sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Avança a Marinha !!!

Transcrição de artigo seguida de NOTA:

"Marinha não permitirá humilhação da Saúde Naval"
Diáro de Notícias. 10-12-2010. Por Manuel Carlos Freire

Uma dúzia de almirantes no activo, reserva e reforma participaram na assembleia geral extraordinária do Clube Militar Naval sobre a reforma da Saúde Militar.

O almirante Melo Gomes declarou ontem ao DN que "não se pode humilhar a saúde naval nem a Marinha permitirá qualquer humilhação, como nunca permitiu".

O ex-chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), cargo que deixou há cerca de uma semana, falava à margem de uma assembleia geral extraordinária do Clube Militar Naval (CMN), exclusivamente dedicada ao "debate e esclarecimento dos fundamentos, consequências e efeitos, para a Marinha e para os utentes da família naval, da reforma do Serviço de Saúde Militar".

Ao contrário de uma sessão anterior, agora marcaram presença mais de uma dezena de almirantes no activo, reserva e reforma - mais um sinal da instabilidade e conflito aberto no seio das Forças Armadas e com a tutela sobre essa matéria.

"É preciso rever o caminho de concentração que se está a seguir, se se pretende aumentar a eficácia e a eficiência da saúde militar", observou um oficial superior, deixando uma interrogação: "Como é que isso será possível se um departamento [de medicina, por exemplo] tem serviços dispersos por locais diferentes?" (leia-se hospitais da Estrela e Lumiar).

As dezenas de sócios presentes deixaram cair a proposta de avançar com uma providência cautelar para suspender o processo de reforma da Saúde Militar, optando por requerer uma audiência com o recém-empossado CEMA, almirante Saldanha Lopes.

Em função desse encontro, a reforçada comissão representativa do CMN (com mais dois elementos, passando agora a seis) ficou com poderes para requerer audiências ao Presidente da República, ao Governo - na figura do primeiro-ministro, depois de o ministro da Defesa já os ter recusado receber - e aos partidos políticos com assento parlamentar, contaram ao DN alguns dos participantes.

NOTA: Se os governos contam com as Forças Armadas, em qualquer momento, para missões difíceis e arriscadas, elas têm que ter permanente disponibilidade, o que significa desde boas condições de saúde preventiva até às medidas urgentes de socorro e tratamento dos acidentados e feridos adequadas a um completo e rápido restabelecimento. A dedicação dos militares e a sua aceitação corajosa do perigo exige a certeza de um socorro eficaz. E a defesa da Pátria não dispensa tal dedicação incondicional até ao sacrifício da própria vida.



Seguem-se links de artigos relacionados:

AR em alerta sobre a saúde militar
Ministro nega divergências sobre Hospital das Forças Armadas
Projecto do CEMGFA

Imagem da Net

2 comentários:

Fernando Vouga disse...

Caro João Soares

Se há algo que toda a gente sabe é que os militares não têm da parte dos governantes a mínima consideração e respeito. Bem podem grirar, esbracejar, dar com a cabeça nas paredes, que o ministro da defesa (o PM nem se baixa a comentar), tudo minimiza e desmente. Porque sabe bem que os Chefes militares não se podem defender. E, se tiverem a ousadia de o fazer, vão imediatamente para o olho da rua e serem alvo de campanhas de difamação caso tentem contar a verdade.
A onda de propaganda contra os militares, lançada pela actual classe política, surtiu efeitos irremediáveis no prestígio das Forças Armadas. E toda a gente chora amarguradamente o dinheiro gasto com a Defesa e da compra dos submarinos (só para dar um exemplo)fez motivo de chacota.
Bem sei que ainda se consegue pôr na rua algum cerimonial, que se recebem os militares regressados de missões no estrangeiro com discursos de ocasião, mas é tudo para disfarçar.

A. João Soares disse...

Caro Fernando Vouga,

E deste ministro nada se pode esperar de bom. Nem sei como o Bilderberg o convidou para a conferência anual. Ele espera bons dividendos desse facto e aplica a receita de «malhar neles» e de seguir caninamente o chefe de fila.
Quanto a atitudes de militares, não se percebe porque nenhum imitou a saída do Loureiro dos Santos. Mas um dos que o incitaram a tomar tal atitude, logo se pôs em bicos de pés, para ser nomeado para o cargo. Hoje em dia, valores e princípios são usados apenas para discursos de ocasiões festivas.
Por isso merece aplauso este gesto brilhante dos almirantes.

Um abraço
João
Saúde e Alimentação