Em democracia, há separação de poderes e o órgão Máximo de cada poder tem atribuições constitucionalmente bem definidas e deve cumpri-las para que a palavra «democracia» tenha autenticidade. Um parlamento, sede do poder legislativo, não deve prender-se com discussões apalhaçadas, nem com guerrinhas do alecrim e da manjerona, mas deve assumir as suas atribuições com sentido de Estado e ter sempre presente os interesses nacionais e a melhoria das condições de vida dos cidadãos, sem nunca perder de vista os superiores objectivos nacionais.
Nestas condições e independentemente de poder ter havido eventuais pressões não confessadas, o «Parlamento afegão chumba dois terços dos nomes escolhidos para ministros», evidenciando o seu poder e a concretização de uma estrutura do Poder inteiramente assumida. Dezassete dos 24 nomes foram rejeitados, entre os quais alguns dos mais próximos aliados do chefe de Estado, Presidente Hamid Karzai.
A aprovação da equipa governamental é uma das raras áreas em que o Parlamento tem poder efectivo. O sistema de voto secreto encoraja os deputados a votarem contra figuras poderosas, como aconteceu com Ismail Khan, afamado líder da guerrilha contra a ocupação soviética e os taliban, observou a Reuters.
Se o Parlamento tem tais poderes, se os deputados foram eleitos e, como tal, assume-se que são dedicados ao seu Pais, este resultado será positivo. Porém, como em política raramente as decisões são as mais adequadas aos interesses do País e como os políticos se podem subordinar a interesses não declarados, então o Afeganistão poderá continuar num impasse, por o Presidente vir a resignar. E demorará a eleição do substituto.
E nós por cá o que vamos aprender com isto?
Lápis L-Azuli
Há 22 minutos
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