Não podemos queixar-nos de falso optimismo da propaganda governamental. Parece que os governantes estão mais ou menos cientes da crise, embora não haja sinais do clic de inspiração para enveredarem por uma solução esperançosa. Realmente, não há razões para optimismo, como mostra a notícia Portugal regista maior queda da UE nas vendas a retalho em Janeiro. Esta notícia vem ao encontro de outra chegada há dias com o título Gaspar em pânico com quebra abrupta das receitas da Segurança Social e do IRS.
Tudo isto era previsível, depois de ter sido decretada a feroz e obsessiva austeridade que nos oprime, tirando o poder de compra e a capacidade de gerar actividade económica de onde, assim, não pode resultar o volume habitual da colecta de impostos. E a lógica faz prever que isto vai agravar-se, as lojas estão paradas por falta de clientes e algumas já fecharam, indo aumentar o desemprego e reduzindo o IRC e o IVA. O trânsito automóvel tem vindo a reduzir-se e, em consequência, os combustíveis estão a vender menos, do que resultará diminuição dos respectivos impostos. Os desempregados, deixando de receber, fazem reduzir a colecta do IRS.
Não é por acaso que surgem as seguintes notícias PS entrega projecto para garantir pequeno-almoço aos alunos mais carenciados numa atitude louvável de oposição positiva, colaborante e patriótica; Mais de 100 mil pessoas têm os salários penhorados; Malparado volta a bater recorde, o que mostra as culpas da banca que está na origem da crise com o marketing agressivo de tentar as pessoas para o consumismo a crédito, sem garantias válidas, do tipo «vá de férias e pague depois». A ausência de uma escolaridade prática e útil para ensinar as pessoas a lidar com o dinheiro, levou o povo a ser vítima dessa publicidade e gerou esta situação que está a ser aflitiva para muitas famílias.
Mas a imoralidade social não foi emendada, o BPN custou aos contribuintes, inocentes, um preço escandaloso, para proteger uns poucos especuladores e usurários, mas os Bancos foram buscar mais de mil milhões ao BCE.
Conclui-se que se na crise se encontra lógica, o mesmo não acontece no combate que lhe deve ser dado o qual não aparenta racionalidade visível.
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