quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Método sensato na AR

Transcrição, seguida de Nota final.

O caminho certo...
Correio da Manhã. 06 Janeiro 2010. Por Eduardo Dâmaso, Director-Adjunto

Finalmente o Governo anunciou a intenção de negociar o Orçamento do Estado. Depois de apelos do Presidente da República e dos partidos da Oposição, em particular de Paulo Portas, que começou mais cedo do que todos os outros, os dados do jogo estão novamente lançados.

Lançou com que objectivo?

Mais um acto de dramatização política, para que o PS possa surgir como vítima aos olhos do eleitorado?

Mais uma instrumentalização política do Orçamento em vez de uma negociação que viabilize um mínimo de estabilidade política?

O jogo das condições, dos avanços e recuos, é absolutamente normal e faz parte dos elementos típicos de uma maioria relativa.

O que seria bom, mesmo muito bom, era que a eventual negociação do Orçamento servisse para alguma coisa.

Que se chegasse a algum lado na travagem da espiral de endividamento externo, desequilíbrio das contas públicas e de penalização da classe média que é cada vez mais inevitável.

Que se aproveitasse a precariedade da situação política para evidenciar o mais alto sentido de Estado, o que muito dignificaria o sistema partidário, concertando boas soluções que ajudem a economia do País a melhorar.

Para mais do mesmo – dramatizações inócuas e artificiais – não vale a pena. Por uma vez, que o bom caminho seja trilhado.

Eduardo Dâmaso, Director-Adjunto

NOTA: O mal parece não estar nas pessoas, mas no funcionamento do regime que lhes permite abusos contra os interesses nacionais e postergando o sentido de Estado para último plano. Já em 30 de Agosto de 2008 no post. «Reforma do regime é necessária e urgente» se sugeria um pacto de regime com um código de conduta assinado por todos os partidos em que fiquem bem claros princípios de comportamento dos governantes e das oposições, sem restringir as suas ideologias específicas, mas em decisões importantes para o furo do País, poderem chegar por consenso a soluções que sejam respeitadas pelos governos seguintes. Assim poderá ser obtida a convergência de recursos e esforços para a consecução dos objectivos nacionais.

As notícias de hoje parecem consonantes com essa sugestão, para o orçamento de Estado de 2010, mas será interessante para o futuro de Portugal, isto é, para as gerações dos nossos filhos e netos, que tal procedimento se torne um comportamento regular dos partidos representantes dos Portugueses na AR. Isto não deve significar que a opinião de um partido se imponha incondicionalmente às dos outros mas que das opiniões de todos saia uma solução mais adequada aos interesses nacionais.

2 comentários:

Diogo disse...

Que orçamento de Estado quando eles se preparam para levar o país à bancarrota com elefantes brancos cada um maior que o outro?

A. João Soares disse...

Caro Diogo,

Os políticos andam cegos com a visão míope focada nos interesses pessoais e na ânsia de não perderem o tacho e de arranjarem outros.
Ignoram os interesses do Estado, pensam que Estado é o conjunto de tachos rendosos que sugam.
Mesmo quando estão de acordo entre si temos que desconfiar porque se trata de uma tramóia para lesar os portugueses e legalizar vigarices, como aconteceu com a Lei de Financiamento dos Partidos que foi referida no post E todos concordaram. Nela, segundo foi dito na TV por Ricardo Rodrigues, pretendia-se tornar legal as aldrabices dos partidos que facilitavam a lavagem de dinheiro sujo, a corrupção, o compadrio com empresas de construção e outras malandrices-. O comportamento ia continuar, com a diferença que passava a ser legal!!!
É esta a moralidade dos políticos. E é esta a razão dos grandes investimentos tipo TGV, aeroporto, auto-estradas, encomenda do Magalhães sem concurso público, encomendas de centenas de «estudos» a gabinetes de amigos (embora tenham centenas de assessores , que dessa forma mostram serem inúteis, parasitas do erário), Enriquecem e fazem enriquecer os amigos coniventes, à custa do suor dos portugueses que cada vez apertam mais o cinto.

Um abraço
João