Há a tendência de atribuir ao Governo, aos políticos, as culpas de todo e qualquer mal, como se estivéssemos num regime paternalista, ditatorial em que fôssemos apenas ovelhas sem precisar de pensar e apenas bastando seguir o pastor.
O pequeno texto, extracto do artigo de hoje de Manuel António Pina coloca em evidência essa mentalidade, que orienta muitas manifestações da parte de empresários que, sem correr riscos, querem obter os maiores lucros, usando o mesmo critério dos políticos que querem manter as regalias e mordomias, colocando os contribuintes a pagar a crise, resultante das más governações sucessivas
À boleia da crise
Jornal de Notícias. 18-06-2010. Manuel António Pina
Os empresários estão preocupados com a situação do país (os empresários nunca estão preocupados consigo, mas com o país) e querem "rever as bases da competitividade, nomeadamente os custos da mão-de-obra" e correr menos riscos para "contratar e despedir pessoas".
Que empresários são estes que querem ter lucro sem correr riscos? E ser "competitivos" pagando menos e exigindo mais aos seus trabalhadores?
É sabido que Portugal é um dos países da Europa onde se trabalha mais e onde os custos laborais são mais baixos. E sucessivos estudos internacionais demonstram que a baixa produtividade das empresas portuguesas resulta sobretudo da má qualidade da gestão e do deficiente planeamento e organização do trabalho. Aqui, porém, os nossos empresários assobiam patrioticamente para o lado.
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