Um dos aspectos diariamente observados da degradação do civismo, dos valores éticos, com desrespeito pela vida própria de dos outros, é notório no desprezo a que é votada a segurança, a prevenção. O perigo, o risco, deve ser assumido em função do seu grau e da necessidade que a ele obriga, mas esta regra é desconhecida nos comportamentos quotidianos.
Nota-se falta de segurança nos cuidados de manutenção das máquinas e na sua operação, o que justifica a maior parte dos acidentes aéreos, rodoviários, no trabalho, no laser, em casa, na rua, na estrada, etc.
Existe uma mentalidade doentia de desleixo em relação à segurança, uma convicção quase mística de que os acidentes só acontecem aos outros. «Seja o que Deus quiser». Aceitam-se riscos desnecessários que muitas vezes resultam em acidentes graves como o de há dias na A25.
Como se justifica o desleixo de, em Matosinhos, estarem as Bocas-de-incêndio em Brito Capelo secas há cinco anos? Porque é que a autarquia deixou permanecer essa situação durante tanto tempo? Qual foi o papel dos funcionários municipais, dos bombeiros, da população? Que pressão fizeram para o problema ser resolvido? Quais os meios que não utilizaram e podiam ter utilizado para obrigar à defesa pública contra incêndios urbanos?
O título da notícia Homens sofrem mais acidentes laborais, talvez seja devido a mentalidades erradamente viris, que levam a correr mais perigo e a arriscarem-se estupidamente para mostrar valentia.
Há que criar nas pessoas, desde tenra idade, o respeito pela vida, própria e dos outros e a preocupação de não corrrer riscos que não sejam controlados. Mesmo com tais cuidados acontecem azares, mas deixemos os acidentes apenas a eles, e evitemo-los tanto quanto possível. É uma questão de civismo. As famílias e as escolas têm nisso um papel importante.
Imagem da Net.
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