Portugal chegou a um estado patológico de tal gravidade que o clínico não pode dizer ao doente toda a verdade porque, com isso, pode provocar a morte por colapso súbito. Temos que continuar iludidos com mentiras piedosas que nos afundam cada vez mais no pântano pestilento já previsto por António Guterres quando abandonou a política nacional.
O facto mais recente que deve estimular as reflexões dos portugueses vem das palavras do PR referidas na notícia «Cavaco não acredita no desconhecimento do Governo sobre o negócio da PT/TVI» sobre a qual alinhavo as primeiras ideias que me surgiram de supetão
Aquilo que Cavaco Silva deixa de afirmar, aquilo em que acredita ou em que deixa de acreditar, o que «pensa que», tudo isso mostra que não estamos num País de transparência, de lei igual para todos, de responsabilidades dos detentores de cargos públicos, de Justiça equitativa, rápida e independente de outros poderes, enfim, de VERDADE.
Se o PR não acredita em muitas coisas, o povo também, por mais falta de informação não pode acreditar em ninguém. Os políticos chamam-se uns aos outros mentirosos e outras coisas piores, e eles conhecem-se bem. Nisso, o povo deve acreditar. Não são gente de confiança, a quem se possa comprar um carro usado.
Acredito no PR quando diz que “Não me esqueço que por trás da crise financeira internacional está a violação de regras éticas”. Realmente, a ética faz muita falta na gestão dos superiores interesses da Nação, dos portugueses. Faz falta na actividade de quem toma decisões que afectam os outros, os interesses públicos, os dinheiros sacados aos contribuintes, os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos.
Mas não gostei de ler o que o PR disse “Serei sempre um referencial de estabilidade política” porque isso poderá traduzir-se por não se importar de estar a contribuir para a estagnação (Ver os posts «Estabilidade ou estagnação?» e «As peias do legalismo»)
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