sexta-feira, 24 de julho de 2009

Economia com verdade ao serviço da caridade

Numa época em que estão muito esquecidos os valores da verdade, da solidariedade social da procura da perfeição, hoje mais designada por excelência, faz bem encontrar umas pílulas de sabedoria humana que levem as pessoas a olhar com mais atenção os outros do que o próprio umbigo. Por isso não quero perder a oportunidade de transcrever este artigo do Povo.

Verdade
João César das Neves

O Papa Bento XVI publicou há pouco a sua terceira encíclica. O tema não é espiritual, como compete a líder religioso, mas económico. Este facto é chocante. A economia é a coisa mais negativa, maldosa, suja do nosso tempo. Aí estão todos os escândalos, misérias e crises da actualidade. O passado temia bárbaros, pestes, feiticeiros; hoje o mal é financeiro, político, empresarial. Sobre isto, que tem a dizer um homem de Deus, um guia espiritual?

"O amor -«caritas»- é uma força extraordinária, que impele as pessoas a comprometerem-se, com coragem e generosidade, no campo da justiça e da paz."(1).

Falar de caridade no meio da globalização e euforia bolsista, dos casos Madoff e BPN parece sarcasmo amargo. O Papa tem consciência do problema: "Estou ciente dos desvios e esvaziamento de sentido que a caridade não cessa de enfrentar (...) Nos âmbitos social, jurídico, cultural, político e económico, ou seja, nos contextos mais expostos a tal perigo, não é difícil ouvir declarar a sua irrelevância para interpretar e orientar as responsabilidades morais. Daqui a necessidade de conjugar a caridade com a verdade (...) A verdade há-de ser procurada, encontrada e expressa na «economia» da caridade, mas esta por sua vez há-de ser compreendida, avaliada e praticada sob a luz da verdade"(2).

A encíclica do Papa é uma visão nova e refrescante sobre os estafados debates do quotidiano. A solução que apresenta é simples: ser santo todos os dias: "Cada um encontra o bem próprio, aderindo ao projecto que Deus tem para ele a fim de o realizar plenamente"(1).

João César das Neves | naohaalmocosgratis@fcee.ucp.pt

2 comentários:

Leonor Varela disse...

Quando na nossa vida uma porta da felicidade se fecha, outra se abre, mas frequentemente perdemos tanto tempo a olhar para a porta que se fechou que nem reparamos que uma outra se abriu .

Bom inicio de semana
beijos

A. João Soares disse...

Cara Princesa,

Concordo com essa filosofia. Para sermos felizes temos que viver plenamente agora, no momento presente, com espírito positivo e optimismo controlado, atentos ao que se passa, para não perdermos tempo a deparar com a porta que se abre.
Infelizmente, há muitos portugueses que preferem passar o tempo a lamuriar, a lamentar o passado e o presente em vez de viverem activamente, atentos a possibilidades de êxito pessoal em conformidade com os valores éticos mais significativos.
Cumprimentos
João