O facto de não se concordar com tudo o que Jardim diz ou faz e da ocasional forma espectacular como se exprime, não impede que se apreciem as sua palavras sempre que revelem perspicácia, lógica e coragem para dizer o que é sensato, embora não seja «politicamente correcto».
Afirmou ontem que o Tribunal Constitucional é uma "subversão de um tribunal democrático" e, do texto da notícia respigam-se as seguintes passagens:
"Não se pode considerar um tribunal independente, porque a sua representatividade resulta de eleição na Assembleia da República, ao sabor das maiorias e dos acordos feitos no Parlamento".
"As competências do TC deviam estar entregues a magistrados de carreira, a uma seção especializada do Supremo Tribunal de Justiça, a juízes conselheiros".
Com estas palavras inquestionáveis, no caso de a Justiça estar a funcionar bem, Jardim faz-nos meditar sobre a incapacidade dos políticos que, durante quase quatro décadas, têm mantido os erros cometidos pela Assembleia Constituinte quando, em fins de 1975, esteve sequestrada em São Bento e a agir sob coacção, de manifestantes do conturbado PREC (Processo Revolucionário Em Curso).
É realmente de lamentar que a falta de coragem, o comodismo e a vontade de manter mordomias e outras benesses, pouco democráticas, tenha mantido esta promiscuidade generalizada que não vemos modos de terminar pacificamente. Os vícios e as manhas, apoiados por uma imunidade e impunidade imorais e contra toda a ética e respeito pelos cidadãos, meteram o País num profundo buraco sem se ver sinais de iniciativas bem fundamentadas e estruturadas com perspectiva de eficácia.
Isto precisa de uma «excelentíssima e reverendíssima Reforma» como teria dito Lutero.
Imagem de arquivo
sexta-feira, 20 de abril de 2012
João Jardim, perspicaz e frontal
Posted by A. João Soares at 10:21
Labels: Democracia, João Jardim, justiça, transparência
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4 comentários:
Caro João Soares
Mas que grande descoberta!
Só que se ri o roto do remendado.
Se a criatura se preocupasse mais com as estrondosas asneiras que fez, já estava de chinelos a tratar dos netinhos, o que seria muito mais útil à sociedade.
Caro Vouga,
Não há formosa sem senão. Errar é humano.
Mas estas verdades, embora não sejam novidade, devem ser repetidas em voz alta para ver se os que delas beneficiam sintam vergonha, e para que os que delas recebem incómodos levantem mais a voz (e não só). O povo deve acordar e reclamar, como diz Mário Soares, devem usar o seu «direito à indignação».
Não devemos esquecer que «Para o triunfo do mal, basta que os bons não façam nada», como disse Edmundo Burke (16-01-1729-09-07-1797).
Um abraço
João
Duas notícias que reforçam a observação de Alberto João Jardim:
Jorge Miranda critica partidarização do Tribunal Constitucional
Juristas unem-se em coro de críticas contra partidarização do TC
Caro João Soares
É bom que as verdades se espalhem. Mas ditas por um mentiroso compulsivo como Jardim, só podem prejudicar a causa.
Essa criatura está totalmente desacreditada e sabe que a sua carreira política está mortalmente ameaçada. Os seus ratos começam a abandonar o navio. Então, dispara para todos os lados para desviar as atenções. Em situações como esta até a verdade (que é contra a sua natureza) lhe serve como arma de arremesso.
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