segunda-feira, 20 de junho de 2011

Diálogo em vez de guerra

O secretário da Defesa norte-americano, Robert Gates, confirmou ontem que os EUA, bem como outros países, tinham iniciado negociações de paz com os taliban, com vista à resolução política da guerra no Afeganistão.

É uma atitude louvável que só perde por ser tardia. Estes casos fazem nos pensar: se todos os conflitos acabam sempre com conversações, depois de tantas perdas de vida e de recursos, alguns de valor histórico, arqueológico e cultural que são irrecuperáveis, porque é que, antes das primeiras agressões bélicas, não são efectuadas negociações para sanar o atrito e reforçar a Paz? Fica-se sempre na dúvida de quais são as forças poderosas e diabólicas que levam às guerras, pois dadas as qualidades intelectuais e de bom senso dos governantes, tais poderes ocultos devem ser terrivelmente potentes. Será apenas o «complexo industrial militar» a que Eisenhower se referiu?

Este tema já aqui foi abordado várias vezes de que se refere, por exemplo:

Guerra a pior forma de resolver conflitos
Negociação em vez de guerra
A Paz pelas conversações
Qualquer guerra é uma tragédia evitável A Paz como valor supremo

Imagem do Google

4 comentários:

Fernando Vouga disse...

Caro João Soares

Não quero ser profeta da desgraça mas duvido que se consigam grandes resultados. Primeiro, porque a tentativa de negociar com organizações terroristas e afins é sempre interpretada como sinal de fraqueza. Depois, porque essas organizações não estão suficientemente hierarquizadas para garantir o cumprimento das resoluções. Não há, como nos Estados organizados, uma autoridade efectiva e incontestada que represente toda a gente. Há sempre facções, dissidências e traições. Veja-se o que se passa na Pelestina: quando tudo parece estar à beira do entendimento, rebenta uma bomba.

A. João Soares disse...

Caro Vouga,,

Se consideramos válida a preocupação de evitar a guerra isso não invalida a excepção a ter em relação a casos de vandalismo, terrorismo em que a outra parte não tem uma representação real, efectiva e responsável.
Mas, mesmo nestes casos pode haver prevenção, remediando as causas logo de início. Muitas vezes o terrorismo resulta de problemas que não foram encarados democraticamente logo no início.

Um dos maiores males é o de os políticos se considerarem DONOS das suas autarquias, das suas regiões, dos seus Estados e, até, do Mundo. Isso é uma grave deturpação da verdadeira democracia, em que o DONO é o povo, no seu conjunto. Mas cada político é um ditador à sua dimensão e a seu nodo.

Um abraço
João

Mentiroso disse...

Começaram pelo fim e agora voltam ao ponto por onde deveriam começado. Com isso e com a política de protecção aos nazis sionistas do Médio Oriente, que dominam as finanças e muito mais nos EUA, só conseguiram incrementar o terrorismo. O ataque às torres de NY teve as mesmas origens. O Bush mostrou bem que género de tipo era.

Veja-se isto:
The Israeli Lobby owns the Congress, media, Hollywood, Wall Street, both political parties, and the White House. This kind of talk will get people fired by this lobby, as we have seen recently with White House correspondent Helen Thomas and CNN anchor Rick Sanchez. However, many Americans are growing tired of the arrogance of the Israel Lobby and their bigoted attitudes toward anyone who challenges their influence-peddling and their ridiculous insistence that Israel must be supported because of some ancient fairy tales involving some tribes who wandered the deserts of the Middle East and saw and heard non-existent things because of sun stroke, drinking bad water, and smoking local hallucinogenic plants.
- Wayne Madsen

Jornalista norte-americano muito conhecido, especializado em espionagem e política internacional, que tem escrito nestes jornais, entre outros:
The Village Voice, The Progressive, CounterPunch, CorpWatch, Multinational Monitor, CovertAction Quarterly, In These Times, e The American Conservative.
As sua colunas têm aparecido nos The Miami Herald, Houston Chronicle, Philadelphia Inquirer, Columbus Dispatch, Sacramento Bee, and Atlanta Journal-Constitution, etc.

A. João Soares disse...

Caro Mentiroso,

Tarde demais concluem que a guerra tem sido prejudicial e era evitável se no início se lembrassem que existe um Corpo diplomático que serve para o diálogo entre os Estados, a fim de sanar atritos.
É curioso ver a diferença entre a descolonização da Grã-Bretanha e as da França, da Bélgica e da Holanda.
A nossa devia ter iniciado progressivamente logo após a II Guerra Mundial. Mas o Poder não conseguiu ver que o Mundo mudara e que ninguém, principalmente um País sem grande capacidade, se podia dar ao luxo de «orgulhosamente só, lutar «contra os irreversíveis ventos da história» e no fim as «negociações» foram apenas a definição dos passos a dar numa capitulação que devia ter sido evitada.
Em meados da década de 60, em Pedrouços (IAEM) era ponto assente que a solução das colónias era apenas política e que a missão das Forças Armadas não podia ir além de manter condições para ser aplicada essa solução.

Mas, como sempre os plíticos não sabem preparar as grandes soluções e limitam-se a agir por convicções caprichosas sem um mínimo de racionalidade e sensibilidade para os diversos factores que devem ser ponderados E depois...

Abraço
João
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