sábado, 24 de outubro de 2009

Qualquer guerra é uma tragédia evitável

Foram muitas vezes aqui abordados os temas «conversações», «negociações» e «paz» (procure cada um destes itens através da caixa de pesquisa do blogue) e, como noutro post recente ficou escrito, não se tratava de mera utopia ou imaginação lunática, mas de um desejo convicto e uma percepção de que isso é possível, assim haja cérebros iluminados à frente dos Estados. Se todas as guerras terminam num tratado de paz à mesa de conversações, pergunta-se porque não fazer conversações e negociações em vez de guerras que destroem vidas e recursos materiais, históricos e culturais?

Repito aqui estas palavras por ter lido hoje as seguintes notícias
«Bombardeamento norte-americano mata 22 pessoas no Paquistão»e «Quatro civis mortos por soldados da OTAN no Afeganistão» e ficado com vária interrogações acerca da sanidade mental dos causadores destas perdas de vidas e a destruição de património e recursos variados que se perdem estupidamente. À pergunta «quem ganha com estas devastações?» é fácil responder que são os industriais de material bélico e fornecedores de todos os serviços logísticos necessários aos militares. Mas as decisões de fazer a guerra cabem aos políticos, o que levanta a questão da fonte do Poder, de quem manda realmente na vida internacional.

Das guerras mais recentes – Somália, Sérvia Kosovo, Irão, Afeganistão – dificilmente se compreendem motivos que as justifiquem inteiramente e que, mesmo em termos materialistas, mostrem vantagens nas decisões tomadas. E a mais preocupante dúvida refere-se ao papel da ONU, e das vantagens da sua existência no tocante ao problema da Guerra e da Paz. Os resultados não são nada eloquentes e lisonjeiros.

Quando será que os estadistas do mundo, principalmente das grandes potências, decidem acabar com a belicosidade e recorrer mais decididamente à diplomacia. Por exemplo quando se acaba com a ilusão da «não proliferação nuclear» e se decide a eliminação de todas as armas nucleares existentes? Tal como hoje está, havendo igualdade de direitos entre os Estados, nenhum tem o direito de possuir tais armas e querer impedir os outros de as adquirirem. Portanto a melhor solução é a sua eliminação total sem excepção.

2 comentários:

Fernando Vouga disse...

Caro João Soares

Em teoria, concordo consigo.
Mas existe um vírus terrível, que se chana poder, que está por detrás de todos os conflitos.
Na ânsia de conservarem e aumentarem o poder, os políticos tudo fazem para não o largar. Dizem-se patriotas, mas estão dispostos a desgraçar o povo que dizem governar. E, quase sempre, arrastam na sua loucura outros povos que nada têm a ver com isso.
Daí que costumo colocar-me na oposição política a todos os aventureiros que sonham com o poder absoluto. Porque toda a concentração do poder leva à catástrofe.

A. João Soares disse...

Caro Amigo Vouga,

Tem muita razão. A realidade é muito madrasta, muito divergente do ideal cívico, moram e ético. Por isso, não devemos ter receio de puxar a teoria um pouco para o alto, como um ideal de que nos devemos aproximar embora sem possibilidade de o atingir plenamente.
As desgraças que os povos do Afeganistão e do Iraque estão a sofrer por variadas formas devem merecer um pouco de atenção por parte dos pensadores e analistas imparciais e isentos que não estejam a pagar favores às grandes potências, à ONU e à NATO.

Um abraço
João