quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Carreira dos políticos

Já por aqui deixei em vários textos, principalmente comentários, esta ideia, expressa por palavras simples de um cidadão comum, sem o saber e a autoridae de advogado de José Luis Seixas, autor do texto que transcrevo do Destak de hoje. Admito que haja eventuais excepções, mas isso é próprio de todas as regras pois, como diz o ditado, não as há sem elas… Eis como se criam os «boys»:

Bons rapazes
Jornal gratuito Destak, 23 | 02 | 2010 Por José Luís Seixas, Advogado

Duma forma geral, nos países do Primeiro Mundo as lideranças políticas forjam-se em percursos pessoais assinaláveis feitos nas universidades, nas empresas ou nas profissões liberais. Todas exibem currícula suficientes para suportar e legitimar ambições de poder. A política é, pois, a decorrência de uma vida com biografia.

Em Portugal, principalmente a partir dos anos 80, os partidos iniciaram um processo de insaciável tentacularidade que ainda hoje persiste. Assumiram estruturações organizacionais herméticas e através delas tentaram absorver as pulsões sociais e secar a cidadania.

Potenciaram o “carreirismo”, servido por jovens com itinerários iniciáticos feitos nas organizações de juventude e que, por decorrência de uma militância alinhada e acrítica, se viram catapultados a Câmaras, ao Parlamento, ao Governo e ao sector empresarial do Estado.

A legitimidade brandida não radicava na formação, na competência ou na experiência de vida, mas em trajectos partidocráticos feitos de cumplicidades, de compromissos e de engajamentos. Hoje este paradigma de progressão individual na política transformou-se em estilo e em forma de vida que atravessa horizontalmente toda a denominada “classe dirigente”. Ora, com estes “bons rapazes” difícil será a reforma dos partidos e do sistema político.

Apesar de dramaticamente urgente. Mas o instinto de preservação da espécie é uma característica do mundo animal. E do mundo político também.

2 comentários:

Diogo disse...

De uma forma ou de outra, quem domina o poder político é o poder económico e financeiro. Seja um puto das jotas, seja um professor universitário, é seguramente um vendido. Talvez o segundo tenha mais categoria que o primeiro.

A. João Soares disse...

Caro Diogo,

Esta escola de formação profissional é uma moléstia terrível para Portugal. Há vários aspectos que marcam o crescimento de um povo, mal integrado em valores éticos e morais. A cultura ou incultura nacional está a descambar para a mediocridade, para a mentira, a corrupção, a vaidade e o deslumbramentos de uns deficientes mentais que o povo aceita e aplaude.
Seria bom que nos media surgisse um punhado de bons jornalistas que contribuísse para a recuperação dos mais altos valores nacionais, e arregimentasse os jovens em concursos e «jogos florais» em que eles se concentrassem naquilo que é essencial e, depois, enfatizassem da forma mais visível os premiados. Fica aqui esta sugestão.

A economia, o ensino e tudo o que pode levantar Portugal vai caindo nas mãos de políticos sem qualidade, como os «professores» que deram os canudos ao Vara e a Sócrates. A própria Justiça está pressionada, como se vê em todos os «casos», da Casa Pia, do Freeport, do Apito dourado, da Face Oculta, das Facturas falsas, etc, etc.
A propósito de Justiça, o País tem os melhores cidadãos na Política, pois não há neles nenhum condenado. Certamente, no BPN ou no BPP, tal como aconteceu no BCP, não haverá condenados.

Um abraço
João