Em artigo de hoje no Correio da Manhã, António Ribeiro Ferreira escreve:
Turras no Governo: Teixeira já está farto do Silva
«É uma guerra surda no Governo. Tudo começou com o PEC.
O ministro das Finanças e o seu colega da Economia andam verdadeiramente às turras. Vieira da Silva não perde a oportunidade de desmentir em público Teixeira dos Santos. A última cena aconteceu por causa da legislação laboral. O segundo admitiu uma revisão, o primeiro disse que não estava na agenda. Teixeira dos Santos não gostou e já desabafou com Sócrates que começa a ficar farto do colega ‘esquerdista’ da Economia»
Não é caso virgem nem único.
Há uma dúzia de dias Sócrates recusa pôr o défice na Constituição, contrariando a posição tomada na UE Por Luís Amado, ministro dos Negócios Estrangeiros, que alinhou com Angela Merkel na defesa de um tecto constitucional à dívida e ao défice.
Surgiu depois, em 5 de Junho, a notícia de que Luís Amado em vias de abandonar governo de Sócrates, o que tinha lógica porque um MNE não pode continuar em funções se for desautorizado pelo seu chefe de Governo e perder credibilidade em frente dos seus pares internacionais.
No dia seguinte surgiu a notícia de que Sócrates garante que Amado fica no Governo.
No dia 11 «Luís Amado lembra bom exemplo da constitucionalização do limite do défice alemão»
Em 12 surgiu a notícia que traz um aspecto de cedência por respeito aos interesses nacionais Amado não sai porque o País está em crise que diz:
«O ministro dos Negócios Estrangeiros afasta cenário de demissão, mas insiste na ideia de um tecto constitucional para o défice.
A crise é o que segura Luís Amado no Palácio das Necessidades. O ministro dos Negócios Estrangeiros afastou ontem o cenário da sua demissão do Executivo, justificando-se com a situação grave que o País vive, mas não escondeu ter divergências com Sócrates.»
O argumento que parece ter sido decisivo para a cedência de Luís Amado foi a crise, o que tem, lógica porque se uma equipa tem sempre que agir com muito equilíbrio e espírito de cooperação e entre-ajuda, em crise o esforço para a coesão tem que ser acrescido, com menor margem de erro, e expondo-se menos riscos. Em tais circunstâncias, é exigida uma liderança mais competente , inteligente, eficiente e com método rigoroso, com muita atenção ao princípio de pensar antes de decidir . Gritos e arremessos de telemóveis contra a parede ou para o chão não demonstram coragem nem sensatez e, pelo contrário, fazem perder credibilidade e confiança nas qualidades de chefia, de serenidade e bom senso.
Num trabalho de equipa, todos os sectores interagem e precisam de uma acção permanente para manter a coesão, a unidade de doutrina, enfim, a eficiência da equipa. O diálogo e a procura das melhores soluções e os pequenos ajustes na acção para se manter na linha estratégica pretendida, são uma exigência constante.
Devem ser dadas razões ao povo para confiar que os timoneiros conduzirão o barco para lá da tormenta e aportarão a porto seguro.
Rapidinhas de História #11
Há 49 minutos
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