O seu a seu dono. O artigo de Paulo Martins no Jornal de Notícias, depois de várias notícias sobre a decisão de Manuel Alegre vir a candidatar-se às presidenciais, levanta várias reflexões. A primeira é o factor idade. Se o futuro de Portugal pertence às gerações mais jovens, porque razão o cargo de PR há-de continuar a ser um hobi de reformados para quem o futuro já não tem grande significado? Principalmente num caso em que a saúde já causa preocupações e o coração deve ser poupado a situações de stress e de emoções fortes.
Outra reflexão vem do Extremo Oriente, em que a China, que tem tido um desenvolvimento aproximado dos dois dígitos ao ano, tem procurado dirigentes e governantes do sector que mais a preocupa, tem uma grande percentagem de engenheiros no poder, principalmente engenheiros hidráulicos. Segundo esse critério, Portugal talvez se devesse orientar para os gestores e economistas. Mas alguém que se tem tornado público como bom poeta e declamador dos seus poemas, com voz bem timbrada e colocada, não constitui um trunfo muito válido para se sair da crise e criar um futuro brilhante para os que agora são crianças e jovens.
Em tudo isso, quando se esperava que surgisse alguém com mais ou menos 40 anos, cheio de aspirações para o seu próprio futuro e os da sua geração, eis que se apanha com um balde água fria ao saber que António José Seguro e a estrutura da JS se propõem apoiar Alegre. Fica-se na dúvida de as reflexões anteriores serem desprovidas de lógica ou de a juventude estar mais degradada do que diz a opinião geral dos idosos portugueses.
Neste ponto de que depende a imagem de vitalidade do País, verifica-se que, ao contrário do que se diz quando se afirma haver na humanidade conflito de gerações, em Portugal tal conflito não existe por falta de comparência da parte mais jovem. Parece que os jovens nasceram já com o vício de que «a política é a arte do possível», que o melhor é «não fazer ondas» e alinhar nas tácticas de intriga e tricas inter-partidárias, olhando apenas para o umbigo e aceitando que o destino e algum santo tratarão do futuro. Com isto, as perspectivas do amanhã são cada vez mais negras.
A Decisão do TEDH (395)
Há 23 minutos
3 comentários:
Cada vez compreendo menos para que serve um Presidente da República.
Caro Diogo,
É uma figura decorativa que fica mais cara aos contribuintes do que a família real espanhola. É fruto de uma Constituição elaborada em época de instabilidade e indefinição e que ainda não houve coragem para tornar eficiente, mais sucinta e com o essencial.
O PR é mais uma pessoa a quem os jornalistas gostam de fazer perguntas e que, para não criar problemas, faz uma ginástica difícil para fazer que responde sem nada dizer.
Entretanto dá condecorações a outras figuras decorativas e esquece aqueles que fazem algo real e valioso por Portugal.
Um abraço
João
Manuel Alegre? Esse gajo nunca fez nada na vida e quer ser presidente? Só se for dos calaceiros.
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