domingo, 18 de dezembro de 2011

Diagnósticos preocupantes

Quando o homem do leme perde a fé no rumo seguido, a tripulação não pode ficar indiferente. O desânimo, a ansiedade não são bons companheiros. Neste momento, os portugueses estão confundidos com as afirmações dos mais destacados gestores da coisa nacional

O Presidente da República, sem simular optimismo, limita-se a desejar «um ano de 2012 tão bom quanto possível».

Miguel Relvas não hesita afirmar aquilo que realmente parece sentir e diz que 2012 “será um ano extraordinariamente difícil”.

E para complementar estes prognósticos, Passos Coelho sugere a emigração a professores desempregados, o que constitui um recado para os portugueses que não se sintam bem. Se não está bem, mude-se, e como quem emigra é quem tem mais vitalidade, iniciativa e capacidade de lutar pela vida, fica-nos a nuvem negra de imaginar o Portugal de amanhã apenas com indigentes, e viciados na subsidio-dependência, com o problema de deixar de haver quem trabalhe e pague impostos para poderem ser concedidos subsídios.

E os governantes ? De que passarão a viver? Qual passará a ser o seu nível de arrogância e ostentação?

Figo antecipou-se e não esperou pelo conselho de Passos Coelho, pois já tinha dito em entrevista “Quero vender tudo o que tenho em Portugal”.

E os britânicos preparam plano para retirar britânicos de Portugal em caso de bancarrota.

Figo está no seu direito de gerir como achar melhor a sua fortuna pessoal. Os britânicos com o seu plano, mostram um louvável sentido de responsabilidade em defender e proteger os seus concidadãos evitando-lhe danos maiores. Mas os nossos governantes, se é certo que não devem criar falsas esperanças e ilusões também não devem alimentar o desânimo e o derrotismo. E é seu dever criar condições para melhorar a vida dos seus concidadãos que, para isso, os elegeram.

São realmente diagnósticos preocupantes. Com estes vaticínios dos mais altos «responsáveis» pelo País, não se pode esperar nada de bom.

Imagem de arquivo

8 comentários:

Anónimo disse...

"É preciso ser verdadeiro. E é preciso ser justo; direi que não é mesmo possível ser fiel à verdade sem servir a justiça. A Nação Portuguesa não é de ontem; estamos a reconstruí-la, mas não a edificá-la. Nos altos e baixos da sua História há muito esforço, muita inteligência, muita bravura, muito sacrifício. Aos que carrearam para a obra a sua pedra, por vezes até não aproveitada ou inútil, tem de poupar-se a intenção generosa e o trabalho despendido. Quem se coloca no terreno nacional não tem partidos, nem grupos, nem escolas: aproveita materiais conforme a sua utilidade para reconstruir o País; tem a grande, a única preocupação de que sirvam e se integrem no plano nacional. Aos que se obstinam em não servir a Nação; aos que pensam que cada qual pode servi-la e a serve realmente trabalhando como quer; aos que vão mais longe e crêem não dever servir a Pátria para servir teoricamente a humanidade, é preciso também a esses fazer justiça — ao seu valor, ao seu carácter, à sua honorabilidade, mas é preciso combater sem tréguas, ainda pelo interesse nacional, o gravíssimo erro da sua posição antinacional. Todo o homem que combate deve ter sempre presente ao espírito, para se não extraviar, nem diminuir, que só vence bem quem vence com honra, quer dizer com verdade e com justiça."(...)
Como estas palavras do "melhor português de sempre - RTP" se parecem aplicar aos dias de hoje. Tanto reclamaram, tanto esticaram para a esquerda e para a direita, para aqui e para ali, para este e para aquele, que o país bateu no fundo... É preciso pensar Portugal!
Chega de o deitar abaixo!
Será um ano difícil e o Presidente mentiria se desejasse um ano farto... Tal como outros o fizeram anteriormente.
Cumprimentos

A. João Soares disse...

Neste comentário que considero uma maravilha, um poema épico, patriótico, só encontro uma falha, a ausência de uma indicação que permita ter ideia de quem é o seu autor. Parece que está no meu barco, independente, isento, um «partido» que poderá chamar-se PORTUGAL.

Convido-o a ler o post Preparar um futuro melhor, a meditar sobre o que nele se sugere e arrancar com a ideia, o projecto, e suscitar a colaboração de outros patriotas para a «reconstrução» do monumento que queremos seja o Portugal de amanhã.

O momento é de especial gravidade e é preciso unidade de esforços orientados para o mesmo objectivo, havendo que, na escolha dos caminhos, acolher os palpites de todos os portugueses de boa intenção. E há bons sinais dessa colaboração para a escolha das estratégias, vindos do maior partido da oposição. O seu líder tem feito afirmações que constituem achegas valiosas que o Governo não deve deixar de ter em atenção, embora a decisão final caiba ao Governo que é o responsável, ajuramentado, pelo mal e pelo bem que vier a acontecer, em resultado das medidas que aprovar.

Quanto aos sacrifícios a fazer pelos portugueses, é pena que não haja mais equidade. Estão a ser aplicados métodos que pouco diferem dos do feudalismo, do absolutismo ou das ditaduras em que ao povo tudo se tira mas os poderosos continuam impávidos e serenos a usufruir dos habituais benefícios. Os bancos, com publicidades intensivas do género «vá de férias e pague depois», com a intensificação do consumismo, etc. foram os causadores da crise com prejuízo para as classe média e baixa, mas agora são estas as exploradas para que o Governo «recapitalize» os bancos. Pergunto se, antes de haver bancos, a humanidade não vivia.

Em vez de se reconstruir o sistema como fotocópia do original parece que seria bom que o novo edifício fosse diferente do anterior, como fazem os actuais arquitectos nas partes antigas das cidades que não caem na asneira de usar os materiais e as plantas, anteriormente utilizadas nos edifícios que desabaram.

Neste momento é imperioso que se eliminem os erros, os inimigos, do passado e se reconstrua um mundo melhor, de que venham a beneficiar os vindouros. Há bons exemplos na nossa História de nítidos movimentos para melhor.

Cumprimentos
João

Anónimo disse...

Um dos erros maiores foi a entrada sem capacidade e sem qualquer grau de exigência do nosso país na União Europeia. Subsídios sem controle dados a torto e a direito.
Tudo o que era de fora é que era bom. Está-se a pagar caríssimo isso. E enquanto não acordarmos para a realidade interna nacional, geradora de riqueza/emprego, não adianta falarmos de melhorias internas e culparmos os banqueiros, apenas. O estado não cumpriu a sua função de fiscalização aos bancos. O BPN e o BPP, como empresas privadas deveriam ter sido encerrados logo de imediato evitando os terríveis gastos que se conhecem, mais ou menos, publicamente. A única preocupação seriam os pequenos aforradores que tinham contas normais naquelas duas pseudo empresas bancárias. Não os agiotas e investidores de milhões em busca de capital fácil, tipo Dona Branca.
Os americanos construiram o seu país e verteram muito sangue interno. A Europa comum não se faz sem alma, sem dor comum. É um projecto falhado e devemos arrepiar caminho.
Até os mais ferozes defensores do Euro sentem necessidade de duvidar cautelosamente -quiçá para não parecerem incoerentes?!- do projecto europeu e da sua moeda. Agora é o presidente da Sociedade Interbancária de Serviços e Conselheiro de Estado, Vítor Bento, que deu uma entrevista ao Público, dizendo, cautelosamente, que apesar de se opor à saída de Portugal do euro admite que o cenário deve ser discutido.
O país não pode perder muito tempo a continuar a discutir o sexo dos anjos. tem de avançar com as reformas que capitalizem o produto nacional.
Cumprimentos

Anónimo disse...

«Os ministros da União Europeia vão hoje pedir à Grã-Bretanha uma contribuição de 30,9 mil milhões de euros para um pacote do Fundo Monetário Internacional (FMI) que visa o resgate da moeda única, revela hoje o jornal inglês Daily Telegraph.
O pedido será realizado esta segunda-feira quando os ministros das Finanças da União Europeia discutirem, em conferência telefónica, o fundo de 200 mil milhões de euros para eventuais novos resgates a países europeus em dificuldades, disse uma fonte europeia não identificada ao Daily Telegraph.
Se a Grã-Bretanha aceitar tornar-se-á no segundo maior contribuinte para aquele fundo, a par de França e depois da Alemanha.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, que vetou o projecto de alteração do tratado europeu, prometeu, porém, que não contribuiria de forma direta para esse fundo.
"Não acordámos um aumento dos recursos bilaterais na semana passada", disse sexta-feira um porta-voz de David Cameron, salientando que a Grã-Bretanha "deixou muito claro nesse encontro que não contribuiria para esse fundo de 200 mil milhões de euros".
A Grã-Bretanha é já responsável por 14,3 mil milhões de euros em empréstimos e garantias à Grécia, Irlanda e Portugal.»
Os ingleses não deverão contribuir mais para este peditório. Até já anunciaram que têm um plano de contingência para retirar os seus compatriotas da zona euro caso o Euro rebente.
Se e Quando sentirem necessidade poderão desvalorizar a Libra.
Outro caso de hoje é a falência do construtor sueco, a Saab. Já a Volvo foi comprada por chineses. A MG tb foi comprada pelos chineses. A Land Rover e a jaguar foi comprada pelo multimilionário indiano do grupo TATA. De falência em falência se vai a Europa de outrora. O desemprego crescerá em toda a Europa.
Como eu compreendo os súbditos de sua majestade...
Como podia o PR desejar aos portugueses um ano farto se Portugal está embrulhado nesta crise até ao tutano e com menos capacidade de resposta, pela fraquesa da sua economia, do que outros países, nomeadamente os do norte da Europa? Ninguém fala da Islândia. Recusou-se, via referendo, a pagar as dívidas do banco que operava à escala mundial, e já cresceu e saiu do red line...
Cumprimentos

A. João Soares disse...

Anónimos,

Estes dois comentários vindos de pessoas que estão atentas aos problemas actuais nacionais, da Europa e do Mundo constituem achegas para quem desejar e puder elaborar o estudo referido em Preparar um futuro melhor.

Este espaço está sendo valorizado pelo valor acrescentado por estas meditações tão ricas de dados e referências.

O esforço para restaurar Portugal tem de vir de todos os portugueses de acordo com as capacidades de cada um, com equidade e ética. A mudança de pessoas no Governo nada resolve se os valores de sentido de Estado e sentido de responsabilidade não forem reeditados. O regime precisa de ser moralizado.
No post Ciclo vicioso da política é referido um artigo que mostra que a troca de pessoas não é solução suficiente e nada muda.

«O país não pode perder muito tempo a continuar a discutir o sexo dos anjos. tem de avançar com as reformas que capitalizem o produto nacional.» Realmente os estudos e as discussões devem ser circunscritos ao necessário período de preparação da decisão, porque esta não pode ser adiada indefinidamente. Diálogo só pelo diálogo é loucura que se paga caro.

Cumprimentos
João

A. João Soares disse...

Amiga Evanir,

Obrigado pelas suas palavras.
Oxalá, mais do que as festas com petiscos e decorações coloridas, O Natal seja aproveitado para alterar os nossos comportamentos, a fim de a humanidade passar a ser uma família, na simplicidade, humildade, respeito mútuo, solidariedade, generosidade, colaboração, espírito de equipa, perdão e abraços.

Os muros da ambição, da arrogância, da competição, da ostentação e da inveja aprisionam-nos e impedem que conheçamos a felicidade autêntica que fortalece os corações, os sentimentos que há mais de dois mil anos nos foram recomendados.

Feliz Natal, Beijos
João

Anónimo disse...

Desejo um Feliz Natal e um Ano Novo que traga algo de novo para lá do facilitismo com que se aprendeu a viver desde a entrada na rica Europa que poria os países do sul da Europa ricos mesmo que nada investissem, seriamente, nesse objectivo comum. Nós por cá demos cabo do que tinhamos. Deixámos de contribuir para o bem comum interno.
Cada um falou mal do vizinho, do colega, da concorrência. Cada um usou e abusou do dinheiro público como se ele não fosse nosso. Os subsídios europeus foram utilizados para fins contrários ao que se destinavam.
É preciso que os jovens pensem que o que aí vem, em 2012, é trabalho. Muito trabalho e honesto. E esse empenho requer engenho na construção e idealização de projectos empresariais novos internos. Quem quiser "empregos" vai ter, então, de emigrar. O que não querem reparar é que para o comum português, lá fora, não encontrará nada de futuro a não ser trabalho daquele que aqui não aceita fazer. Trabalho duro e a viver em condições muito precárias. Mas é uma alternativa para quem em Portugal sempre quis ser doutor (universitário filosófo de copos e subsídios mais o dinheirinho dos pais). Pena é que os mais velhos se tenham esquecido de ensinar aquilo que aprenderam. Parece que muitos não aprenderam nada no passado ou foram contagiados pela moral do consumismo e do facilitismo esquecendo os ventos da História. Ou esqueceram que nada se consegue sem ambição envolta em responsabilidade e no empenho profissional. Os governos sucessivos, principalmente desde Guterres, foram culpados neste excesso de facilitismo e no crescente consumismo sem sentido e necessidade. Pagou-se para não se trabalhar. Daí o endividamento das famílias e do Estado que agora não lhes pode dar subsídios com sabor a Dolce Fare Niente. Não poderemos esquecer que a crise internacional é uma outra causa que afecta todos os mercados incluindo o nosso. Mas nós portugueses e restantes países mediterraneos somos mais penalizados porque fomos como a cigarra, enquanto outros, mais a norte, trabalharam como a formiga.
Ora então os desejos de um Feliz Natal com saúde e próspero Ano Novo na continuação de textos livres e sérios embuidos no seu pensamento por um mundo melhor.

Um amigo que lhe deixa este texto para refelxão e análise:
Cavaco Silva afirmou que os portugueses estão agora a sofrer as consequências de “uma vida fácil” que tiveram quando o país entrou na zona euro. O presidente da República, em entrevista ao diário holandês "Financieele Dagblad", afirmou ainda que os portugueses foram “demasiado negligentes” no passado.

Cavaco Silva mostrou-se também preocupado com os efeitos da austeridade na coesão social. "A crise requererá muito tempo. Devemos romper o círculo vicioso. Temos uma recessão e o desemprego aumenta rapidamente. Ando muito preocupado com a coesão social, com o desemprego entre os jovens, com o perigo da exclusão social dos pobres. A nossa resistência vai ser muito posta à prova em 2012", referiu na entrevista.

Sobre a Europa, o chefe de Estado afirmou que se deve falar “não apenas de responsabilidade, como também de solidariedade”. “Não se pode falar somente de sanções e cortes", comentou ainda ao "Financieele Dagblad". jornal i

A. João Soares disse...

Caro Comentador,

Este sua análise vem enriquecer a colecção de comentários que está a formar-se.
A fim de terem mais visibilidade e saírem da penumbra do espaço de comentários, decidi formar um post onde os coloco.
É preciso alertar as pessoas com mais capacidade de análise e expressão para o tema proposto em
«Preparar um futuro melhor», porque Portugal, a Europa e o Mundo precisam de novas regras de gestão dos assuntos estratégicos definidores do ambiente em que os vindouros (e os mais novos de entre nos) terão que viver.

Cumprimentos
João