A notícia do JN de hoje «Ofertas de salário são 9€ mais baixas que subsídio» traz à luz uma situação que parece irreal, por traduzir um incentivo à ociosidade, à recusa em trabalhar. É simples de ver, embora pareça que os governantes não conseguem compreender.
Ora vejamos: O salário mínimo nacional (remuneração por um mês de trabalho) é de 450€, mas o subsídio de desemprego (pago a quem não trabalha) é de 532€ (mais 18% do que recebem os que vencem o salário mínimo nacional!!!).
A notícia refere que em 2009, em média, as entidades patronais propunham aos candidatos inscritos em centros de emprego, para um trabalho a tempo inteiro, 523€ que, embora seja 16% acima do salário mínimo nacional, acaba por não ser aceite pelos candidatos porque continuando com o subsídio de desemprego recebem mais 9€. E como há situações em que a recusa faz perder o subsídio, alguns aceitam ir trabalhar durante um mês e depois entram novamente no desemprego, para ganharem mais e sem terem de cumprir horário, de aturar patrão e de trabalhar um pouco.
Parece que não há falta de oferta de emprego, mas há um atractivo subsídio de desemprego que é ofensivo para quem ganha o salário mínimo e que dificulta a satisfação da procura de trabalhadores por parte dos empresários.
Sugere-se a leitura da notícia para ter a noção do erro do sistema e dos brandos costumes, conivências e aproveitamentos, ligados à falta de rigor e de clareza das manhas praticadas pelos interessados e pelos tolerantes.
A Decisão do TEDH (402)
Há 5 horas
1 comentário:
Mais de duas semanas depois de publicado este post, o seu título, com ligeira alteração, é utilizado por um líder de bancada parlamentar, como se vê no título desta notícia do jornal PÚBLICO. Líder parlamentar do CDS-PP defende que Estado não deve "financiar preguiça"
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