Estamos a viver uma época de violência, como se viu nos acontecimentos na Noruega e como as notícias nos vêem trazendo diariamente. A desconfiança, a ambição, a competição, a desconfiança, os medos, o exagerado apego ao dinheiro e aos sinais ostensivos de riqueza, são sintomas de um mal-estar psíquico que afecta a generalidade das pessoas. Dentro da maior parte das pessoas existe um vulcão com o magma cada vez mais agitado, como uma panela a ferver, prestes a ter a sua erupção.
Na Damaia, confrontação entre dois grupos rivais, usando armas brancas e arremesso de pedras causaram quatro feridos graves. Parece que um dos grupos é especialista em tráfico de drogas e o outro em tráfico de armas.
Outra notícia diz que gangues de droga traficam armas de guerra no Porto, não faltando metralhadoras e outras armas de guerra à venda, nem criminosos para as comprar. E perante isto, quais são as medidas a levar a cabo pelas forças policiais e pela Justiça? Além da condenação oportuna e visível, há que criar dissuasão credível, convincente.
O agressor dos atentados em Oslo «empregou as denominadas balas expansivas ou "dum-dum", munições que quando explodem no interior do corpo humano provocam feridas internas "absolutamente terríveis" e cujo efeito é semelhante ao de milhares de agulhas e alfinetes.» São armas proibidas na guerra por convenções internacionais, por serem excessivamente desumanas para serem usadas por gente civilizada. Além de tais balas, o rapazinho norueguês, considerado bem comportado, tipo cruzado, novo templário ou inquisidor, tencionando libertar o mundo da maldade e dos inimigos das suas convicções, planeou a sua actuação, não apenas esta como várias outras em vários países, e disse que fez uma coisa atroz mas necessária…
Isto é seriamente dramático. Francisco Louçã a propósito do caso norueguês que lamenta alertou para a necessidae de limitar o acesso ao porte de arma. E apontou o dedo para a Europa que tem reagido muitas vezes de uma forma negativa no que toca a questões associadas ao terrorismo, por exemplo, em relação à Al-Qaeda, “criando uma espécie de islamofobia, quando não é disso que se trata”. E rematou: “Isso é deitar gasolina para a fogueira do terrorismo”.
A realidade demonstra que o terrorismo está entre nós e, por isso, os nossos políticos devem pensar que, além do norueguês, outros idealistas haverá por aí com intenções semelhantes e, eventualmente, com projectos parecidos. A surpresa com que este actuou mostra que o cuidado não é apenas ter guarda-costas em quantidade, mas estar atento às causas, às circunstâncias, que possam propiciar a lenta mas persistente maturação de projectos violentos. Há que ter muito cuidado com os procedimentos de governação por forma a não criar ressentimento nos cidadãos mais humildes, que prezam a ética, a moral, a seriedade. A cortrecção, a moralidade das medidas decididas, a transparência, a informação esclarecedora que capte a aceitação e a colaboração espontânea, devem ser formas preferidas em vez da arrogância, da imposição autoritária, do abuso do poder, da injustiça social, cada vez mais repelida pela generalidade da população.
Em fim, estando atentos às desgraças e acidentes, podemos tirar conclusões positivas para aperfeiçoar o relacionamento social e a vida em conjunto, com mais Paz e harmonia.
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