Neste espaço, procura-se dar especial relevo a jovens que se distinguem em qualquer actividade útil para o futuro do País e da humanidade. O mundo de amanhã depende dos jovens de hoje e dele serão beneficiárias as gerações mais novas e as que hão-de vir.
Vários casos têm sido salientados e hoje não podemos deixar de referir o do estudante Simão Meneses João, aluno do 11º ano da Escola Secundária Jaime Moniz do Funchal (Madeira), que recebeu ontem o primeiro prémio, no escalão B, das XXVII Olimpíadas Nacionais da Física, ficando assim pré-seleccionado para uma formação específica na Escola Quark (Coimbra).
Como todo o homem de valor, o Simão é uma pessoa humilde, não tendo tempo nem disposição para se envaidecer e disse “Fiquei surpreendido porque achei que exigissem mais de nós nestas provas”, afirmando que “não esperava ganhar o primeiro prémio”.
Mas felizmente nas camadas mais jovens há gente muito válida para fazer progredir Portugal, assim os alquimistas do Poder o permitam. Além de Simão, ficaram ainda apurados para esta formação de preparação para as Olimpíadas Internacionais de 2012, na Estónia, mais 19 alunos do 11º ano, de todo o País.
No escalão A, no qual participam alunos do 9º ano, João Moreira, Diogo Flávio e Duarte Magano, alunos do Colégio Luso-Francês (Porto) foram os vencedores, que, ao contrário de Simão consideraram a prova “muito mais difícil do que se esperava”.
Explico a expressão «alquimistas do Poder». Alquimistas eram um tipo de «cientistas» que pretendiam transformar em ouro qualquer substância, como o caso do «Atílio» de uma novela brasileira que teve muita publicidade entre nós e que, com a sua monomania, passava todo o tempo na sua «tulha».
Os nossos governantes usam a alquimia para transformar jovens incapazes, sem preparação, inúteis, em milionários, nomeando-os assessores de gabinetes de Governo e de autarquias e dirigentes de instituições, serviços, fundações e organizações que mais não fazem do que servir para a alquimia do amiguismo que transforma os impostos dos portugueses em fortunas dos «boys» que nada produzem, nem impediram os erros que levaram à crise grave que estamos sofrendo.
Há quem sugira que, no acordo ortográfico, se introduza o termo de acessores, com C, que são aqueles que têm acesso , sem mérito nem concurso, nem merecimento a não ser o de família e de compadrio, a grande fortuna em pouco tempo, em prejuízo do País, dos portugueses que pagam impostos, directos e indirectos.
Outro efeito da tendência alquimista, e talvez ainda mais grave, é o de transformarem os indivíduos mais geniais, como estes de que agora se fala, em emigrantes de sucesso para benefício de Países bem governados, e não do nosso.
Imagem do Correio da Manhã
DELITO há dez anos
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