segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Guterres possível representante da ONU no Afeganistão

Kai Eide, actual chefe das Nações Unidas em Cabul termina o seu mandato em Março e não quer ser reconduzido. António Guterres que foi primeiro-ministro português entre 1995 e 2002 e é chefe do ACNUR (Alto Comissariado da ONU para os Refugiados) desde 2005, faz parte da curta lista de cinco nomes em apreciação.

Amado, MNE, disse que se a opção sobre Guterres se confirmar, esta significará “o reconhecimento do mérito indiscutível que o engenheiro António Guterres tem assumido à frente de uma das agências mais importantes da ONU”.

Quanto ao enviado da ONU agora cessante, Kai Eide, os EUA criticaram a sua actuação em várias ocasiões, tendo havido um debate sobre o seu perfil: os norte-americanos queriam alguém que “mandasse”, que coordenasse os esforços do Governo com os das forças militares da NATO e dos embaixadores dos países importantes, mas outros temeram que essa figura anulasse Karzai.

O cargo não é fácil, mas Guterres é perito no diálogo e paciente para esperar resultados a seu tempo. A experiência no ACNUR tem-lhe dado traquejo nos contactos com gentes diferentes dos ocidentais, o que constitui um trunfo e uma garantia de bom desempenho nas suas funções.

Portugal beneficia com a nomeação por ser mais um cartaz bem visível da nossa existência e dos valores de que dispomos.

2 comentários:

Fernando Vouga disse...

Caro João Soares

Há algo que me ultrapassa (o que não é de estranhar porque não sou omnisciente).
Como é que Guterres e Barroso, dois falhados que fugiram às suas responsabilidades como governantes, conseguem tachos dourados em tão elevadas organizações internacionais?

A. João Soares disse...

Caro Vouga,

Afinal parece que não vai.
A sua pergunta é muito pertinente. Isso mostra como as organizações internacionais são primárias, uma impostura sem utilidade senão para os que lá vão ganhar bateladas de «money».

Recorde-se que hã mais de meio século a ONU prometeu fazer um referendo na Caxemira a fim de se encontrar solução para a sua partilha entre a Índia e o Paquistão. Caso parecido se passa no Sara Ocidental, e Marrocos está a beneficiar com os fosfatos do Saraui. Na Birmânia (Myanmar) a vencedora das eleições de Maio de 1990, foi impedida pela Junta militar de tomar posse e a situação mantém-se há quase 20 anos. Israel e a Palestina continuam em conflito, sem a ONU encontrar solução aceite pelas duas partes.
Qual é o papel da ONU?
E no Darfur (Sudão)? E em Cabinda (Angola)?

Um abraço
João