terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Utentes são os eternos sacrificados

O dia de hoje vai ficar marcado, em Lisboa e no Porto, por protestos dos utentes dos transportes públicos contra os novos tarifários. Tal manifestação é lógica e oportuna, pois estamos fartos de ouvir o PR e outros responsáveis a dizer que a crise tem que ser suportada por todos mas, afinal, está a ser imposta em dura austeridade apenas aos clientes, aos utentes, aos que são eternamente explorados em favor dos políticos, das empresas públicas, das grandes empresas e dos novos-ricos que pretendem ser cada vez mais ricos à custa daqueles que ficam cada vez mais pobres.

Isto vem reforçar o que consta no post Classe média em risco de «implosão».

Imagem de arquivo

2 comentários:

Mentiroso disse...

Comparando a parte que representa o custo dos transportes nos ordenados, os portugueses, que estavam na média europeia, são agora de longe os mais caros da Europa. Há muito que os transportes públicos dão perda em todos os países e os portugueses não fogem à regra; por isso que todos os subsidiam e cobrem as perdas. Como aceitar que este governo recuse fazê-lo e repita a frase obscena e contra o desenvolvimento, que é «utilizador – pagador»? Os transportes são uma das bases do desenvolvimentos. Por isso que não admira que nos países mais desenvolvidos sejam mais baratos ou gratuitos. Em Portugal tudo está a ser feito para travar o desenvolvimento. Como haverá ainda quem acredite na monumental mentira do governo que a miséria terminará ao fim deste anos. Muitos anos de miséria terão os portugueses que amargar por não terem mentalidade para o entenderem e tudo permitirem aos políticos sem os controlarem. Oligarquia e democracia são dois sistemas diferente, ambos regidos por uma constituição, tal como uma ditadura tem também em geral.

A. João Soares disse...

Caro Mentiroso,

Obrigado por mais uma vez vir aqui trazer a sua perspicácia na observação alargada do tema. Chame-se oligarquia ou democracia, a realidade é que os políticos não se candidatam aos «tachos» do Poder para servirem o País e os cidadãos, com ideias viáveis de estratégias de desenvolvimento e controlo de todas as actividades da Administração. Onde está uma instituição eficaz que castigue os gestores de transportadoras que se refastelam em carros do mais alto preço para sua vaidade pessoal e das suas famílias?
A característica geral dos políticos e dos seus apaniguados, salvo eventuais excepções, é a ambição que os leva ao enriquecimento rápido, a qualquer custo (sacrifício dos cidadãos) e no mais curto prazo. De ideias de boa gestão e dedicação aos país,isto é ao bem-estar dos cidadãos, nada sabem, ou se sabem qualquer coisda ocultam e esquecem para colocarem acima de tudo ao vaidade, a ostentação da sua imagem nas televisões, a arrogância de imporem as suas «brilhantes ideias», que impõem usando o verbo «garantir».
O mais angustiante de tudo isto é, como bem diz, que o povo, apesar de ir acordando devagar, não se mostra disposto a colocar um ponto final, definitivo nesta bagunça. E quanto mais se adiar a mudança radical nesta porcaria, pior serão as consequências.
E, mesmo havendo bons exemplos dos países evoluídos, os nossos eleitos só imitam o facilitismo a menos boa organização que lhes permite atingis os seus diabólicos objectivos de bando ou manada.

Abraço
João