A procura da verdade exige saber e sensatez
(Public em O DIABO nº 2255 de 20-03-2020, pág 16)
A difusão de palavras, de ideias, de doutrinas, não é suficiente para convencer pensadores ávidos do conhecimento e da verdade e, por maioria de razão, para esclarecer as pessoas menos sabedoras. É certo, porém, que os menos conhecedores e mais carecidos de inteligência podem ser enganados e iludidos, temporariamente, mas depressa se poderão mudar para outro propagandista ou falso profeta.
Ora, se não bastam palavras, ideias ou doutrinas para convencer as pessoas, de que maneira se devem conduzir estas a aderir a uma corrente de pensamento ou a uma doutrina científica ou social? Há argumentos imbatíveis: os da realidade, da verdade dos factos, das realizações claras e iniludíveis que não podem ser desmentidas. Perante isso, os nossos políticos, principalmente alguns jovens, pouco documentados de forma multifacetada, que procuram destruir os feitos dos nossos heróis históricos, os valores do nosso passado nacional, e pretendem baralhar os espíritos mal preparados sobre género, racismo, escravatura e sobre falácias “doutrinárias” sobre direitos, estão condenados ao insucesso e ao descrédito, sem o futuro que ambicionam.
Por exemplo, em vez de usar palavras, ideias e opiniões sobre a diferença entre os últimos 45 anos e igual período imediatamente anterior, será mais convincente preparar uma lista verdadeira das realizações concretizadas em cada um dos períodos, em obras públicas, de interesse nacional, das reformas efectuadas nos principais serviços públicos de defesa, de segurança, de saúde, de justiça, etc. E, depois, podem fazer-se comparações verdadeiras e honestas, com base em decisões, acções, realizações, e evitar palavras balofas e intencionalmente enganadoras.
Para se formarem opiniões bem estruturadas e fundamentadas é indispensável ter em consideração todos os aspectos reais, aceitando cada caso na sua individualidade, sem desprezar pormenores, porque cada facto tem a sua particularidade, devendo ser considerado diferente dos outros. Tal como cada pessoa tem o seu ADN próprio, também as realidades materiais e sociais são diferentes, e devem ser aceites tal como são, com vantagens e inconvenientes, embora as diferenças possam ser tomadas em apreço quando decidido o seu aproveitamento. Esta realidade é tida em consideração na preparação da decisão, no momento em que se faz a listagem de possíveis soluções, sem desprezar as que possam parecer disparatadas; como dizia um grande mestre aos seus instruendos e, depois, colaboradores, “durante 5 minutos a asneira é livre”. Mas ao analisar cada uma, respeitando as suas características, a maior parte das possíveis hipóteses é afastada para se escolher a que contém mais vantagens e menos inconvenientes, e que garanta a melhor eficiência na acção a desenvolver.
Na escolha da modalidade ou de qualquer das suas particularidades há que fazer um esforço para evitar cair na tentação da precipitação em defesa de um ou outro pormenor, porque tal imponderação é própria de ignorantes que se consideram possuidores da verdade. O sábio só tem dúvidas enquanto o ignorante só tem “certezas”, mesmo que ao ser perguntado por argumentos não vá além de “porque sim”. As dúvidas têm a força de exigir mais análise e estudo, aspectos que definem a busca de sabedoria que caracteriza o sábio. O comportamento mais positivo nos variados aspectos da vida ou da realidade assenta na ponderada procura da verdade, isto é, na atenção dada a todos os pormenores, não menosprezando nenhum, a fim de a decisão nada ter de casual e assentar em bases concretas. Mas, mesmo assim, nada deve ser considerado definitivo, porque na natureza tudo muda e, após a decisão, não se deve ficar surpreso quando surgir necessidade de pequenos ajustamentos, normalmente devidos a alterações ambientais que valorizam mais um factor do que outro. Enfim: penso, logo existo; observo, logo aprendo.
Ao meditarmos neste tema devemos recordar a “decisão” de mudar o Infarmed de Lisboa para o Porto, depois anulada, a decisão de construir o terminal de contentores no Barreiro, já anulada, as sucessivas tentativas de reforçar o aeroporto de Lisboa com solução na Ota, em Alcochete, em Alverca, no Montijo, em Beja. Se não houver uma decisão válida, ainda podemos ver a interdição do aeroporto de Lisboa que está a lesar seriamente os seus moradores por ser a 2ª cidade europeia martirizada pelos ruídos dos aviões nas descolagens. ■
quinta-feira, 19 de março de 2020
A PROCURA DA VERDADE EXIGE SABER E SENSATEZ
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A. João Soares
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quarta-feira, 9 de janeiro de 2019
VERDADE E TRANSPARÊNCIA
Verdade e transparência
(Publicada no Semanário O DIABO em 8 de Janeiro de 2019)
Não gosto de perder tempo com leituras que não tragam informação credível e útil. Mas, infelizmente, tal material enriquecedor do saber é demasiado raro, perante o amontoado de fantasias ilusórias que nos são atiradas aos olhos a cada momento. A verdade e a transparência são cada vez mais raras e, por isso, mais preciosas.
Os discursos de Natal do PR e do PM, perante os poucos extractos que vi, são demasiado falaciosos quanto à vida nacional actual, que pintam com cores de tal forma optimistas que parece virem de estranhos que desconhecem as realidades em que vivemos. Será que acham que tudo tem melhorado e pretendem a continuidade? Continuidade de quê? Das greves que tanto têm prejudicado os inocentes cidadãos, na saúde, nos transportes, na Justiça e em vários serviços públicos, dos incêndios, dos acidentes rodoviários, de actos de violência, de falta de manutenção das estradas (caso de Borba e outros), de deficiente preparação da população para prevenir situações de risco, do aumento da dívida, etc.?
Em vez de continuidade, na fase de mudança em que o Mundo se encontra devido à rápida evolução das tecnologias, será preferível planear e executar uma reforma estrutural que faça o País desenvolver-se para proveito dos mais carentes, acabar com a dívida pública, inverter o crescimento escandaloso dos impostos, dos quais apenas tem resultado benefício para os políticos e os apêndices criados com nomes de “observatórios” e muitos outros, e de que não se vê proveito para os contribuintes, mas apenas para os tachistas amigos dos titulares do Governo.
Os governantes, como agentes do poder executivo, devem servir com eficiência o povo que governam e que deles espera segurança e melhor qualidade de vida, em vez de o tratarem como coisas possessivas e hipotecáveis, e não concentrar-se numa imensa teia clientelar em torno de familiares, amigos, compadres, afilhados, todos sedentos de riqueza e imagem.
E para servir o povo com verdade e transparência, não devem ser feitas promessas que depois são esquecidas. Por exemplo, é caricato e degradante “prometer” que em fins de 2019 serão iniciadas obras para resolver as carências da pediatria do hospital de S. João, em vez de informar e pedir desculpa por o problema não ter ainda sido resolvido.
As promessas feitas aos cidadãos ficam, na sua maioria, esquecidas pouco tempo após a sua afirmação. É certo que o povo, que em democracia é considerado detentor da soberania, é na sua maioria crédulo e deixa-se enganar por aldrabões que, usando de discursos fantasiosos, o levam a suportar as piores atrocidades que virá a sofrer. Mas acabará por despertar da sua actual apatia, ver que o País em vez de produzir riqueza e reduzir o número de pobres, aumenta os impostos que divide pelos ricos, e acabar por se revoltar, de forma mais ou menos violenta. Convém reflectir nesse risco.
Mas o deficiente sentido de Estado, a falta de sensatez e de conhecimento das realidades parece tornar os discursos mais fantasiosos e orientados para campanha eleitoral relacionada com eleições ainda distantes, mas que já estão a lesar a vida real dos cidadãos. Seria mais prudente e mais conducente à obtenção de resultados o estudo, planeamento e execução de obra visível, enriquecedora do património nacional. Alguém já sugeriu que se faça uma lista das obras realizadas após o 25 de Abril e outra, com igual critério, das realizadas em igual período de 44 anos e meio, anterior a essa data, para se poder comparar. E além desse resultado, desse período veio uma quantidade de toneladas de barras de ouro e no período actual fica uma dívida pública que irá pesar no bolso de várias gerações. Pesada herança que os governantes se recusam a encarar com seriedade e transparência. ■
António João Soares
2 de Janeiro de 2019
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quarta-feira, 21 de março de 2018
A MENTIRA VESTIDA DE VERDADE
Conta-nos uma parábola que certo dia a mentira e a verdade se encontraram.
A mentira disse para a verdade:
- Bom dia, dona Verdade!
E a verdade foi conferir se realmente o dia estava bom. Olhou para o alto, não viu nuvens de chuva, vários pássaros cantavam e assim, vendo que realmente era um dia bom, respondeu para a mentira:
- Bom dia, dona mentira!
- Está muito calor hoje, disse a mentira.
E a verdade, vendo que a mentira falava verdade, relaxou.
A mentira então convidou a verdade para se banhar no rio. Despiu-se das suas vestes, pulou para dentro de água e disse:
-Venha, dona Verdade, a água está uma delícia!
E assim que a verdade, sem duvidar da mentira, tirou as suas vestes e mergulhou, a mentira saiu da água, vestiu-se com as roupas da verdade e foi-se embora.
A verdade, por sua vez, recusou vestir-se com as vestes da mentira e, por não ter do que se envergonhar, foi nua que saiu, a caminhar na rua.
Constatou, porém, que, aos olhos das pessoas, era muito mais fácil aceitar a mentira vestida de verdade, do que a verdade crua e nua.
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quarta-feira, 6 de setembro de 2017
MEIAS VERDADES E MENTIRAS OCULTAM A REALIDADE
Meias verdades e mentiras ocultam a realidade
(Publicado no semanário O JORNAL em 5 de Setembro de 2017)
Uma civilização evoluída considera o culto da verdade como uma preocupação prioritária e dá muito valor à sua procura sempre que existe confusão. No entanto, deparamos com a maior preocupação tida na política e na informação, no sentido de desenvolver pequena propaganda da verdade relativa, da verdade possível e inócua, da mentira e do desprezo da verdade transparente e louvável. Para isso, complicam acontecimentos simples de forma a dificultarem o acesso à informação clara e leal, fazendo-a esquecer por distracção com coisas insignificantes.
Procuram desencorajar a procura da verdade e desorientar com novas notícias, falsas ou mais ou menos verdadeiras, criando uma ilusão da realidade, desvalorizando a verdade. Dessa forma, como se tem visto em campanhas eleitorais, e fora delas, são feitas promessas e afirmadas garantias para obter boa cotação em sondagens e mais votos nas urnas, mas que raramente serão realidade. E os actos errados ou duvidosos passam despercebidos aos cidadãos menos esclarecidos que, muitas vezes aceitam e aplaudem discursos falaciosos que nada os beneficiam, antes servem de engodo para desprezarem coisas graves e produzir a mudança da atenção destas coisas para banalidades ou ilusões não realistas.
Isso tem especial acuidade no sistema eleitoral com campanhas distantes da procura de soluções pragmáticas para os diversos problemas preocupantes, em diversos sectores nacionais, que são desprezados pelas propagandas, atractivas e irreais ou distantes da realidade, que convencem os eleitores a aceitar votar em listas de nomes que não conhecem e que nelas constam por serem amigos, cúmplices ou coniventes do chefe do partido. Ao eleitor não é dado o direito de, democraticamente, escolher os indivíduos mais competentes e honestos da sua área de residência.
No caso da tragédia de Pedrógão Grande, esteve bem visível a propaganda para encobrir os diversos falhanços, diluir as responsabilidades, acusar os serviços, denunciar a oposição. Esta, por seu lado, vitupera e acusa, faz demagogia e aproveita-se. Em tal actividade, falam dos mortos e esquecem os vivos que necessitam de apoio para refazer as vidas, e da criação de medidas preventivas eficazes para evitar a repetição de acidentes e de crises. E, com um incompreensível «segredo de justiça», de origem estranha ao Poder Judicial, pretendeu-se proibir qualquer tentativa de procurar a verdade ou de emitir opinião interrogativa sobre o caso de Pedrógão.
Quanto a medidas contra os incêndios, há quem aponte soluções para o ordenamento florestal, para a organização, equipamento e preparação dos bombeiros, para as medidas activas fora da estação dos fogos, para as penas a aplicar pela Justiça aos incendiários, para as nomeações de técnicos competentes para as chefias dos serviços ligados à prevenção e ao combate que devem deixar de ser feitas por amizade e compadrio de ex-jotas e para a utilização de um sistema de comunicações eficaz em vez de um arremedo em mão de gente amiga, de competência duvidosa.
Para a prevenção ser eficaz, deve ser ultrapassada a negligência por parte de vários governos, suprindo a falta da Guarda Florestal, desactivada em 1977, dos guarda-rios e dos cantoneiros, por exemplo, criando um «corpo nacional de agentes florestais» que fariam uma observação constante do cumprimento da legislação, esclarecendo as populações, aconselhando a colaborar na estratégia preventiva em vigor e comunicando à GNR casos de renitente infracção à lei.
António João Soares
29 de Agosto de 2017
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domingo, 6 de agosto de 2017
SEGREDO DE «INJUSTIÇA»
Transcrição do texto de António Barreto publicado no DN de 30-07-2017.
Segredo de injustiça
Como foi possível chegar aqui, a esta polémica obscena a propósito dos fogos, em que quase todas as opiniões sobre os desastres, as causas, as soluções e as responsabilidades são dominadas pela simpatia partidária? O governo e apoiantes tudo fazem para esconder o falhanço, dissolver responsabilidades, acusar os serviços e denunciar a oposição. A oposição vitupera e acusa, faz demagogia, aproveita e aproveita-se. Toda a gente sofre em directo e chora para as notícias das oito. Fala-se em nome dos mortos, poucos referem os vivos. Percebem-se os incêndios. Com o clima mediterrânico, as nossas matas, a desordem florestal, a insuficiência de bombeiros profissionais, a inércia dos governos fora da estação dos fogos, os criminosos mal castigados, as nomeações partidárias para os serviços de prevenção, a aquisição de um sistema de comunicações pelo ministro de então que é o primeiro-ministro de hoje, as misteriosas compras de equipamento pesado, os estranhos contratos de aluguer de meios de combate, a corrupção imposta por alguns bancos e umas tantas empresas de serviços, com tudo isto, percebe-se que haja incêndios, que não haja prevenção adequada, que a luta contra os fogos acabe por ser descoordenada e ineficaz, que se coloquem em perigo de vida os bombeiros, os polícias, os enfermeiros e os guardas, para já não falar dos cidadãos, dos lavradores e dos velhotes.
Mas há algo que não se percebe. Como foi possível que um conjunto de instituições, prestigiadas umas, outras menos, considere que um desastre esteja em "segredo de justiça" e que este se aplique a uma lista de mortos... Segredo de justiça? Para acidentes deste género? É simplesmente absurdo! Como é possível admitir que um governo invoque o segredo de justiça e se reclame da separação de poderes para não publicar a lista de mortos desde o primeiro minuto? Como foi possível chegar a esta hipocrisia canhestra que tenta esconder-se atrás de argumentos jurídicos que nada têm que ver com o assunto? Uma lista de mortos a enterrar é um segredo? De quem? Para quem? Os governos, as direcções-gerais, as empresas de seguros, os bombeiros e os autarcas não têm obrigações perante os cidadãos? O que estava realmente em segredo? Os nomes? As circunstâncias? O sítio da morte? Ou as responsabilidades do governo?
Como é possível que se tenha estabelecido um black out informativo tentando impedir que autarcas, bombeiros, comandantes de guardas e polícias, responsáveis pela prevenção e pela saúde informem o público? E que se acuse de oportunismo e demagogia quem quer que faça perguntas sobre o que se passou? E que os partidos que apoiam o governo sejam incapazes de uma exigência de informação? Desde quando é demagógico fazer perguntas? Por que razão não se pode ou não se deve discutir o que realmente fez a diferença, isto é, a falha de previsão, a ausência de prontidão, a falta de coordenação e a carência de autoridade? Quem assim reage, como reagirá em todos os outros casos?
Como foi possível desnaturar de tal modo a democracia e os costumes para se chegar a este ponto? Como foi possível deixar que esta democracia se parecesse com a ditadura aquando das inundações de Lisboa e de outros desastres, para já não falar dos feridos e mortos da guerra do Ultramar com os quais o governo tentava também fazer selecção e tratamento? Como deixaram os deputados, os magistrados, os militares, os médicos, os autarcas e os comandantes dos bombeiros e das polícias que se chegasse a este ponto?
Que é feito dos homens livres do meu país? Estão assim tão dependentes da simpatia partidária, dos empregos públicos, das notícias administradas gota a gota, dos financiamentos, dos subsídios, das bolsas de estudo e das autorizações que preferem calar-se? Que é feito dos autarcas livres do meu país? Onde estarão eles no dia e na hora do desastre? Talvez à porta do partido quando as populações pedirem socorro e conforto.
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A. João Soares
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A PROCURA DA VERDADE
Transcrição do texto publicado por Henrique Neto em O DIABO de 1-08-2017. Merece ser lido atentamente, pensando na realidade nacional.
A procura da verdade
A procura da verdade é uma das mais nobres qualidades humanas, reveladora de um estágio de avanço civilizacional no plano colectivo e de desenvolvimento moral no plano individual. Sendo porventura na actividade científica que a procura da verdade é feita com regras mais sólidas e há mais temo, sabendo-se que a verdade de cada cientista é profundamente escrutinada por muitos outros que têm a competência necessária para o fazer.
Infelizmente, em Portugal, fala-se pouco e valoriza-se muito pouco a procura da verdade e, raramente, existe a cultura de procurar a verdade de forma onde isso é feito sistémica, à parte, como disse, do campo científico onde isso é feito. Pior, é o facto de que nas actividades políticas e informativas se instalou uma cultura propagandística da verdade relativa, ou da verdade possível, por vezes da mentira pura e dura, que tendem a tornar aceitáveis critérios de relativização da verdade, através da criação de um manto mais ou menos diáfano da fantasia.
Algumas das formas mais usadas para iludir a verdade, ou para desmotivar a sua procura, é a de tornar complexos os acontecimentos mais simples e de cercear o acesso à informação necessária para que seja possível chegar à verdade. A técnica de adiar informações e decisões serve, simultaneamente, objectivos múltiplos: o de desencorajar a procura da verdade e o de facilitar o esquecimento, além de permitir que novas notícias, falsas ou verdadeiras não importa, contribuam para desorientar a procura da verdade.
Nos últimos anos, os partidos políticos portugueses e os governos têm vindo a aperfeiçoar este sistema de relativização da verdade e de ilusão da realidade, no que é presentemente um poderoso instrumento de manipulação política, que envolve alguma influência nos meios de comunicação e o trabalho de equipas de intervenção nas modernas redes sociais. O Partido Socialista conseguiu, a partir de José Sócrates, alguma excelência profissional neste domínio, com alguns aperfeiçoamentos posteriores, sendo que os outros partidos tentam agora recuperar o tempo perdido, mas em condições mais precárias e menos profissionais. Por exemplo, o Bloco e Esquerda utiliza a excelência discursiva dos sus dirigentes com acesso privilegiado à comunicação social para atingir os mesmos objectivos.
O sucesso destas técnicas de manipulação do mercado eleitoral, com o objectivo principal de manter níveis elevados de aprovação nas sondagens, passa por eleitores não muito esclarecidos, pelo anúncio e medidas positivas, reais ou imaginárias, e pela permanente mudança de foco de atenção das pessoas. Nos casos recentes do fogo de Pedrógão Grande e do roubo de armas de Tancos, as técnicas de relativização da verdade têm sido seguidas com notável disciplina, nomeadamente ao nível do PS e do Governo, sendo que o único factor divergente resultou da insistência de alguns meios de comunicação e do sentimento geral dos portugueses, que mostram continuar interessados no tema. Ou seja, apenas o interesse das pessoas e da comunicação social nos poderá aproximar da verdade nestes dois casos.
Nestes, como noutros casos, há por vezes tentativas de suavização da fuga à verdade, como aconteceu recentemente quando o Presidente da República relativizou a questão do número de mortos m Pedrógão, com o argumento de que diferentemente dos regimes de ditadura, em democracia a verdade acabaria por ser revelada. O que está longe de ser verdade, nomeadamente em países como Portugal, em que as instituições do Estado e da sociedade dependem excessivamente dos governos e são fracamente independentes. Basta recordar a grande unidade revelada quer no Governo quer na generalidade das instituições, sobre Tancos e sobre as explicações para a tragédia de Pedrógão Grande. É verdade que a procuradora-geral da república mostrou a sua independência revelando a lista dos mortos, mas no tempo de José Sócrates a sua dependência do então Primeiro-Ministro era evidente.
Em resumo, é na procura sistémica da verdade e na independência das instituições, bem como no carácter dos escolhidos individualmente pelo povo – e não em listas fechadas - que em democracia os cidadãos podem esperar conhecer a verdade e ser governados em função da realidade. Em Portugal estamos longe de que estejam cumpridas estas condições.
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quarta-feira, 19 de outubro de 2016
PROMESSAS E DECISÔES ANUNCIADAS PRECOCEMENTE
Promessas e decisões anunciadas precocemente
(Publicado em O DIABO de 18 de Outubro de 2016)
Por vezes, deparam-se situações em que, talvez, a ansiedade de transmitir esperança, afecto e apoio espiritual, leve pessoas, ocupando cargos de grande responsabilidade, a cometer erros gravíssimos de difusão de promessas que «garantem» e «asseguram» mas que não são mais do que impulsos, caprichos, intenções, que não passaram pelo estudo e análise como preconiza a metodologia referida no texto «preparar a decisão» publicado em O Diabo de 27 de Setembro. Aquela ou outra metodologia parecida mostra que a elaboração da decisão é um processo mental sem rigor suficiente para garantir seja o que for, mas com a consistência necessária para procurar a melhor solução, sem desprezar apoios de opiniões, sugestões e propostas de quem conheça a complexidade do problema e possa contribuir para que a decisão seja inteligente, racional, lógica e realmente bem adequada ao assunto a resolver. Recordo que, na fase da elaboração da lista de soluções possíveis, o falecido General Betencourt Rodrigues costumava dizer «agora, durante cinco minutos, a asneira é livre».
Em fases do estudo, como esta, não convém que saia a público uma das «asneiras» do gosto do orador e que a prometa, assegure e garanta. Houve recentemente, acerca da preparação do orçamento, afirmações contraditórias de membros do Governo com alta responsabilidade sobre medidas que iriam ser tomadas. Isto descredibiliza as pessoas que, depois, dificilmente se podem fazer acreditar.
No texto «amar Portugal sem submissão a partido» publicado em O Diabo de 4 de outubro, sugeria-se a colaboração de grupos de pessoas esclarecidas, de diversas cores, para, em gabinete fechado, procederem a análises imparciais, centradas no interesse nacional, a fim de procurar as melhores estratégias e tácticas para construir o futuro do Pais. Nenhuma afirmação proferida em tal ambiente deve ser afirmada em público por um governante, como promessa garantida, para que depois não venha outro membro do mesmo governo afirmar coisa diferente sobre o mesmo assunto.
Perante tal linguajar, o povo, se tal hipótese o beneficia, reagirá com apoio e cria uma esperança, mais ou menos eufórica que, no caso de não vir a concretizar-se pode dar para o outro lado, dar para o torto. Também os insatisfeitos com a hipótese desenvolverão pressões que, depois, dificultarão a vida de quem tem que governar todos. Por isso, há que evitar referir aquilo que ainda está em estudo, como sendo uma coisa garantida e segura.
Não é oportuno listar todos os casos de contradições e negações recentes, porque entretanto tudo consta já no projecto de Orçamento, aprovado por Conselho de Ministros depois de todos os retoques que foram julgados convenientes. Mas, atenção, que nunca agradará a todos.
E há uma reflexão que já foi referida algumas vezes. Se o orçamento é um programa de gestão em que constam as despesas e investimentos a realizar com as receitas disponíveis, em que a diferença entre as somas de umas e de outras deve ser ZERO, porque se prevê antecipadamente que haja um défice? Seria preferível que houvesse um superávite. Essa é a regra das contas familiares em que deve procurar-se, sempre que possível, uma poupança. O défice que a própria UE aceita e ao qual estabelece limite, é um gerador de dívida que crescerá até a um momento impossível de tolerar. Triste herança se está a preparar para os vindouros. Que ideia terão, acerca do défice e da dívida, os altos ocupantes da liderança da UE?
A João Soares
12-10-2016
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sexta-feira, 10 de abril de 2015
sábado, 29 de novembro de 2014
sábado, 11 de outubro de 2014
JORNALISTAS, COMENTADORES E A VERDADE
Transcrição de texto sobre a realidade nacional, acerca da verdade da informação, dos jornalistas e dos comentadores
BISCATES
por Carlos de Matos Gomes 140715
Para que servem as primeiras páginas dos jornais e os grandes casos dos noticiários das TV?
Se pensarmos no que as primeiras páginas e as aberturas dos telejornais nos disseram enquanto decorriam as traficâncias que iriam dar origem aos casos do BPN, do BPP, dos submarinos, das PPP, dos SWAPs, da dívida, e agora do Espírito Santo, é fácil concluir que servem para nos tourear.
Desde 2008 que as primeiras páginas dos Correios das Manhas, os telejornais das Moura Guedes, os comentários dos Medinas Carreiras, dos Gomes Ferreiras, dos Camilos Lourenços, dos assessores do Presidente da República, dos assessores e boys dos gabinetes dos ministros, dos jornalistas de investigação, nos andam a falar de tudo e mais alguma coisa, excepto das grandes vigarices, aquelas que, de facto, colocam em causa o governo das nossas vidas, da nossa sociedade, os nossos empregos, os nossos salários, as nossas pensões, o futuro dos nossos filhos, dos nossos netos. Que me lembre falaram do caso Freeport, do caso do exame de inglês de Sócrates, da casa da mãe do Sócrates, do tio do Sócrates, do primo do Sócrates que foi treinar artes marciais para a China, enfim que o Sócrates se estava a abotoar com umas massas que davam para passar um ano em Paris, mas nem uma página sobre os Espirito Santo! É claro que é importante saber se um primeiro ministro é merecedor de confiança, mas também é, julgo, importante saber se os Donos Disto Tudo o são. E, quanto a estes, nem uma palavra. O máximo que sei é que alguns passam férias na Comporta a brincar aos pobrezinhos. Eu, que sei tudo do Freeport, não sei nada da Rioforte! E esta minha informação, num caso, e falta dela, noutro, não pode ser fruto do acaso. Os directores de informação são responsáveis pela decisão de saber uma e desconhecer outra.
Os jornais, os jornalistas, andaram a tourear o público que compra jornais e que vê telejornais.
Em vez de directores de informação e jornalistas, temos novilheiros, bandarilheiros, apoderados, moços de estoques, em vez de notícias temos chicuelinas.
Não tenho nenhuma confiança no espírito de auto critica dos jornalistas que dirigem e condicionam o meu acesso à informação: todos eles aparecerão com uma cara à José Alberto de Carvalho, à Rodrigues dos Santos, à Guedes de Carvalho, à Judite de Sousa (entre tantos outros) a dar as mesmas notícias sobre os gravíssimos casos da sucata, dos apelos ao consenso do venerando chefe de Estado, do desempenho das exportações, dos engarrafamentos do IC 19, das notas a matemática, do roubo das máquinas multibanco, da vinda de um rebenta canelas uzebeque para o ataque do Paiolense de Cima, dos enjoos de uma apresentadeira de TV, das tiradas filosóficas da Teresa Guilherme. Todos continuarão a acenar-me com um pano diante dos olhos para eu não ver o que se passa onde se decide tudo o que me diz respeito.
Tenho a máxima confiança no profissionalismo dos directores de informação, que eles continuarão a fazer o que melhor sabem: tourear-nos. Abanar-nos diante dos olhos uma falsa ameaça para nos fazerem investir contra ela enquanto alguém nos espeta umas farpas no cachaço e os empresários arrecadam o dinheiro do respeitável público.
Não temos comunicação social: temos quadrilhas de toureiros, uns a pé, outros a cavalo.
Uma primeira página de um jornal é, hoje em dia e após o silêncio sobre os Espirito Santo, um passe de peito.
Uma segunda página será uma sorte de bandarilhas.
Um editor é um embolador, um tipo que enfia umas peúgas de couro nos cornos do touro para a marrada não doer.
Um director de informação é um “inteligente” que dirige uma corrida.
Quando uma estação de televisão convida um Camilo Lourenço, um Proença de Carvalho, um Gomes Ferreira, um João Duque, um Judice, um Marcelo, um Miguel Sousa Tavares, um Angelo Correia, devia anunciá-los como um grupo de forcados: Os Amadores do Espirito Santo, por exemplo. Eles pegam-nos sempre e imobilizam-nos. Caem-nos literalmente em cima.
As primeiras páginas do Correio da Manhã podiam começar por uma introdução diária: Para não falarmos de toiros mansos, os nossos queridos espectadores, nem de toureios manhosos, os nossos queridos comentadores, temos as habituais notícias de José Sócrates, do memorando da troika, da imperiosa necessidade de pagar as nossas dividas.
Todos os programas de comentário político nas TV deviam começar com a música de um passo doble. Ou com a premonitória “Tourada” do Ary dos Santos, cantada pelo Fernando Tordo.
O silêncio que os “negócios “ da família "Dona Disto Tudo" mereceu da comunicação social, tão exigente noutros casos, é um atestado de cumplicidade: uns, os jornalistas venderam-se, outros queriam ser como os Espirito Santo. Em qualquer caso, as redacções dos jornais e das TV estão cheias de Espiritos Santos. Em termos tauromáquicos, na melhor das hipóteses não temos jornalistas, mas moços de estoques. Na pior, temos as redacções cheias de vacas a que se chamam na gíria as “chocas”.
O que o silêncio cúmplice, deliberadamente cúmplice, feito sobre o caso Espirito Santo, o que a técnica do desvio de atenções, já usada por Goebels, o ministro da propaganda de Hitler, revelam é que temos uma comunicação social avacalhada, que não merece nenhuma confiança.
Quando um jornal, uma TV deu uma notícia na primeira página sobre Sócrates( e falo dele porque a comunicação social montou sobre ele um operação de barragem pelo fogo, que na altura justificou com o direito a sabermos o que se passava com quem nos governava e se esqueceu de nos informar sobre quem se governava) ficamos agora a saber que esteve a fazer como o toureiro, a abanar-nos um trapo diante dos olhos para nos enganar com ele e a esconder as suas verdadeiras intenções: dar-nos uma estocada fatal!
Porque será que comentadores e seus patrões, tão lestos a opinar sobre pensões de reforma, TSU, competitividade, despedimentos, aumentos de impostos, gente tão distinta como Miguel Júdice, Proença de Carvalho, Angelo Correia, Soares dos Santos, Ulrich, Maria João Avilez e esposo Vanzeller, não aparecem agora a dar a cara pelos amigos Espirito Santo?
Porque será que os jornais e as televisões não os chamam, agora que acabou o campeonato da bola?
Um grande Olé aos que estão agachados nas trincheiras, atrás dos burladeros!
Carlos de Matos Gomes
Nascido em 24/07/1946, em V. N. da Barquinha. Coronel do Exército (reforma). Cumpriu três comissões na guerra colonial em Angola, Moçambique e Guiné, nas tropas especiais «comandos».
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sexta-feira, 9 de maio de 2014
DEMOCRACIA SEM TRANSPARÊNCIA E COM EMBUSTE???
É considerado característica da verdadeira DEMOCRACIA a verdade, a lealdade dos eleitos aos que os elegeram depositando neles confiança para serem seus mandatários ao leme da gestão dos interesses nacionais. Mas nem tudo é perfeito e, por vezes, em vez de clareza surge a escuridão, o mistério, o embuste.
Fala-se numa carta do Governo para o FMI em cujo conteúdo o PS suspeita haver algo que o Governo quer ocultar dos cidadãos e exige revelação da carta de intenções até às eleições. As tentativas de explicação de tal ocultação não têm sido minimamente convincentes nem esclarecedoras. Já houve da área governamental a promessa de que a carta seria mostrada depois das eleições europeias do dia 25, o que deixa suspeitar que o conhecimento do conteúdo da carta antes dessa data poderia fazer perder votos aos partidos da coligação.
Agora, José Pacheco Pereira, em artigo do Ionline, afirma sem hesitações que Carta ao FMI contém detalhes do DEO que o governo "não quer revelar". Mas o Documento de Estratégia Orçamental (DEO) já foi publicado em jornais, talvez com omissões. A explicação de Pacheco Pereira vem dar credibilidade às palavras de Catarina Martins, BE, quando disse que DEO é um "documento do embuste orçamental". O significado que deu à letra E, parece indicar que a Catarina tem o dom de premonição.
Estamos perante um dos muitos truques que o Governo tem estado a usar como arma da campanha eleitoral para as europeias. E algumas dessas armas têm tido detonação na culatra. Com o tempo difícil dos sofrimentos impostos, as pessoas abrem os olhos e vêm alguns (cada vez mais) dos muitos embustes.
E, para facilitar a busca futura por interessados pesquisadores, deixa-se uma lista de títulos sobre o tema:
Pacheco Pereira. Carta ao FMI contém detalhes do DEO que o governo "não quer revelar"
PS exige revelação da carta de intenções até às eleições
BE. Catarina Martins diz que DEO é
um "documento do embuste orçamental"
Tudo o que muda com o DEO
Oposição centra-se nas "mentiras" e a maioria no recuo dos cortes
DEO faz Passos cair em contradição
Governo volta a falhar promessas e aumenta impostos
Devolução de 80% dos cortes nos salários vai depender do próximo governo
'Governo não merece confiança dos portugueses'
Governo volta a falhar promessas e aumenta impostos
Ministra das Finanças garante que carta para o FMI não tem “surpresas nem sustos”
CDS aceita aumento de impostos
IVA e TSU aliviam pensionistas
Passos não comenta aumento do IVA e da TSU
DEO. Oposição centra-se nas "mentiras" e a maioria no recuo dos cortes
TÁCTICAS PARA SEGURAR O PODER
Passos Coelho: “Que se lixe as eleições”
Passos diz que medidas servem para suportar pensões e não para reduzir défice
Passos Coelho. País está pronto para caminhar pelas próprias posses e meios
Governo volta a falhar promessas e aumenta impostos
Devolução de 80% dos cortes nos salários vai depender do próximo governo
Jerónimo de Sousa. "Governo não tem cura e esta política não tem saída"
UGT apela à mobilização contra "esbulho" e condena aumento do IVA e TSU
CGTP anuncia duas “grandes manifestações” para Junho
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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
INQUÉRITO A ESTALEIROS
Transcrição de artigo seguida de NOTA:
Estaleiros: Comissão Europeia desmente Aguiar Branco
15 JANEIRO, 2014 - 14:03
Em resposta às questões apresentadas pelo Bloco de Esquerda, Bruxelas esclarece que nunca exigiu a devolução das ajudas estatais aos estaleiros, desmentido assim o principal argumento do ministro para avançar para a subconcessão.
Desmentido da Comissão Europeia devia levar à perda de mandato de Aguiar Branco, defendeu Marisa Matias.
“Fica comprovado que este negócio que foi construído através de uma gestão danosa, foi legitimado por uma mentira", reagiu a eurodeputada Marisa Matias ao receber a resposta às questões que enviara no final do ano passado, após o ministro da Defesa ter afirmado que o despedimento dos trabalhadores e entrega dos Estaleiros de Viana a privados se devia à necessidade de devolver 180 milhões de euros reclamados pela União Europeia.
A versão de Aguiar Branco foi agora desmentida pela Comissão Europeia, que afirma taxativamente que "não ordenou a Portugal a recuperação de qualquer auxílio estatal concedido aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo".
"A mentira tem perna curta, e é lamentável que pelo seu caminho tenham sido postas em causa as vidas de 618 trabalhadores. Esta resposta da Comissão Europeia não pode ter outra consequência que não a perda de mandato de Aguiar Branco”, defendeu Marisa Matias em comunicado.
Resposta dada por Joaquín Almunia em nome da Comissão (15.1.2014)
A Comissão ainda não adotou uma decisão final no processo SA.35546. Por conseguinte, a Comissão não ordenou a Portugal a recuperação de qualquer auxílio estatal concedido aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC).
Tal como indicou nas suas respostas às perguntas E-5205/2013 e E-11396/2013, desde a abertura do procedimento formal de investigação no processo SA.35546, a Comissão efetuou diversas trocas de correspondência com as autoridades portuguesas e está a acompanhar de perto a evolução mais recente da situação dos ENVC. Neste contexto, as autoridades portuguesas informaram a Comissão das medidas a que se refere o Senhor Deputado e do resultado do procedimento de subconcessão, bem como das medidas subsequentes que planeiam adotar em relação aos trabalhadores dos ENVC por cartas de outubro e novembro de 2013.
A Comissão continuará a sua avaliação do processo SA.35546 e a supervisionar atentamente a evolução da situação dos ENVC.
Pergunta de Marisa Matias à Comissão Europeia
Assunto: Estaleiros Nacionais de Viana do Castelo
O Governo português anunciou, através do seu Ministro da Defesa, José Aguiar Branco, que anulou o processo de reprivatização dos Estaleiros Nacionais de Viana do Castelo (ENVC) e optou por "um concurso público para a venda quer do Atlântida, quer de material que existe nos estaleiros" e pela "subconcessão dos terrenos que atualmente são ocupados pelos estaleiros". O processo dos ENVC e respetivas ilegalidades é já bem conhecido pela Comissão Europeia, nomeadamente através do processo SA.35546 da DG Concorrência. Aliás, é precisamente a decisão desse processo que é invocada pelo Governo português para justificar a decisão agora tomada. "Não é uma vontade do Governo, resulta desse processo" aberto pela União Europeia, porque lesou a concorrência, insistiu [o Ministro da Defesa Português], realçando que "não há condições", atualmente, para devolver os 180 milhões de euros reclamados, o que evitaria o fecho de uma empresa que tem quase 70 anos."
Esta decisão determina o despedimento dos 618 trabalhadores atuais e não garante sequer que se mantenha a atividade que a ENVC sempre desenvolveu naquele local, uma vez que a subconcessão é relativa apenas aos terrenos. Como contrapartida deste contrato, o Estado português deverá receber um total de 7,05 milhões de euros em rendas que serão pagas pela Martifer até 2031, mas terá de pagar, até janeiro de 2014, cerca de 30 milhões de euros para despedir os trabalhadores, sendo público e conhecido que a Martifer tem atualmente uma dívida que ascende a 378 milhões de euros.
Acresce ainda que o próprio Governo português anuncia também que é preciso dar início à construção de dois navios asfalteiros, para não entrar em incumprimento em relação à empresa de petróleos da Venezuela (PDVSA), que os encomendou. É certo que, sem trabalhadores nem estaleiros, não o poderá fazer.
Assiste-se, assim, a um negócio ruinoso para Portugal, para os trabalhadores dos ENVC, mas muito vantajoso para a empresa que vai assumir a subconcessão dos terrenos por ajuste direto – a Martifer.
1. Exigiu a Comissão a devolução dos 180 milhões de euros, na sequência do processo SA.35546 da DG Concorrência?
2. Está a Comissão a par destes desenvolvimentos e desta subconcessão por ajuste direto dos terrenos dos Estaleiros de Viana do Castelo?
3. Está a Comissão a par deste despedimento coletivo levado a cabo pelo Estado Português?
4. Pretende a Comissão tomar alguma medida em tempo útil?
NOTA: Uma Dúvida: Para obter um estudo com isenção, realismo, credibilidade, utilidade, não seria mais sensato encomendá-lo a uma entidade estrangeira, imparcial escolhida por concurso? Em termos de custo/eficácia seria vantajoso. E poupávamos os deputados a fantasias tendenciosas e pouco sérias.
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domingo, 20 de outubro de 2013
As «VERDADES» DE PASSOS COELHO !!!
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sexta-feira, 18 de outubro de 2013
TÃO IRRACIONAL QUE É DIFÍCIL DE EXPLICAR ???
O líder da bancada do PSD à pergunta «Tem sido difícil defender o governo?» respondeu:
«Tem sido sobretudo estimulante. Atravessamos um tempo singular, com o país a precisar pela terceira vez de ajuda externa. Estar no governo é difícil, suportar politicamente o governo no parlamento é desafiador, porque nós temos de tomar medidas que são por natureza impopulares e difíceis de explicar. E responder aos anseios das pessoas é difícil. Por outro lado temos a noção que este caminho tem de ser cumprido e tem de ser fechado com sucesso.»
É estranho, porque tudo o que tem lógica, racionalidade, é fácil de explicar com clareza e transparênci. Mas parece que no caso o que tem prioridade é a ocultação de intenções e truques não confessáveis aos eleitores que depositaram confiança nos seus eleitos.
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domingo, 6 de outubro de 2013
SE ELES NÃO RESPEITAM A SUA PALAVRA…
Depois do post Pensar antes de decidir falar ou agir e da confusão de promessas feitas e previsões anunciadas que não têm qualquer consistência na realidade, ficamos sem força anímica para dar crédito ao que ouvimos, mesmo de pessoas que estão em funções de alta responsabilidade. Transcreve-se o seguinte artigo de Jornal com contradições absolutas:
Sado-maluquismo
Diário de Notícias. 04-10-2013. por FERNANDA CÂNCIO
"Como avisei na altura devida, chegámos a uma situação insustentável", Cavaco, 10/6/2010 (com dívida 94%).
"São insustentáveis tanto a trajetória da dívida pública como as trajetórias da dívida externa." Cavaco, 9/3/2011 (com dívida 108,2%),,,,,,,,.
"As dificuldades que Portugal atravessa derivam do nível insustentável da dívida do Estado e da dívida do País para com o estrangeiro." Cavaco, 1/1/2013 (com dívida 124,1%).
"Surpreende-me que em Portugal existam analistas e até políticos que digam que a dívida pública não é sustentável. Só há uma palavra para definir esta atitude: ma-so-quismo." Cavaco, 3/10/2013 (com dívida prevista pelo Governo de 127,8%).
"Os juros da dívida soberana vão cair gradualmente, à medida que Portugal atinge as metas impostas pelo programa de assistência financeira." Gaspar, 20/4/2012.
"O cumprimento do Programa é inequívoco e os progressos alcançados são significativos." Gaspar 20/2/2013.
"O incumprimento dos limites originais do programa para o défice e a dívida, em 2012 e 2013 (...), minou a minha credibilidade enquanto ministro das Finanças." Gaspar, 1/7/2013.
"Não é uma teimosia minha com os salários da função pública, não é uma teimosia minha com as pensões dos pensionistas do Estado, (...) é a diferença entre fecharmos este programa de assistência ou podermos ter de pedir um outro programa." Passos, 21/9/2013.
A maioria PSD/CDS-PP no poder está "a criar condições para que os portugueses possam acreditar com confiança que esta crise será vencida." Passos, 27/9/2013.
"As dívidas têm de ser todas pagas, os países têm de pagar as dívidas." Moedas, 27/8/2013.
"Só nos resta (a nós e a outros) o possível caminho da reestruturação da dívida. Ou seja, ir falar com os nossos credores e dizer-lhes que dos cem que nos emprestaram já só vão receber 70 ou 80." Moedas, 26/5/2010.
"Não compensa absolutamente nada para a economia portuguesa (...) estabelecer uma retórica de ataque às posições dos mercados." Cavaco, 10/11/2010.
"Não existe nenhuma razão lógica para as obrigações do Estado português atingirem taxas de juro de 7% nos mercados financeiros." Cavaco, 30/9/2013.
"Deus nos livre de termos um Presidente da República que não mede as palavras que diz" Cavaco, 21/12/2010.
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quinta-feira, 12 de setembro de 2013
QUATRO VERDADES TODAS DIFERENTES
Quis aqui publicar um texto que li há alguns anos mas não o encontrei e, como o acho com interesse didáctico, vou tentar reproduzir a ideia nele contida:
Um pai, estando adoentado e prevendo que a vida não se iria prolongar muito mais, chamou um dos quatro filhos, por altura do Natal, e pediu: Pegas num caderno e numa caneta , vais pela estrada que conduz à cidade e, ao chegares à casa dos cantoneiros, quando começa a descida para o rio, sentas-te na pedra que está do lado esquerdo e fazes uma redacção descrevendo, de forma pormenorizada, aquilo que vês na paisagem, à tua frente.
Quando o filho chegou e lhe leu a redacção ele apreciou o cuidado com que foi elaborada e guardou-a na arca onde tinha documentação de interesse. Nada disse aos outros rapazes sobre isso.
Pela Páscoa chamou o segundo filho e fez-lhe igual pedido, obtendo igual resultado e guardando a redacção. Pelo S. João repetiu a mesma atitude com o terceiro filho e, na época das vindimas, antes de começarem as aulas, fez o mesmo com o quarto filho.
Passados dias, de posse dos quatro papéis, reuniu os quatro filhos e, sucessivamente, entregou a cada um a sua redacção e disse para a ler. Eram descrições todas diferentes. Perguntou a cada um se sabia qual era a paisagem descrita pelo irmão e a resposta foi negativa pois as descrições eram todas diferentes embora tivessem uma qualidade quase fotográfica.
O pai revelou, então, que cada um deles tinha escrito a sua redacção no mesmo local de todos os outros. A paisagem é geograficamente a mesma mas em datas diferentes. Tratava-se de quatro verdades acerca da mesma coisa e nada havia de comum. A verdade é coisa subjectiva e depende de muitos factores: ponto de vista, momento, condições do observador, etc, etc. Não há um detentor único da verdade, nem verdade absoluta. Cada um tem a sua e convém que ela seja bem fundamentada e definida com clareza e racionalidade.
Por ajoaosoares
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domingo, 4 de agosto de 2013
DESCREDIBILIZAÇÃO DOS PARTIDOS
O conhecido jornalista Pedro Baldaia inicia o seu artigo de hoje no DN, «Rioísta me confesso», com a frase «as sondagens desta semana mostram que se acentua a descredibilização dos partidos».
Realmente, desde há muito que são notórios os sintomas de tal fenómeno, como há cerca de um ano ficou sublinhado em Carreira Política. Nesse sentido, o actual ministro dos Negócios Estrangeiros, com a sua larga experiência política, criticou a "podridão dos hábitos políticos". Na mesma ordem de ideias, Rui Rio afirmou que «Se apoiasse Luís Filipe Menezes era hipócrita», embora se trate do candidato do seu partido, e de isso o poder prejudicar nas suas aspirações de «carreira».. A propósito da candidatura á mesma câmara, também o cronista Alberto Gonçalves se refere à polémica entre Rio e Menezes no seu artigo Câmaras escuras.
E sobre o caso concreto das autárquicas do Porto, também o cronista José Mendes, em Que líder para o Porto?, apresenta três hipóteses de perfil para futuro autarca: artista (imaginativo, inspirador, visionário, empreendedor e emotivo), artesão (estável, razoável, sensível, previsível e confiável) e tecnocrata (cerebral, minucioso e intransigente). E aplica estes dotes respectivamente aos candidatos, Menezes, Manuel Pizarro e Rui Moreira.
Perante estes dados caberá aos eleitores escolher em conformidade com os seus sentimentos que mostram, «por um lado, um orgulho quase ostensivo na sua cidade e nos seus valores; e por outro, um lamento pela relevância perdida e pela quase ausência de uma visão de sucesso».
A estes sentimentos, como noutras autarquias, e na totalidade do país, não há esperança nem confiança nos partidos, cujos porta-vozes evidenciam ausência de conhecimento e de sensibilidade para os reais problemas das populações. A «carreira política» parece tê-los conduzido mais para as guerrilhas e intrigas entre partidos e para os objectivos pessoais de criação do máximo de riqueza no mínimo tempo e sem olhar a métodos, do que para a criação de bem-estar para as populações e de crescimento para o País. O escasso sentido de Estado provocou o fracasso do «compromisso para a salvação nacional». A falta de sensatez levou uma entidade muito criativa de vocabulário a cair no erro de reutilizar a maldita expressão de «união nacional».
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segunda-feira, 29 de julho de 2013
PASSOS FALA DA SUA FÉ !!!
Passos não acredita que a nossa Constituição nos impeça de fazer o que qualquer sociedade desenvolvida faz”. Mas o povo é tolerante e não descrimina as religiões. Não lhe interessa a religião do PM, daquilo em que acredita ou não. Por outro lado um PM não tem que dizer que acredita ou não na Constituição, apenas tem que a saber, interpretar e explicar aos cidadãos, sem que a estes restem dúvidas.
Diz que é “verdadeiramente importante” definir o que o Estado pode fazer directamente e o que pode fazer em parceria com a sociedade civil. Mas porque não definiu ainda, depois de dois anos de governo?
O povo mais desprotegido, as denominadas classes média e baixa, tem vindo a ser obrigado a apertar o cinto, já em torno das vértebras, desde há dois anos, sem ainda vislumbrar quando pode «acreditar» que irá aliviar um furo.
Tem razão quando diz não compreender o que se tem passado, nestes últimos dois anos de austeridade sucessivamente agravada, «a indulgência perante a irresponsabilidade e o que eu acho indesculpável é uma sociedade política que não tem inteligência e exigência para cobrar a quem governa os resultados que são importantes para o país”.
Aquilo em que agora diz acreditar é um quadro de maravilha que nos prometeu, há mais de dois anos, na pré-campanha eleitoral das legislativas. Como então venceu a s eleições, agora está a usar os mesmos truques na esperança de ganhar as autárquicas, mas o clima de confiança e de credibilidade é diferente o que torna necessário mudar o discurso e deixar de falar naquilo em que acredita ou não acredita e começar a mostrar resultados visíveis do «trabalho» feito. Com uma boa «informação», até pode ser que o povo se esqueça dos sacrifícios feitos e acredite que os resultados foram compensação suficiente. Mas o acreditar é um fenómeno tão subjectivo que a sua modificação pode não estar ao alcance das mentes «iluminadas» dos políticos que nos têm enganado, como a promessa de que em 2013 acabaria a recessão.
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domingo, 28 de julho de 2013
FALAR PARA FALAR !!!
Independentemente do termo usado, Esta reiteração do desejo de «união nacional» não está explicada, pois ela não poderá traduzir-se em todo o país começar a aplaudir o PM, mesmo quando a sua inflexibilidade se manifesta por arrogância e teimosia raiando o patológico. União não pode significar que cada cidadão se submeta aos caprichos mal definidos do PM, abdicando do seu próprio conceito de patriotismo e interesses nacionais.
Passos Coelho sempre afirmou guiar-se pelas suas próprias ideias, sem as explicar, «custe o que custar» e afirmou ignorar os sinais de «indignação» dos portugueses expressos através de grandes manifestações ou da greve geral ou de afirmações públicas de parceiros sociais, partidos, etc.
Ora, para haver união tem que haver vontade de aproximação, de sensibilidade para ouvir e sentir o pensamento da população, tal como fez o Papa Francisco ao ir ao encontro da Juventude Mundial e do povo brasileiro. Os governantes, se não encontrarem exemplo melhor, sigam o de Sua Santidade, lendo, ouvindo e meditando as suas palavras difundidas por diversos órgãos de Comunicação Social. E em vez de «união nacional», falem de convergência de todos, amor a Portugal, bem nacional, etc tudo menos despertar fantasmas indesejados.
Seria bom que seguisse os conselhos de colegas de partido, que só falasse quando tivesse algo de importante a dizer, que não fosse apenas palpite ou vago sonho e que, antes de falar, se preparasse bem a fim de evitar banalidades inconsistentes e efémeras que depois não são concretizadas.
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sábado, 29 de junho de 2013
É MUITO CEDO PARA ARRISCAR TANTO
Muitos observadores estranharam que, após dois anos de governação difícil, em constante espiral recessiva e austeridade sucessivamente agravada, Passos Coelho declarasse querer mais seis anos à frente do Governo e que, para isso, quer dar a cara em 2015. Era demasiado cedo para mostrar tal desejo e isso atraiu sobre ele as atenções para todo e qualquer pequeno deslize nas suas palavras e nos seus actos. Seria de esperar a adopção de uma sensatez muito perfeita e vigiada no sentido de pensar previamente ao pormenor cada afirmação.
Por acaso e referente a problema de autarca, José Augusto Rodrigues dos Santos escreveu as seguintes considerações acerca da ética dos políticos: «São raros os homens que encaram a política como missão patriótica, a vivem plenamente em acertos e desacertos e que regressam à sua vida anterior como o guerreiro regressa a casa depois de muitas guerras» Na generalidade, com casos mais ou menos agudos, trata-se de indivíduos ambiciosos de poder e de visibilidade que «não sabem, nem ninguém lhes disse, que não existem políticos providenciais tal como não existem homens insubstituíveis»… «Custa-lhes regressar ao anonimato pois, quais viciados em mediatismo, não conseguem ser felizes sem as luzes da ribalta a iluminar-lhes os passos».
E, curiosamente, ao invés da sensatez acima referida e das qualidades desejáveis num político conforme expressa Rodrigues dos Santos, Passos Coelho atirou para os cidadãos menos atentos e mais avessos à filtragem das mensagens que lhes chegam, as seguintes atoardas semelhantes a muitas outras que, nos passados dois anos, o desacreditaram por virem a ser contraditadas pelas realidades advindas. Disse que a recessão em Portugal está a abrandar e que meta do défice é perfeitamente alcançável.
Não parece prudente dar esta «informação», devido ao perigo de a meta não poder ser alcançada, e se isso acontecer que desculpa espera dar ao povo de modo a que ele a aceite? E quais serão os efeitos na sua desejada corrida aos mais seis anos?
Tais afirmações feitas com intenção de gerar confiança e atrair adeptos, embora contra a seriedade, a moral e a ética, são frequentes em campanha eleitoral, em que possivelmente Passos Coelho já se sente, mas, no seu caso real, a campanha está muito distante e entretanto pode ser destruído pela «nudez crua da verdade» a que pode vir a estar exposto
Não convém arriscar demasiado quando não for o momento correcto nem previsível a utilidade.
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