Dois títulos de notícia de jornais despertaram a curiosidade do leitor IPO deixa no caixote milhões de euros e IPO de Lisboa acusado de má gestão com equipamentos de radioterapia.
O problema consiste «apenas » em o IPO de Lisboa ter comprado, por concurso, há sete anos, uma máquina para tratamentos de radioterapia mas que ainda não está a funcionar. E dessa imobilidade da máquina resulta que entre 2007 e 2009 o IPO de Lisboa gastou 10 milhões em radioterapia nos privados. O Tribunal de Contas acusa o Ministério da Saúde de incentivar a má gestão.
Trata-se de má gestão de dinheiro público obtido das instituições estatais e de peditórios públicos, em que os cidadãos dispensam algo das suas poupanças com fins beneméritos que afinal são gorados.
E não menos degradante é a pretensa justificação dada pelo IPO de que Problemas de espaço justificam atraso na instalação de máquina de radioterapia, alegando «constrangimentos de espaço e antiguidade das instalações» e explicando que os dois aceleradores lineares para radioterapia requerem instalação tecnicamente complexa e com “fortíssimas exigências ao nível das condições de funcionamento”. Porém, depois de o problema ter sido levantado na imprensa, diz que prevê que a situação possa estar resolvida em finais do próximo mês pelo que a solução não era assim tão difícil!
Voltando a referir o método de que é conveniente Pensar antes de decidir, pergunta-se: como foi decidido adquirir equipamento tão caro e exigente em questão do espapaço, sem ver se havia condições para o instalar e utilizar? Dado que o interesse da compra não foi para o IPO, nem para os doentes nem para o Estado, para quem foi? O que levou a gestão do IPO a aceitar as condições propostas pelo vendedor?
É vulgar ouvir-se que pessoas menos evoluídas vão ao supermercado comprar uma embalagem de arroz e trazem o carro cheio de coisas inúteis que acabam por ir para o lixo em curto prazo, porque se deixam tentar pelo que está nas prateleiras à altura dos olhos, pelas promoções do «leve três e pague dois», pelo preço mais baixo de embalagens que, na verdade, têm menos produto, etc. Mas na gestão do IPO devem estar pessoas que são superiores a tais tentações e procuram zelar com eficiência pelos objectivos da instituição.
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