Perante a notícia de que «Cavaco e Sócrates vão interromper as férias por causa dos fogos», a primeira ideia foi de que quisessem contribuir para o «recompletamento do efectivo» dos bombeiros, depois de ter havido baixas em vários corpos com mortos e feridos, no combate às chamas e nos deslocamentos de e para os locais de actuação.
Mas estava equivocado, pois trata-se de um encontro ao mais alto nível em que também tomará parte o MAI e quadros superiores da Protecção Civil. Será que de tal encontro resultará a paragem imediata das chamas e a detenção dos incendiários ? Os fogos acabarão hoje? Quais serão os benefícios advenientes para os portugueses?
A Política, ciência e arte de gerir os destinos de um Povo, é feita com decisões oportunas e adequadas, mais ou menos do género das sugeridas no post «Fogos florestais. Mais vale prevenir!!! » e não com palavras inócuas, vazias de conteúdo e de elevação como as referidas no post «Fogos testam capacidades de génios» ou com o actual encontro devidamente publicitado, que a comunicação social transformará em «show-off» ou, como dizem os franceses, servirá «pour épater le bourgeois».
Tudo leva a crer que os custos por vezes citados do combate aos fogos revertem em benefício de empresas e instituições para quem isto é um bom negócio mas, por outro lado, ninguém faz uma estimativa dos custos para as pessoas das áreas atingidas pela tragédia e para o ambiente.
Somados todos os custos e libertando-se o Estado do clientelismo dos beneficiados, pode concluir-se que ficaria mais barato e mais benéfico para as populações e para o ambiente fazer tais gastos em trabalhos sistemáticos e organizados de prevenção, na limpeza das matas e áreas rurais, na abertura de aceiros e construção de pontos de água.
Porque não se começa já a estudar e organizar a prevenção para que no próximo ano não haja calamidade semelhante à deste ano? E porque não se fez tal prevenção nos anos anteriores?
Imagem da Net
Lápis L-Azuli
Há 13 minutos
2 comentários:
Os fogos florestais e o desleixo nos cuidados de prevenção têm constituído motivo de preocupação desde há muito tempo, com maior acuidade desde que tive a responsabilidade de criar o Serviço Municipal de Protecção Civil de Loures, mais tarde através de cartas aos directores de jornais e desde há quatro anos na blogosfera. Tive agora o prazer de o amigo Victor Simões me recordar de um post que publiquei em 16 de Agosto de 2006 em que defendia a necessidade de dar prioridade à prevenção.
Prioridade à prevenção dos fogos
Infelizmente, a incapacidade dos governantes ou a sua falta de coragem de contrariar os interesses instalados ligados ao combate ás chamas, permitiu a calamidade que es6amos a atravessar.
Qualquer gesto ou palavras de políticos não têm passado de areia lançada aos olhos dos eleitores, baixos truques da política com p minúsculo. Só fumaça e espectáculo mediático.
É certo que, nas condições actuais das florestas, a alta temperatura do ar encarrega-se a de fazer alastrar a combustão para áreas mais vastas. A boa decisão está em reduzir a carga de combustível e, por outro lado, em punir os incendiários que forem detectados de forma a servir de dissuasor. Aí haveria que rever o sistema de Justiça, pois não seria justo punir severamente quem queima um cerro e deixar impune um governante que incendeia o País inteiro, fechando escolas, encerrando maternidades, retirando centros de saúde, aumentando os impostos, retirando subsídios sociais, abandonando património cultural, histórico, arqueológico, monumental, etc, etc.
João
Nao poderia concordar mais consigo!
Veja o que sobre os incendios escrevi em : http://aquidalgodres.blogspot.com
Um abraco dalgodrense.
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