Votar é fazer uma escolha entre objectivos, programas, metas. É um empenhamento em algo que nos reforce a confiança, nos dê esperança num futuro melhor. E traduz-se em passarmos um cheque em branco, uma procuração com plenos poderes em alguém em quem confiamos para a realização do seu programa.
Mas isso é utopia, é fantasia, pois não há programa inteligível nem promessas realistas e, mesmo que houvesse, ficaríamos com as dúvidas, assentes em experiências recentes, se elas teriam algo a ver com as verdadeiras intenções e com as realizações, se nos meses seguintes viriam a ser concretizados ou não.
Nada foi apresentado e discutido em nome de Portugal ou dos portugueses e, como disse Jorge Sampaio, a Campanha fugiu do "essencial" com partidos a não dizerem como vão cumprir memorando.
Por seu lado Manuel Pinho mostrou-se sem esperança numa vitória e apela ao presumível vencedor, defende um novo Bloco Central e reconhece que «A crise moral em Portugal é muitíssimo maior do que a crise política», o que faz lembrar o seu gesto num plenário da Assembleia da República dirigido ao líder do Bloco de Esquerda.
E não devemos ignorar o aviso de Francisco Louçã: Sócrates traz "impostos no bolso"
E assim vai Portugal e ficamos sem saber em que votar, pois já sabíamos em quem nos convidam a entregar o cheque sem cobertura – candidatos a deputados alguns totalmente desconhecidos que constam de listas sem divulgação, sem as suas virtudes convincentes. Não são apenas eles a deixarem dúvidas, pois o regime que a tal nos convida não merece a mínima confiança. Não parecendo que ele se reformule por si, resta a vontade popular (como?).
Imagem do Google
M. - O PR
Há 1 hora
3 comentários:
Caro A.J.S.,
Não está muito claro, mas tenho a certeza absoluta de que não quer passar a ideia de que o gesto de criança (spoiled child)do Pinho no parlamento tenha alguma comparação com a patente baixa moral e ordinarice nele introduzida pela cabra porca da asquerosa Manela Leiteira, de maus fundos e que jamais se tinha visto na longa história nacional. O mal foi ter continuado com o criminoso que a substituiu:
http://mais-mentiras.blogspot.com/2011/05/verdade-sobre-passos-coelho.html
São todos factos públicos sem excepção e quase todos consumados, pessoais ou de sua administração, julgados ou em curso de investigação, pelo que não se pode imaginar difamação. Apenas se revela o que existe e nos é maliciosamente escondido pela mesma jornaleiragem indigna que, de modo absolutamente idêntico, escondeu os factos e elegeu o Coveiro Cavaco, cujo último acto antes de abandonar o seu malogrado governo de destruição, foi decretar a falta de médicos. O povo, para provar a que ponto é desmiolado, vai reclamar para as portas dos centros de saúde!
O tema do post é em QUE votar e não em quem votar. Constitui uma critica à forma com o foi conduzida a campanha, em que o tema Portugal esteve ausente, ou não foram concretizados programas para acabar com a crise, evitar que esta se repita e desenvolver Portugal.Em que programa devemos acreditar?
Quanto às deficiências dos líderes, tenho repetido muitas vezes que não morro de amores por nenhum político, embora admita que eventualmente possa haver algum que tenha menos defeitos. Mas não há homens perfeitos. E a atracção pela política é puro egoísmo, de sanguessuga que quer explorar o dinheiro público para vaidade e enriquecimento pessoal. Não há velhos políticos na pobreza.
Quanto ao sentido de voto, da forma em que estão os vícios e as manhas dos políticos, o mais honesto é o voto em branco. Mas cada um tem direito de votar em quem lhe interessa por afecto ou outro benefício que possa colher, o que não se apresenta com moral!
Mas não posso criticar quem pratica o voto útil para correr com actual PM e, para isso as sondagens mostram apenas um nome, apesar de nódoas que possa ter no seu passado. Mas para já, ou ele ou a continuação do actual.
Por isso é que há quem diga que são as eleições mais importantes desde 1974.
Daquilo que diz no seu blog, o que mais me preocupa são os contactos do Passos com o Ângelo Correia, que acabará por lhe fazer mais mal do que já fez o Catroga.
Veremos, mas estamos condenados a vários anos de sacrifício, de que só beneficiam os políticos e os capitalistas que lhes puxam os cordelinhos.
Abraço
João
Óptimo, assim é mais claro. Só continuo a não compreender é que se acusem justamente tantos indivíduo, até do mesmo partido, como o Isaltino, o Loureiro ou o Oliveira e se possa deixar passar alguém até condenado por ser o passado. Também estou de acordo, parece evidente, «o Ângelo Correia, que acabará por lhe fazer mais mal do que já fez o Catroga». A questão dos «vários anos de sacrifício, de que só beneficiam os políticos e os capitalistas que lhes puxam os cordelinhos» só pode acontecer por a população o consentir, questão que se está a tornar demasiado velha sem que nada mude.
Bom domingo.
Enviar um comentário