportes, a saúde, a educação e outros bens de primeira necessidade ficam mais caros, é como se nos tivessem cortado ainda mais os salários.
Aquilo que se está a fazer não é sanear as finanças públicas nem relançar a economia para a maioria das pessoas, mas garantir uma maior fatia na distribuição de rendimentos para uma minoria de privilegiados - aqueles que podem "brincar aos pobrezinhos" na Comporta.
"O capital tem horror à ausência de lucro; quando o capital fareja o lucro torna-se ousado. A 20% fica entusiasmado. A 50% é temerário, a 100% enlouquece à luz de todas as leis humanas e a 300% não recua perante nenhum crime" (Karl Marx, "O Capital").
A crise é uma máquina de guerra e o governo está-se nas tintas para as vítimas.
Editor-executivo.
NOTA. É louvável a franqueza de Warren Buffett. Mas os governantes estão submissos perante as pressões dos ricos. O texto cita Karl Marx, mas temos palavras mais recentes, as do Papa Francisco que mostra grande sensibilidade para a ausência de Justiça Social que começa é visível mesmo nos mais baixos níveis que aceitam as injustiças, muitas vezes, em consequência da propaganda e com a esperança de ser beneficiados pelos «ídolos efémeros».
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domingo, 28 de julho de 2013
FALAR PARA FALAR !!!
Independentemente do termo usado, Esta reiteração do desejo de «união nacional» não está explicada, pois ela não poderá traduzir-se em todo o país começar a aplaudir o PM, mesmo quando a sua inflexibilidade se manifesta por arrogância e teimosia raiando o patológico. União não pode significar que cada cidadão se submeta aos caprichos mal definidos do PM, abdicando do seu próprio conceito de patriotismo e interesses nacionais.
Passos Coelho sempre afirmou guiar-se pelas suas próprias ideias, sem as explicar, «custe o que custar» e afirmou ignorar os sinais de «indignação» dos portugueses expressos através de grandes manifestações ou da greve geral ou de afirmações públicas de parceiros sociais, partidos, etc.
Ora, para haver união tem que haver vontade de aproximação, de sensibilidade para ouvir e sentir o pensamento da população, tal como fez o Papa Francisco ao ir ao encontro da Juventude Mundial e do povo brasileiro. Os governantes, se não encontrarem exemplo melhor, sigam o de Sua Santidade, lendo, ouvindo e meditando as suas palavras difundidas por diversos órgãos de Comunicação Social. E em vez de «união nacional», falem de convergência de todos, amor a Portugal, bem nacional, etc tudo menos despertar fantasmas indesejados.
Seria bom que seguisse os conselhos de colegas de partido, que só falasse quando tivesse algo de importante a dizer, que não fosse apenas palpite ou vago sonho e que, antes de falar, se preparasse bem a fim de evitar banalidades inconsistentes e efémeras que depois não são concretizadas.
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sábado, 29 de junho de 2013
É MUITO CEDO PARA ARRISCAR TANTO
Muitos observadores estranharam que, após dois anos de governação difícil, em constante espiral recessiva e austeridade sucessivamente agravada, Passos Coelho declarasse querer mais seis anos à frente do Governo e que, para isso, quer dar a cara em 2015. Era demasiado cedo para mostrar tal desejo e isso atraiu sobre ele as atenções para todo e qualquer pequeno deslize nas suas palavras e nos seus actos. Seria de esperar a adopção de uma sensatez muito perfeita e vigiada no sentido de pensar previamente ao pormenor cada afirmação.
Por acaso e referente a problema de autarca, José Augusto Rodrigues dos Santos escreveu as seguintes considerações acerca da ética dos políticos: «São raros os homens que encaram a política como missão patriótica, a vivem plenamente em acertos e desacertos e que regressam à sua vida anterior como o guerreiro regressa a casa depois de muitas guerras» Na generalidade, com casos mais ou menos agudos, trata-se de indivíduos ambiciosos de poder e de visibilidade que «não sabem, nem ninguém lhes disse, que não existem políticos providenciais tal como não existem homens insubstituíveis»… «Custa-lhes regressar ao anonimato pois, quais viciados em mediatismo, não conseguem ser felizes sem as luzes da ribalta a iluminar-lhes os passos».
E, curiosamente, ao invés da sensatez acima referida e das qualidades desejáveis num político conforme expressa Rodrigues dos Santos, Passos Coelho atirou para os cidadãos menos atentos e mais avessos à filtragem das mensagens que lhes chegam, as seguintes atoardas semelhantes a muitas outras que, nos passados dois anos, o desacreditaram por virem a ser contraditadas pelas realidades advindas. Disse que a recessão em Portugal está a abrandar e que meta do défice é perfeitamente alcançável.
Não parece prudente dar esta «informação», devido ao perigo de a meta não poder ser alcançada, e se isso acontecer que desculpa espera dar ao povo de modo a que ele a aceite? E quais serão os efeitos na sua desejada corrida aos mais seis anos?
Tais afirmações feitas com intenção de gerar confiança e atrair adeptos, embora contra a seriedade, a moral e a ética, são frequentes em campanha eleitoral, em que possivelmente Passos Coelho já se sente, mas, no seu caso real, a campanha está muito distante e entretanto pode ser destruído pela «nudez crua da verdade» a que pode vir a estar exposto
Não convém arriscar demasiado quando não for o momento correcto nem previsível a utilidade.
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quinta-feira, 20 de junho de 2013
O BOM POLÍTICO OUVE O POVO
Das manifestações populares ocorridas em S Paulo e no Rio de Janeiro, chegam várias notícias. Delas convém não desprezar as que se referem à posição da Presdente da Repúblicae chefe de Governo: Dilma está atenta às reivindicações dos brasileiros e aquela em que evidencia a sua posição democrática perante a expressão do desagrado popular Dilma Rousseff diz que manifestações pacíficas são «legítimas».
Esta prática dos conceitos democráticos é para nós uma surpresa por estarmos habituados a comportamentos opostos, quando verificamos que, pelo contrário, Passos Coelho tem afirmado arrogantemente que não tem medo dos portugueses nem se deixa impressionar por manifestações nem cede a pressões, e avança com a sua ideia «custe o que custar».
Onde está a democracia? Afinal o que é uma ditadura? Democracia não pode resumir-se a eleições de quatro em quatro anos para os eleitores, depois de semanas de intoxicação com falácias, ser colocado perante a escolha entre listas em que constam nomes que desconhece totalmente. Estamos a necessitar de uma «excelentíssima reforma», a começar pelas mentalidades dos políticos e das funções dos partidos.
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