Depois de muitas suspeições e dúvidas, possivelmente, algumas com má intenção, o caso Freeport parece próximo do fim. Como não há burka que substitua a clarificação dos factos, as suspeitas e dúvidas nunca desaparecerão, como se deduz dos títulos seguintes, extraídos de entre muitos outros:
- Relação tensa entre Ministério Público e PJ
Diário de Notícias. 26-07-2010
- Advogados alertaram ingleses para entraves dos partidos
Diário de Notícias. 26-07-2010. Por Carlos Rodrigues Lima
Diário de Notícias. 26-07-2010. Por Carlos Rodrigues Lima
8 comentários:
Caro AJS,
Com o absurdo segredo de justiça que os países que o têm normalmente usam para encobrir e e permitir a impunidade dos políticos, jamais chegamos a saber a verdade. Assim, todas as opiniões são permitidas e disso não podem passar por não se poderem apoiar em qualquer prova, pois que os resultados das investigações são maldosamente escondidos. Não obstante, dizem eles que os tribunais representam a lei e o estado. Ora se os tribunais e a lei são para proteger o povo que deveria ser soberano, como lhe podem os resultados ser escondidos?
Assim, qualquer interpretação não poderá passar disso mesmo.
Caro Mentiroso,
A conclusão que se retira do texto é essa, mas mais outra. É que as suspeitas e as dúvidas são demasiado corrosivas e impedem que se tenha confiança naqueles que delas são objecto. Em qualquer momento mais crítico na vida dos alvos das suspeições estas podem vir à tona com o seu veneno corrosivo. Em terras de gente honesta e com sentido da honra, há pessoas que não resistem ao peso na consciência e acabam em suicídio.
A única solução teria sido a total transparência sem pressões sobre os juízes. Por pior que fosse o veredicto, o futuro seria mais tranquilo e seguro.
Um abraço
João
Do Miradouro
Eu diria mesmo que «as suspeitas e as dúvidas são demasiado corrosivas e impedem que se tenha confiança» na própria justiça. Até porque a arrogância e comportamento dos juízes deduz aguentarem pressões. Se assim não é, é mais uma culpa para eles, mais um prego no caixão da justiça morta e podre, onde só a arrogância ainda mexe.
Com a Polícia é idêntico. São bandos de incapazes que montam um grande espectáculo (literalmente) quando apanham meia dúzia de gramas de haxixe ou uma planta dele, em compra livre ou permitido plantar para uso próprio em tantos países e deixam passar toneladas de coca e de hero. Quando há algum caso em qualquer bairro, no dia seguinte vão lá armar um grande circo para a televisão gravar e mostrar, a fim de que os atrasados mentais sintam segurança e votem nos abortos que para lá mandaram os palhaços. Dizem que faltam polícias e põem-nos nos à porta dos supermercados. Alguém viu coisa semelhante noutro país? Os supermercados pagam os seguranças privados e aqui pagamo-los nós.
Caro Amigo,
Como sempre, as suas palavras são repletas de sabedoria. Como os políticos vivem num mundo de ficção em que se auto-alimentam de arrogância balofa, a sociedade é levada a seguir o mesmo exemplo. Vive em festa artificial enquanto o Titanic se afunda. Os responsáveis fecham os olhos às realidades. A falta de ética generaliza-se, a variedade e grau de violência dos crimes aumentam, e nada se faz para que o futuro próximo e distante seja melhor.
O amigo tem batido incessantemente no aspecto de melhorar a vida da sociedade, a começar pelos comportamentos mais civilizados. É preciso não esmorecer. Há que apelar à ONU que não continue impávida e inútil e faça algo que justifique a sua existência, que defina aos Estados forma de educar as crianças e adultos para que o mundo seja melhor. Já que a ONU para nada serviu e não evitou a invasão do Iraque e a do Afeganistão, que faça algo para tornar mais humano, mais racional o comportamento das pessoas, as decisões dos estadistas, na Justiça, na Educação, na Saúde, na Segurança Interna, na Justiça Social, no combate à CORRUPÇÃO e ao ENRIQUECIMENTO ILÍCITO.
O mundo está a ser conduzido para o extermínio, pela mão de incompetentes e corruptos, que apenas pensa,m na sua riqueza e glória à custa da exploração dos indefesos.
Um abraço
João
Do Miradouro
Peço desculpa, mas não considero que as minhas palavras sejam fruto e qualquer sabedoria especial ou obscura. Para mim são apenas resultado de vontade de observar e compreender por comparação (o que é simples) e jamais se deixar adormecer ou anestesiar pelo que os desinformadores papagueiam ou aquilo com que o marketing político nos quer retorcer a mente (o que é mais difícil). Importante, também, é manter-se impermeável ao sectarismo partidário, sobretudo quando apenas os extremistas da esquerda e da direta, pouco recomendáveis, continuam mais ou menos fiéis aos princípios básicos das suas doutrinas partidárias.
«a sociedade é levada a seguir o mesmo exemplo». É aí que reside a causa nº1. Repare-se nesta frase: «And therein lies the age-old lesson about democracy that we all seem to forget when our guys are in charge: change doesn’t happen without power from below. It’s not enough to chase around Senators and officials whispering in their ears.» - Phil Aroneanu (cientista). (O autor nem um politico é.) [E aí reside a velhíssima lição sobre democracia de que todos parecemos esquecer-nos quando os nossos tipos estão na chefia: a mudança não acontece sem que a força venha de baixo. Não chega perseguir Senadores e entidades oficiais segredando-lhes ao ouvido.]
É o povo quem deve impor aos políticos e não o contrário, como em Portugal.
A ONU? A sua Carta é bem clara quando ao direito à autonomia dos povos e os juízes do TI tomaram-na em consideração sobre o Kosovo, mas o imperialismo dos EUA e a sua ganância pelo petróleo não só impedem Israel sionista de obedecer às resoluções da ONU, como fazem guerras sem justificação nem utilidade.
As outras coisas que refere, deveriam ser da alçada da UE. Contudo, ela abandonou os princípios que regeram a sua fundação, só se ocupa de finanças e está minada pela corrupção. Veja-se uma lista de casos aqui. Também lá está o caso da Marta Andreasen do meu post.
A única possibilidade, como sempre, reside na vontade dos povos em domesticarem os seus políticos. Isto levará muito tempo e esperemos que não seja tarde demais, mas vai-se no bom caminho, ainda que extremamente lento. Deverá levar mais de um século.
Três interessantes notícias que parecem não esclarecer as suspeitas e dúvidas ou a independência e isenção da Justiça. Vejam-se as perguntas que não chegaram a ser colocadas a Sócrates:
- Freeport: MP conclui que tudo não passou de "tentativa de extorsão"
- Sócrates: “A verdade acaba sempre por vir ao de cima”
- Freeport: Procuradores quiseram ouvir Sócrates mas não tiveram tempo
Caro Mentiroso,
Compreendo a sua filosofia. Precisamos de imitar as crianças, fazer perguntas e procurar as respostas. Essa é uma maneira muito curial de obter conhecimento, de investigar.
O nosso povo está apático e abúlico, reagindo docilmente à voz do pastor. Para ele acordar e poder impor a sua vontade aos políticos seria necessário um grande esforço de mentalização, coisa que não parece nada fácil por ir contra os desejos dos políticos que não gostam de pessoas conscientes e com capacidade de crítica.
As perspectivas parecem alimentar pouca esperança. É preciso muita força de vontade para não esmorecer.
Veja o último link do comentário anterior.
Um abraço
João
Do Miradouro
No caso Freeport, poderá ter havido actos pouco edificantes, e surgido muitas suspeitas e dúvidas mas, embora o processo tenha sido encerrado, a falta de clareza e esclarecimento das dúvidas e suspeitas não eliminaram estas, e elas continuam a ser corrosivas da imagem das pessoas visadas. Vejamos as notícias seguintes:
- Freeport: MP conclui que tudo não passou de "tentativa de extorsão"
- Sócrates: “A verdade acaba sempre por vir ao de cima”
- MP sem tempo para fazer 27 perguntas a Sócrates
- Freeport: Procuradores quiseram ouvir Sócrates mas não tiveram tempo
- Freeport: Pinto Monteiro vai abrir inquérito a questões processuais
- Ninguém pediu mais tempo para inquirir Sócrates
De tudo isto, um leitor normal nada encontra que permita tirar conclusões seguras, mas que o cheiro exalado não é nada saudável é uma certeza. É lógico que a falta de transparência leve a suspeitar de que haja cadáveres escondidos no armário.
Enviar um comentário