O desenvolvimento do descontentamento referido no post anterior, segundo algumas opiniões será notório, com sinais de indesejável gravidade, nos fins de Janeiro, quando as famílias se aperceberem claramente que os salários recebidos são inferiores ao habitual, tornando-se difícil fazer face ao aumento de preços dos transportes, do PÃO e de outros produtos essenciais para a alimentação do agregado familiar.
Para o agravamento do descontentamento também contribuem notícias como a Doze gestores públicos levam 1,6 milhões só em salários.O mal não está na publicação da notícia mas, sim, na situação de injustiça social que ela relata e, só peca por não traduzir os valores em quantidades correspondentes de salários mínimos, o que facilitaria aos trabalhadores aperceberem-se das disparidades.
Porém, ao mesmo tempo, aparecem sugestões sensatas e construtivas tendentes a evitar a referida «explosão social espontânea» como, por exemplo, o artigo que a seguir se transcreve, as quais só terão algum efeito se a «mediocridade das elites» o permitir:
Dez sugestões de mudança
Correio da Manhã. 27-12-2010. Por: Luís Marques Mendes, Ex-líder do PSD
Cada português trabalha metade do mês para pagar impostos ao Estado. Temos de o emagrecer.
Portugal passou a última década a estagnar. Para que isto não se repita, urge mudar de vida. Neste fim de ano, eis dez sugestões de mudança.
1. Poder político. Esta é a primeira mudança essencial. Só um governo maioritário cria condições para uma governação eficaz. Um governo que não se preocupe em agradar para ganhar eleições.
2. Competência. Precisamos de escolher governantes e deputados em função da competência e não da fidelidade partidária. Recorrendo mesmo a cidadãos independentes. Só com os melhores podemos vencer.
3. Combate à corrupção. O combate de que os políticos pouco falam mas que deve ser a grande prioridade nacional. É essencial dotar as autoridades judiciais de poderes e meios para investigarem e julgarem de forma exemplar.
4. Justiça. Está um caos. Muitas mudanças urgem, mas há duas essenciais – que o poder político respeite a independência dos magistrados e que os magistrados observem exigências de produtividade. A produtividade tem de chegar à Justiça.
5. Máquina do Estado. Cada português trabalha metade do mês para pagar impostos ao Estado. Às suas empresas, institutos, serviços e mordomias. Temos de o emagrecer e acabar com o regabofe. Libertando recursos para as pessoas e para as empresas. Só elas criam riqueza.
6. Competitividade fiscal. Temos hoje impostos altos de mais. Não há condições para poupar e investir. No prazo de uma legislatura, reduzindo a despesa pública, lograremos baixar a carga fiscal, tornando-a atractiva para as pessoas e investidores.
7. Investimento e exportações. É chegada a hora de ter uma ‘obsessão’ saudável. A obsessão por investir e exportar mais. É aqui que os incentivos do Estado se devem concentrar.
8. Estado social. Foi uma conquista essencial. Para o manter há que o reformar. Os mais ricos têm de pagar alguma coisa – sobretudo na saúde – para que os mais carenciados nada paguem e o investimento na saúde não abrande.
9. Pensões de reforma. Criar riqueza não chega. É preciso distribuí-la melhor. A prioridade deve ir para a melhoria de milhares de pensões e reformas de miséria. Há que reduzir o fosso entre os que têm muito e os que não têm quase nada.
10. Educação. É a ferramenta das ferramentas. Só uma educação exigente, competição entre escolas e investimento nas profissões técnicas garantem o futuro. É o código postal do sucesso.
Aqui ficam dez sugestões prioritárias. Veremos se há vontade de mudar.
Boas-Festas
Há 2 horas
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