Um dia um diplomata perguntou ao intérprete o que o seu interlocutor tinha dito, e obteve como resposta: ele ainda só falou. Mas os políticos não se limitam a falar, pois raramente deixam de garantir, só que as suas garantias não têm prazo, não cumprem a lei que regula a duração das garantias industriais e comerciais.
Mas «A verdade existe. Só as mentiras são inventadas», como disse Georges Braque (1982-1963), pintor e escultor francês que fundou o Cubismo juntamente com Pablo Picasso.
O secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, defendeu em 18 de Novembro a redução do número de funcionários do Estado e avançou que o Governo vai preparar uma revisão das tabelas salariais do sector público até ao final de 2012.
Hélder Rosalino afirmou que a medida se insere no âmbito do acordo entre o Governo e atroika – Banco Central Europeu (BCE), Comissão Europeia (CE) e Fundo Monetário Internacional (FMI).
3 dias depois, o Ministério liderado por Vítor Gaspar diz que não haverá alterações; o Governo garante que não vai alterar tabelas salariais da função pública.
Perante estas hesitações ou contradições, quem pode acreditar em quem? Qual a credibilidade das garantias? O que predomina, a infantilidade ou o sentido de Estado? Desprezo pelos cidadãos ou Sentido responsabilidade? Em que governantes podemos acreditar? Afinal quem fala verdade? Vai haver ou não alterações nas tabelas salariais?
Seria bem melhor que estivessem calados e se deixassem de protagonismos. «O calado é o melhor».
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