Segundo notícia com este título, cinco pontes do IP3, na zona da Barragem da Aguieira, de construção relativamente recente, carecem de obras nos pilares. «Segundo a análise feita por especialistas, com o acompanhamento de técnicos do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), o problema foi detectado nos pilares que estão em contacto com a água, atacados por uma espécie de "envelhecimento precoce", que tem origem na conjugação da fraca qualidade do betão utilizado na construção e da composição da água.»
Esta notícia sugere várias dúvidas sobre as quais se esperam esclarecimentos de comentadores afectos ao Poder que por aqui surgem ocasionalmente com insinuações nada clarificadoras sobre os temas.
Como se justifica que ainda existam pontes romanas com utilização segura enquanto estas precisam de obras após poucos anos de existência?
Como foi feita a fiscalização do projecto e da construção, em interesse do «dono da obra», que não verificou a má qualidade da construção?
Qual a idoneidade e o sentido da responsabilidade dos fiscais? Que interesses provocaram a sua eventual negligência?
No que respeita à «conjugação da fraca qualidade do betão utilizado na construção e da composição da água», parece nada haver de imprevisível, pois tanto um factor como o outro eram determináveis no momento do projecto e da construção. Isto faz pensar qual seria a derrapagem dos custos e dos prazos da obra, o que pode levar a concluir por eventual conivência ou cumplicidade de construtor, dos fiscais e da entidade pagadora.
Estas dúvidas sugeridas por um raciocínio lógico e preocupado com os prejuízos para o Estado e, mais directamente, para os utilizadores da via, merecem ser esclarecidas com meticulosidade. Por outro lado, o facto de esta situação ter sido detectada durante a elaboração do caderno de encargos para a construção da auto-estrada Coimbra-Viseu, pode ter a ver com o interesse em justificar custos mais elevados para esta via.
Quando há dúvidas, são exigidos esclarecimentos transparentes que nada deixem na penumbra.
O novo amanhã*
Há 5 horas
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