O Papa Bento XVI divulgou hoje a sua primeira encíclica social, “Caritas in veritate”, com 150 páginas onde aborda as grandes questões que se colocam actualmente à sociedade. Ali defende a criação de uma “autoridade política mundial” para “sanear as economias afectadas pela crise” e considera urgente uma reforma da Organização das Nações Unidas. (ver artigo do Público).
Segundo o Papa, “para governar a economia mundial, sanear as economias afectadas pela crise, prevenir o seu agravamento e maiores desequilíbrios,” é “urgente que seja criada uma verdadeira ‘autoridade política mundial’”.
Se a ONU funcionasse com a desejada eficiência e fosse respeitada por todos os Estados, a humanidade seria feliz e , por não consumir tão grande parte dos recursos em armamento e guerras, teria um elevado grau de desenvolvimento e de comodidade e, certamente, maior justiça social sem tanta diferença entre os mais ricos e os mais pobres.
Se os amigos leitores pedirem neste blogue uma pesquisa com a simples sigla ONU, encontrarão quatro dezenas (40) de posts referindo a ONU e a sua necessidade de reforma, dos quais retiro os seguintes
Ausência de autoridade internacional. ONU ineficaz
Caxemira, um caso pendente
Myanmar, China e a ONU
Pirataria no Corno de África e inacção da ONU
Vulnerabilidades da ONU
ONU desrespeitada
Sara Ocidental, Polisário
Ausência de autoridade internacional. ONU ineficaz
Nova Ordem Mundial
Há 21 minutos
4 comentários:
Caro João Soares
Toda a gente sabe que a ONU funciona mal. Mas, tal como a democracia, ninguém descobriu ainda nada melhor.
Talvez o Papa esteja a pensar no Vaticano. Mas não se pode dizer que passado desta organização (nomeadamente na conquista da paz e na distribuição da riqueza) seja muito brilhante...
E será que o mundo islâmico aceitará tal solução?
A ONU está podre de corrupção interna. Conheci-a muito bem por dentro até há pouco mais de 15 anos. A OHCHR (Office of the High Commissioner for Human Rights), com sede em Genebra, por exemplo, não há tantos anos que demonstrou como era. O brasileiro que morreu em Timor, o Vieira, quando foi para lá levou toda a sua seita mafiosa, empurrou o pessoal dos quadros que estava em função, despromovendo grande número deles e colocou os do seu bando em seu lugar. Inacreditável? Real! Tudo o que se via sobre ele era uma fachada encenada pelo seu pessoal. Honestos como o Guterres há poucos; por isso que fugiu por não poder continuar a nadar nas águas podres nacionais, incluindo os esgotos do seu próprio partido.
Os princípios da ONU e a sua Carta foram honestos, honrosos, bem intencionados e bem elaborados, mas o tempo tudo muda, mesmo aquilo que deveria ser intocável. Com a União Europeia não há grande diferença. Se fosse maior seria igual.
Caro Vouga,
Há muito que a ONU demonstrou a sua ineficácia no que respeita à paz e à solução de conflitos sem recurso à guerra. Porém, tem tido alguma eficiência no apoio a refugiados mas, mesmo aí, não tanto e tão desinteressado como seria desejável.
Substituí-la pelo Vaticano nem pensar, pois o mundo inteiro não se sentiria confortável sob tal bandeira. Mas ainda pior seria deixar que o mundo fosse dominado pelo sistema que consta pretender ser implantado pelo Club Bilderberg.
Mas nunca funcionará bem se for dominada pelos mais poderosos que apenas pretendem aumentar o seu poder e explorar em seu benefício os recursos de todos, principalmente dos mais pobres.
Transcrevo um comentário que coloquei no mesmo post no blog Do Miradouro:
A ONU foi uma criação da América para substituir a Sociedade das Nações, portanto o objectivo era garantir estabilidade no mundo ao gosto dos americanos.
Nesse sentido, o Conselho de Segurança, órgão fundamental para a paz mundial, tem como membros vitalícios e com direito de veto os vencedores da II Guerra Mundial.
Bastam estes dados para perceber que não pode ser eficiente, para criar bem-estar e felicidade a toda a humanidade.
O mundo não pode continuar a ser dominado pelos interesses exploradores dos mais ricos. Os G8 e G20 não podem dominar o mundo ao sabor dos interesses dos seus elementos. Para haver mais equidade, justiça social e apoio justo ao desenvolvimento e à solução dos desentendimentos entre Estados é preciso que, em grupos com poder sobre a vida da humanidade, haja representantes de países pobres numa percentagem suficiente para que os mais ricos não cheguem a ter dois terços dos votos, a fim de não poderem decidir, a seu gosto e interesse, os mais graves problemas do Globo.
Os problemas devem ser resolvidos por maioria e aqueles mais importantes para a tranquilidade mundial, devidamente citados nas regras de funcionamento, devem exigir maioria de dois terços, afim de não serem impostas soluções pelos poderosos aos menos ricos.
Esta crise actual qu afecta gravemente todos os países mais pobres, surgiu na sequência de abusos do poder nos Países mais ricos.
A posição do Papa coincide com o que tenho dito repetidamente. A encíclica tem uma força importante e oxalá seja tida em consideração pelos países poderosos. Mas tenho dúvidas.
Abraço
João
Caro Leão Pelado,
Diz o povo «de boas intenções está o Inferno cheio». Tudo nasce com intenções intocáveis, mas no ambiente social em que cada um quer aumentar o seu benefício, com ambição e vaidade, tudo acaba por se estragar, porque não há uma supervisão honesta que exija responsabilização permanente pelo mínimo desvio. Sem controlo, o funcionamento começa a viciar-se e a fugir da rota inicialmente traçada.
Se houver um sistema em todos os escalões em que os representantes dos países mais pobres possam reclamar e apresentar propostas e sugestões e em que nas votações haja liberdade de forma a não serem explorados os menos protegidos, a Organização Internacional que substituir a ONU será mais eficiente do que esta.
A Sociedade das Nações que antecedeu a ONU foi eliminada e substituída, e a ONU também tem de o ser. Já devia ter sido.
Abraço
João
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