segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Competência e credibilidade

O momento que estamos a atravessar exige a todos os cidadãos conscientes, às instituições públicas e privadas desde partidos a empresas, que estejam atentos ao que ocorre para lá da nossa janela, mais do que ao que se encontra em casa. Deve estar-se virado para fora, não para dentro, analisando a situação actual com especial atenção a pequenos sinais de alarme e tendo como finalidade atitudes e comportamentos tendentes a contribuir com a quota parte de cidadão para um futuro melhor.

No seu artigo Prioridades, Luís Marques Mendes mostra discordância do facto de «ao próximo Congresso do PSD ir chegar uma proposta de alteração dos estatutos no sentido de consagrar, designadamente, o princípio das eleições primárias para a escolha de candidatos a deputados e a presidentes de câmara.»

Diz que, «em política, os sinais contam. E o grande sinal que o partido deve dar, nesta fase crucial da nossa história, é o de que está focado essencialmente no desafio do País e nos problemas dos Portugueses.» Mostra-se descrente de «que os Portugueses achem muita graça a ver o PSD discutir estatutos em vez de debater o drama do desemprego e as soluções para o resgatar.»

E conclui dizendo que «a nossa democracia precisa… do reforço da competência e da credibilidade dos eleitos e não da cultura do populismo ou da lógica da facilidade. É tudo uma questão de prioridades.»

Acrescento que quem aprecia futebol não gostaria de, num momento muito crítico de um desafio importante, ver o Cristiano Ronaldo a olhar para as botas a pensar que gostaria mais de ter atacadores de outra cor e não reparasse que tinha que aproveitar a oportunidade para meter um golo que poderia ser decisivo.

Dê-se prioridade ao essencial para o futuro de Portugal.

Imagem de arquivo

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro amigo, isto têm sido sinais de alarme, há décadas, desde o tão famoso e combinado 25 abrilesco, que mais um ou outro sinal já ninguém liga. O barco está a afundar-se leve, levemente, e muito democraticamente. O último a cavar que feche a porta...

A. João Soares disse...

Lamento sempre que um anónimo não deixe sinal para ser identificado (sem quebrar a privacidade) pelo autor na resposta.
Realmente desde essa data de há 38 anos, principalmente desde o descalabro depois da entrada para a CEE, O itinerário tem sido uma rampa para o abismo. Os portugueses, em geral, somos culpados porque não soubemos usar a democracia para fazer parar o descalabro. Agora, com a viciação dos partidos e dos políticos, é cada vez mais difícil o povo sair da sonolência ou coma induzido para inverter a queda.

Os opinadores com algum peso e influência e os políticos limitam-se a falar e não apontam saídas. Os sábios economistas ficam-se pela repetição de teorias que já fizeram história mas não impediram a crise nem apontam soluções inovadoras adequadas ao problema actual, real, concreto.

Temos que dar crédito a Paul Krugman quando diz: a crise na Europa e no mundo deve-se ao fracasso dos economistas

Tem sido aqui escrito, várias vezes, acerca da arrogância e ostentação de intelectualidade, por vezes muito discutível de possuidores de graus académicos obtidos depois de trocas de influências e assinados «ao domingo».
Sem ter a ver directamente com o tema do post mas a confirmar as palavras anteriores, provam o complexo dos políticos em relação a graus de cultura, na firma como foi decidido sobre o túnel de Belas na CREL devido a uma pegada de dinossauro, sobre a compra da «pedreira do galinha» na Serra de Aire devido a pegadas de dinossauros, e sobre a paragem das obras de construção da Barragem de Foz Côa devido a «gravuras rupestres». Estes problemas vistos agora vêm dar razão aos muitos defensores de soluções diferentes.

Enfim, temos de concordar com Paul Krugman e generalizar para o conjunto dos políticos (salvo eventuais excepções) que se têm oferecido para gerir os destinos do País.

Cumprimentos
João