Transcrição do blog «Povo»
Buraco Moral
João César das Neves
Perante o ataque especulativo contra a dívida portuguesa, Governo e oposição perceberam finalmente que a situação é grave. Pode-se criticar a lentidão, mas mais vale tarde que nunca. Quais foram então as medidas tomadas para provar ao mundo a nossa seriedade no combate ao défice? Especulou-se sobre muito mas na reacção inicial foram tocadas apenas duas áreas: o subsídio de desemprego para descer e as grandes obras públicas para manter.
O que mais espanta é a naturalidade com que se tomou esta atitude. Um Governo do Partido Socialista não encontra nada para cortar, num Orçamento de Estado que ocupa metade do produto nacional, a não ser os pagamentos aos desempregados?! Os responsáveis explicaram que as condições de atribuição dos apoios eram demasiado generosas, desincentivando a procura de emprego.
Mas se é assim então deviam ter sido alteradas logo, não quando os mercados duvidaram das contas. Afinal, o desemprego não começou a subir ontem.
Há várias explicações para este comportamento insólito, mas a mais assustadora é a mais plausível. A nossa classe política (e a oposição não se pode pôr fora) está tão estrangulada pelos interesses instalados que, perante a emergência financeira, vai atingir os mais fracos para não beliscar os poderes superiores.
Esta reacção, muito mais que a instabilidade nos mercados, revela a gravidade da nossa situação. Quando os socialistas não encontram ninguém para prejudicar senão desempregados, o país está mesmo num grande buraco. Não económico-financeiro, mas político-moral.
Um mês e muitos pesadelos depois
Há 6 horas
2 comentários:
Caro João,
Não posso estar mais de acordo e pensando no post da NÁ, no Sempre Jóvens direi "É TEMPO DE MUDANÇA" e JÁ!!!
Um abraço amigo.
Caro Luís,
Em questão de mudança, é preciso muita ponderação. Não se deve dar um salto sem conhecer o local da queda. Pot falta de preparação do dia seguinte, o 25 de Abril fracassou muito em relação às intenções que o fizeram acontecer.
Depois da grande mudança que irá acontecer no mundo resultam duas coisasa: os actuais políticos vão ter uma vida amargurada, se não forem desta para melhor e os outros têm que obedecer disciplinadamente aos chefes chineses e aqueles que eles escolherem para os servirem directamente. Assim conseguirão mais rentabilidade, maior produtividade, menos consumo supérfluo, de luxo e de ostentação, mais exportação e menos importação e mais desenvolvimento económico.
Escreve para depois veres se acertei ou não!!!
Um abraço
João
Do Miradouro
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