O candidato afirma, com legítima vaidade, que nunca viveu do sistema e não tem mais culpas na actual situação do país do que qualquer vulgar cidadão. O mesmo não se passa com os outros candidatos já publicamente referidos que estão na causa da actual crise. E desafia que quem desejar continuar com o sistema que tem vigorado até hoje e que gerou a actual crise grave que vote nos candidatos do sistema. Para Nobre, os “candidatos do sistema” levaram o país “à situação em que está, e têm responsabilidades acrescidas em relação a mim. Se querem por uma vez ter a possibilidade de uma mudança radical...”
Quando lhe perguntam se se considera um homem de esquerda ou de direita, Nobre responde: “mais do que palavras - acho que as palavras estão gastas e esgotadas - são as acções. De palavreado é muito fácil dar-se um carimbo de esquerda ou de direita. Eu demonstrei na prática o que sou, e não foi em seis meses ou num ano - levo 31 anos de intervenção social”. “Na fase em que o nosso país está não é o momento de ostracizar seja quem for. Nós precisamos de nos unir”, acrescenta.
“Se eu chegar a Belém, como calculo chegar, dos dez desígnios nacionais pelos quais eu pugnarei, um deles vai ser a agricultura”, afirmou Fernando Nobre, em declarações aos jornalistas durante uma visita à Feira da Agricultura, em Santarém. Classificou a agricultura como um “sector vital”, lamentando a falta de atenção que lhe tem sido dada.
“Não estamos a dar a atenção devida e, se não estamos a dar, não teremos os investimentos necessários e um agricultor não se prepara de um dia para o outro”,
“Eu sou daqueles que pugno para que, em vez de estarmos a importar cerca de 70 por cento do nosso consumo alimentício, nós poderíamos tentar atingir a auto-satisfação, a auto-suficiência alimentar, [ou], pelo menos, diminuir drasticamente a nossa dependência exterior quanto aos alimentos”.
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