Transcreve-se o seguinte artigo, que evidencia, uma aparente falta de senso e de sentido de Estado que merece ser ponderado e dar lugar a uma revisão da situação referida.
Mercado livre
Jornal de Notícias 8 de Maio de 2010, por Paulo Baldaia
Esta semana ouvi do professor José Reis a seguinte questão: "Se o Estado precisa de financiamento porque teima em pedir dinheiro lá fora com juros altos e oferece juros baixíssimos nos certificados de aforro?". A questão poderá não ter sido formulada exactamente assim, mas o que deixava José Reis perplexo é o mesmo que nos deve deixar a cada um de nós, cidadãos a quem pedem poupança e exigem que paguem o que já foi pedido emprestado.
Sabendo que Portugal está a pagar lá fora juros a rondar os 6%, fui ao site do Instituto de Gestão de Tesouraria e do Crédito Público saber quanto é o que o Estado me estava disposto a pagar se eu lhe emprestasse as minhas poupanças para ajudar a saldar as contas com o estrangeiro. Está lá, no topo da página do IGCP: "A taxa de juro bruta para novas subscrições de Certificados de Aforro, Série C, em Maio de 2010 foi fixada em 0,797%".
Admito que os especuladores internacionais andem a atacar Portugal para receberem mais uns cobres, aceito que em defesa do dólar queiram atacar o euro, mas não percebo a razão pela qual o meu país e quem o governa prefere apostar tudo nas mãos desses senhores em vez de pagar aos portugueses que compram certificados de aforro 3% - metade do que paga aos estrangeiros. Haveria muito mais gente a comprá-los.
Bem sei, e tenho-o defendido incessantemente, que é preciso trabalhar mais e melhor. Bem sei que é preciso viver com o que se ganha e poupar para os infortúnios. Mas também sei que esta crise não é só culpa dos malandros dos especuladores sem rosto, é também dos políticos que por esse mundo fora alimentam o famoso mercado.
Mercado livre
Jornal de Notícias 8 de Maio de 2010, por Paulo Baldaia
Esta semana ouvi do professor José Reis a seguinte questão: "Se o Estado precisa de financiamento porque teima em pedir dinheiro lá fora com juros altos e oferece juros baixíssimos nos certificados de aforro?". A questão poderá não ter sido formulada exactamente assim, mas o que deixava José Reis perplexo é o mesmo que nos deve deixar a cada um de nós, cidadãos a quem pedem poupança e exigem que paguem o que já foi pedido emprestado.
Sabendo que Portugal está a pagar lá fora juros a rondar os 6%, fui ao site do Instituto de Gestão de Tesouraria e do Crédito Público saber quanto é o que o Estado me estava disposto a pagar se eu lhe emprestasse as minhas poupanças para ajudar a saldar as contas com o estrangeiro. Está lá, no topo da página do IGCP: "A taxa de juro bruta para novas subscrições de Certificados de Aforro, Série C, em Maio de 2010 foi fixada em 0,797%".
Admito que os especuladores internacionais andem a atacar Portugal para receberem mais uns cobres, aceito que em defesa do dólar queiram atacar o euro, mas não percebo a razão pela qual o meu país e quem o governa prefere apostar tudo nas mãos desses senhores em vez de pagar aos portugueses que compram certificados de aforro 3% - metade do que paga aos estrangeiros. Haveria muito mais gente a comprá-los.
Bem sei, e tenho-o defendido incessantemente, que é preciso trabalhar mais e melhor. Bem sei que é preciso viver com o que se ganha e poupar para os infortúnios. Mas também sei que esta crise não é só culpa dos malandros dos especuladores sem rosto, é também dos políticos que por esse mundo fora alimentam o famoso mercado.
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