Verdade e transparência
(Publicada no Semanário O DIABO em 8 de Janeiro de 2019)
Não gosto de perder tempo com leituras que não tragam informação credível e útil. Mas, infelizmente, tal material enriquecedor do saber é demasiado raro, perante o amontoado de fantasias ilusórias que nos são atiradas aos olhos a cada momento. A verdade e a transparência são cada vez mais raras e, por isso, mais preciosas.
Os discursos de Natal do PR e do PM, perante os poucos extractos que vi, são demasiado falaciosos quanto à vida nacional actual, que pintam com cores de tal forma optimistas que parece virem de estranhos que desconhecem as realidades em que vivemos. Será que acham que tudo tem melhorado e pretendem a continuidade? Continuidade de quê? Das greves que tanto têm prejudicado os inocentes cidadãos, na saúde, nos transportes, na Justiça e em vários serviços públicos, dos incêndios, dos acidentes rodoviários, de actos de violência, de falta de manutenção das estradas (caso de Borba e outros), de deficiente preparação da população para prevenir situações de risco, do aumento da dívida, etc.?
Em vez de continuidade, na fase de mudança em que o Mundo se encontra devido à rápida evolução das tecnologias, será preferível planear e executar uma reforma estrutural que faça o País desenvolver-se para proveito dos mais carentes, acabar com a dívida pública, inverter o crescimento escandaloso dos impostos, dos quais apenas tem resultado benefício para os políticos e os apêndices criados com nomes de “observatórios” e muitos outros, e de que não se vê proveito para os contribuintes, mas apenas para os tachistas amigos dos titulares do Governo.
Os governantes, como agentes do poder executivo, devem servir com eficiência o povo que governam e que deles espera segurança e melhor qualidade de vida, em vez de o tratarem como coisas possessivas e hipotecáveis, e não concentrar-se numa imensa teia clientelar em torno de familiares, amigos, compadres, afilhados, todos sedentos de riqueza e imagem.
E para servir o povo com verdade e transparência, não devem ser feitas promessas que depois são esquecidas. Por exemplo, é caricato e degradante “prometer” que em fins de 2019 serão iniciadas obras para resolver as carências da pediatria do hospital de S. João, em vez de informar e pedir desculpa por o problema não ter ainda sido resolvido.
As promessas feitas aos cidadãos ficam, na sua maioria, esquecidas pouco tempo após a sua afirmação. É certo que o povo, que em democracia é considerado detentor da soberania, é na sua maioria crédulo e deixa-se enganar por aldrabões que, usando de discursos fantasiosos, o levam a suportar as piores atrocidades que virá a sofrer. Mas acabará por despertar da sua actual apatia, ver que o País em vez de produzir riqueza e reduzir o número de pobres, aumenta os impostos que divide pelos ricos, e acabar por se revoltar, de forma mais ou menos violenta. Convém reflectir nesse risco.
Mas o deficiente sentido de Estado, a falta de sensatez e de conhecimento das realidades parece tornar os discursos mais fantasiosos e orientados para campanha eleitoral relacionada com eleições ainda distantes, mas que já estão a lesar a vida real dos cidadãos. Seria mais prudente e mais conducente à obtenção de resultados o estudo, planeamento e execução de obra visível, enriquecedora do património nacional. Alguém já sugeriu que se faça uma lista das obras realizadas após o 25 de Abril e outra, com igual critério, das realizadas em igual período de 44 anos e meio, anterior a essa data, para se poder comparar. E além desse resultado, desse período veio uma quantidade de toneladas de barras de ouro e no período actual fica uma dívida pública que irá pesar no bolso de várias gerações. Pesada herança que os governantes se recusam a encarar com seriedade e transparência. ■
António João Soares
2 de Janeiro de 2019
quarta-feira, 9 de janeiro de 2019
VERDADE E TRANSPARÊNCIA
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quarta-feira, 6 de setembro de 2017
MEIAS VERDADES E MENTIRAS OCULTAM A REALIDADE
Meias verdades e mentiras ocultam a realidade
(Publicado no semanário O JORNAL em 5 de Setembro de 2017)
Uma civilização evoluída considera o culto da verdade como uma preocupação prioritária e dá muito valor à sua procura sempre que existe confusão. No entanto, deparamos com a maior preocupação tida na política e na informação, no sentido de desenvolver pequena propaganda da verdade relativa, da verdade possível e inócua, da mentira e do desprezo da verdade transparente e louvável. Para isso, complicam acontecimentos simples de forma a dificultarem o acesso à informação clara e leal, fazendo-a esquecer por distracção com coisas insignificantes.
Procuram desencorajar a procura da verdade e desorientar com novas notícias, falsas ou mais ou menos verdadeiras, criando uma ilusão da realidade, desvalorizando a verdade. Dessa forma, como se tem visto em campanhas eleitorais, e fora delas, são feitas promessas e afirmadas garantias para obter boa cotação em sondagens e mais votos nas urnas, mas que raramente serão realidade. E os actos errados ou duvidosos passam despercebidos aos cidadãos menos esclarecidos que, muitas vezes aceitam e aplaudem discursos falaciosos que nada os beneficiam, antes servem de engodo para desprezarem coisas graves e produzir a mudança da atenção destas coisas para banalidades ou ilusões não realistas.
Isso tem especial acuidade no sistema eleitoral com campanhas distantes da procura de soluções pragmáticas para os diversos problemas preocupantes, em diversos sectores nacionais, que são desprezados pelas propagandas, atractivas e irreais ou distantes da realidade, que convencem os eleitores a aceitar votar em listas de nomes que não conhecem e que nelas constam por serem amigos, cúmplices ou coniventes do chefe do partido. Ao eleitor não é dado o direito de, democraticamente, escolher os indivíduos mais competentes e honestos da sua área de residência.
No caso da tragédia de Pedrógão Grande, esteve bem visível a propaganda para encobrir os diversos falhanços, diluir as responsabilidades, acusar os serviços, denunciar a oposição. Esta, por seu lado, vitupera e acusa, faz demagogia e aproveita-se. Em tal actividade, falam dos mortos e esquecem os vivos que necessitam de apoio para refazer as vidas, e da criação de medidas preventivas eficazes para evitar a repetição de acidentes e de crises. E, com um incompreensível «segredo de justiça», de origem estranha ao Poder Judicial, pretendeu-se proibir qualquer tentativa de procurar a verdade ou de emitir opinião interrogativa sobre o caso de Pedrógão.
Quanto a medidas contra os incêndios, há quem aponte soluções para o ordenamento florestal, para a organização, equipamento e preparação dos bombeiros, para as medidas activas fora da estação dos fogos, para as penas a aplicar pela Justiça aos incendiários, para as nomeações de técnicos competentes para as chefias dos serviços ligados à prevenção e ao combate que devem deixar de ser feitas por amizade e compadrio de ex-jotas e para a utilização de um sistema de comunicações eficaz em vez de um arremedo em mão de gente amiga, de competência duvidosa.
Para a prevenção ser eficaz, deve ser ultrapassada a negligência por parte de vários governos, suprindo a falta da Guarda Florestal, desactivada em 1977, dos guarda-rios e dos cantoneiros, por exemplo, criando um «corpo nacional de agentes florestais» que fariam uma observação constante do cumprimento da legislação, esclarecendo as populações, aconselhando a colaborar na estratégia preventiva em vigor e comunicando à GNR casos de renitente infracção à lei.
António João Soares
29 de Agosto de 2017
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terça-feira, 14 de março de 2017
TRANSPARÊNCIA OU OPACIDADE
Transparência ou opacidade
(Publicado em O DIABO de 14 de Março de 2017)
Tem sido viral, após eleições legislativas, criticar a quantidade de abstenções, mas não se divulga um estudo sério, independente, isento e esclarecedor do fenómeno e suas causas. As imagens que, normalmente, chegam aos eleitores são desencorajantes do cumprimento do dever de votar. As notícias conhecidas sobre a promiscuidade de actividades privadas com funções de Estado, de que resultam conflitos de interesses em que os públicos ficam desfavorecidos, tudo isso e muito mais está ligado ao facto de as listas de candidatos a eleições serem impostas aos eleitores, embora se diga que os deputados são escolhidos (eleitos) por estes.
Conclui-se que o sistema eleitoral não é realmente democrático nem transparente, dado que quem vota, limita-se a escolher uma lista sem conhecer suficientemente todos os elementos que nela constam. E fica sem a mínima responsabilidade da eleição de pessoas sem o perfil conveniente para as funções que irá desempenhar.
Também das tricas e dos conflitos de linguagem entre os deputados, quando, aparentemente, deixam de lado os problemas nacionais essenciais, para se maltratarem mutuamente a pretexto de ninharias sem interesse, dão um péssimo uso ao tempo que lhes é dedicado e criam nos eleitores uma péssima ideia dos interesses das eleições, tal como se processam em todo o seu circuito. E, quanto a transparência, o resultado é nulo ou negativo. Para haver transparência na máquina do Estado deve haver uma organização bem estruturada, com normas de procedimento claramente elaboradas de que resultariam tarefas claras e precisas atribuídas como funções a executar por pessoas conscientemente responsáveis e com elevado respeito pelos direitos dos cidadãos que são a essência da democracia. E sente-se a necessidade de um sistema de controlo do funcionamento da máquina estatal, a começar pela AR, que garanta os melhores resultados e assegure uma eficaz preocupação com o espírito de prevenção para que não haja erros e tudo melhore com o passar dos dias. Mas essa organização não existe, ao ponto de, nas comissões de inquérito da AR, ninguém saber de nada, ninguém ser responsável, nem saber quem deveria ou poderia esclarecer o que realmente se passou. Há opacidade completa, em vez da transparência de que tanto de diz ser desejada. Mas, apesar desta necessidade de transparência, os denominados órgãos de comunicação social, não procuram dar aos cidadãos conhecimento daquilo que realmente se passa e de mostrar as raras iniciativas de quem quer esclarecer, antes repetem à exaustão aquilo que é desprezível, ajudando a reforçar as muralhas do obscurantismo que anestesia o poder de reflexão e aumenta o desinteresse pelo que é essencial e a continuação da degradação social.
E quanto a acção preventiva, surgem dúvidas, por exemplo, acerca do que foi feito para evitar as crises nos bancos? Não foi evitada a do BPN nem, depois, foi tirada deste a conveniente lição para evitar que a doença contagiasse vários dos outros, incluindo a CGD. Havia na organização algum dispositivo para estar atento e tomar medida preventiva? E, se havia, qual a razão de não ter actuado antes de surgir o colapso do Sistema financeiro? E qual a sanção de quem errou? Também aqui se nota a ausência de uma organização adequada com tarefas claramente atribuídas e controladas.
Com estas considerações não se procura dizer mal mas, sim, alertar para a necessidade de evolução, evitando falhas, e aperfeiçoando o funcionamento da máquina de que todos os cidadãos dependemos. Desejamos que a melhoria da nossa qualidade de vida constitua uma preocupação prioritária dos elementos do Parlamento e que seja visível por todos os que virem as transmissões da TV.
António João Soares
7 Março 2017
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terça-feira, 29 de novembro de 2016
HAJA ARGUMENTOS TRANSPARENTES
Haja argumentos transparentes
(Foi publicado em O DIABO de 29-11-2016, pág. 19)
Na polémica demasiadamente prolongada acerca das declarações de rendimentos dos detentores de altos cargos públicos têm aparecido argumentos que funcionam como densa poeira que confunde a visão. A existência da norma evidencia que ela foi elaborada para evitar dúvidas acerca de comportamentos menos correctos lesivos dos interesses nacionais e do prestígio que deve ser característica de tais altas entidades. Ela procura esclarecer qualquer suspeita intencionalmente maliciosa sobre procedimentos.
Mas os argumentos agora vindos a lume com intenção de recusar tal declaração ou de justificar a sua forma incompleta, mostra que a norma foi elaborada por colaboradores do poder legislativo que usaram a habilidade - há quem diga que frequente – de deixar, veredas de fuga para serem utilizadas por pessoas habilidosas ou para darem trabalho a gabinetes de advogados na argumentação de defesa dos seus eventuais clientes.
A fuga ao cumprimento da norma jurídica, integralmente ou apenas parcialmente tem sido interpretada, em conversas de café, por cidadãos que procuram esclarecer-se perante dúvidas sobre o que se passa, havendo quem diga que os que recusam fazer tal declaração são carentes de riqueza, sem conta bancária nem outros patrimónios e envergonham-se de expor claramente essa pobreza para não serem desprezados pelos cidadãos, numa sociedade em que o dinheiro, hoje, é o símbolo do mérito e do valor pessoal, acima da competência, do saber, da experiência e da honradez. Este argumento faz rir os circunstantes que, bem intencionados, afirmam que, apesar do materialismo reinante, a humildade e a seriedade ainda são valores apreciáveis.
Mas há outras pessoas, com uma visão mais esclarecida e talvez mais cruel da realidade, que confessam crer que tais pessoas querem ocultar a possibilidade de os cidadãos, com os meios hoje existentes na comunicação social, levantarem suspeitas acerca da forma como as fortunas foram conseguidas e da eventual intenção de os seus detentores as aumentarem, por qualquer forma, nas actuais funções.
Perante isto, em vez de tais suspeitas serem cabalmente esclarecidas, surgem pretensas explicações que nada clarificam, antes evidenciam a existência de maleitas inseridas durante a elaboração da norma, cuja utilidade está a ser aplicada, o que é suposto, com intenção oposta à que esteve presente na iniciativa de a criar. Esta teve boas intenções, embora talvez seja oportuno torná-la mais assertiva e vacinada contra uso de argumentos obscuros e suspeitos. A transparência e o rigor de procedimentos são pilares da CONFIANÇA e do PRESTÍGIO que os detentores de todos os altos cargos devem procurar ser merecedores.
A João Soares
22 de Novembro de 2016
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sexta-feira, 9 de maio de 2014
DEMOCRACIA SEM TRANSPARÊNCIA E COM EMBUSTE???
É considerado característica da verdadeira DEMOCRACIA a verdade, a lealdade dos eleitos aos que os elegeram depositando neles confiança para serem seus mandatários ao leme da gestão dos interesses nacionais. Mas nem tudo é perfeito e, por vezes, em vez de clareza surge a escuridão, o mistério, o embuste.
Fala-se numa carta do Governo para o FMI em cujo conteúdo o PS suspeita haver algo que o Governo quer ocultar dos cidadãos e exige revelação da carta de intenções até às eleições. As tentativas de explicação de tal ocultação não têm sido minimamente convincentes nem esclarecedoras. Já houve da área governamental a promessa de que a carta seria mostrada depois das eleições europeias do dia 25, o que deixa suspeitar que o conhecimento do conteúdo da carta antes dessa data poderia fazer perder votos aos partidos da coligação.
Agora, José Pacheco Pereira, em artigo do Ionline, afirma sem hesitações que Carta ao FMI contém detalhes do DEO que o governo "não quer revelar". Mas o Documento de Estratégia Orçamental (DEO) já foi publicado em jornais, talvez com omissões. A explicação de Pacheco Pereira vem dar credibilidade às palavras de Catarina Martins, BE, quando disse que DEO é um "documento do embuste orçamental". O significado que deu à letra E, parece indicar que a Catarina tem o dom de premonição.
Estamos perante um dos muitos truques que o Governo tem estado a usar como arma da campanha eleitoral para as europeias. E algumas dessas armas têm tido detonação na culatra. Com o tempo difícil dos sofrimentos impostos, as pessoas abrem os olhos e vêm alguns (cada vez mais) dos muitos embustes.
E, para facilitar a busca futura por interessados pesquisadores, deixa-se uma lista de títulos sobre o tema:
Pacheco Pereira. Carta ao FMI contém detalhes do DEO que o governo "não quer revelar"
PS exige revelação da carta de intenções até às eleições
BE. Catarina Martins diz que DEO é
um "documento do embuste orçamental"
Tudo o que muda com o DEO
Oposição centra-se nas "mentiras" e a maioria no recuo dos cortes
DEO faz Passos cair em contradição
Governo volta a falhar promessas e aumenta impostos
Devolução de 80% dos cortes nos salários vai depender do próximo governo
'Governo não merece confiança dos portugueses'
Governo volta a falhar promessas e aumenta impostos
Ministra das Finanças garante que carta para o FMI não tem “surpresas nem sustos”
CDS aceita aumento de impostos
IVA e TSU aliviam pensionistas
Passos não comenta aumento do IVA e da TSU
DEO. Oposição centra-se nas "mentiras" e a maioria no recuo dos cortes
TÁCTICAS PARA SEGURAR O PODER
Passos Coelho: “Que se lixe as eleições”
Passos diz que medidas servem para suportar pensões e não para reduzir défice
Passos Coelho. País está pronto para caminhar pelas próprias posses e meios
Governo volta a falhar promessas e aumenta impostos
Devolução de 80% dos cortes nos salários vai depender do próximo governo
Jerónimo de Sousa. "Governo não tem cura e esta política não tem saída"
UGT apela à mobilização contra "esbulho" e condena aumento do IVA e TSU
CGTP anuncia duas “grandes manifestações” para Junho
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sábado, 11 de janeiro de 2014
PERSEVERANÇA PELO PATRIOTISMO E O INTERESSE NACIONAL
Segundo notícia a Maioria chumba criação de comissão de inquérito aos Estaleiros de Viana. Com isso parece mostrar receio de que sejam conhecidas as manobras que levaram ao negócio. Quando era criança, ouvi dizer muitas vezes que «quem não deve não teme».
Por outro lado temos assistido em discursos de políticos com alguma credibilidade que é indispensável a «transparência democrática». Aliás os mandatários do povo nada devem esconder aos mandantes que neles depositaram confiança com o voto nas urnas. Aos eleitores devem ser dados esclarecimentos dos actos mais importantes do Governo. Há países que usam com frequência referendos como forma de os Governos respeitarem a soberania do povo.
Perante esse chumbo, há uma atitude patriótica de um partido que insiste na comissão sobre os estaleiros de Viana. Até deveria ser contratada a técnicos estrangeiros de reconhecida competência e isenção a elaboração de tal inquérito. Com tal solução evitava-se a repetição da despesa escandalosa feita pelo Governo anterior com as centenas de estudos sobre o projecto do Aeroporto na OTA, encomendados a gabinetes de amigos para reforçar a intenção caprichosa do Governo, que acabou por não ir avante.
Haja franqueza, transparência, dignidade e coragem para insistir nos alertas, propostas, sugestões e críticas construtivas para Bem de Portugal.
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quarta-feira, 23 de outubro de 2013
DITADURA DE ROSALINO ???
O secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino tentou explicar a uma deputada da oposição a questão da aplicação da condição de recursos às pensões de sobrevivência e confessou que se trata de uma questão técnica de difícil compreensão para a generalidade dos portugueses.
Ao ser-lhe pedido então que desse exemplos que fossem de melhor compreensão para os deputados e para os portugueses, o governante demonstrou a sua frustração por já ter dado várias explicações sobre o mesmo tema e ofereceu-se então para fazer um desenho à deputada a explicar o complexo problema. «Senhora deputada eu já lhe expliquei. Não sei como é que lhe hei-de explicar isto de outra maneira, já lhe expliquei de várias maneiras. Tenho de lhe fazer um desenho, eventualmente».
Podemos portanto concluir que numa democracia em que se fala muito, em que se refere a transparência, sucede que os eleitores têm que aceitar docilmente que os seus mandatários tomem decisões que não conseguem explicar não só à maioria dos cidadãos mas mesmo aos deputados que é suposto serem dotados de uma inteligência não inferior à média nacional. Um ditador não faria isso mais claramente. «Penso quero e mando e não dou explicações porque é uma questão técnica muito acima da vossa compreensão». Aguentem e caladinhos.
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domingo, 20 de outubro de 2013
As «VERDADES» DE PASSOS COELHO !!!
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sexta-feira, 18 de outubro de 2013
TÃO IRRACIONAL QUE É DIFÍCIL DE EXPLICAR ???
O líder da bancada do PSD à pergunta «Tem sido difícil defender o governo?» respondeu:
«Tem sido sobretudo estimulante. Atravessamos um tempo singular, com o país a precisar pela terceira vez de ajuda externa. Estar no governo é difícil, suportar politicamente o governo no parlamento é desafiador, porque nós temos de tomar medidas que são por natureza impopulares e difíceis de explicar. E responder aos anseios das pessoas é difícil. Por outro lado temos a noção que este caminho tem de ser cumprido e tem de ser fechado com sucesso.»
É estranho, porque tudo o que tem lógica, racionalidade, é fácil de explicar com clareza e transparênci. Mas parece que no caso o que tem prioridade é a ocultação de intenções e truques não confessáveis aos eleitores que depositaram confiança nos seus eleitos.
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ACTIVIDADE ECONÓMICA CRESCE ???
O Banco de Portugal afirma que Actividade económica cresce pela 1ª vez desde 2011, o que, se for verdade, deixa-nos perplexos por não conseguirmos compreender a hostilidade do Governo aos portugueses, aumentando o seu sacrifício que dura desde há muito mais de dois anos, agora com projectos orçamentais de agravamento dramático da austeridade. Se a actividade económica está realmente a aumentar seria oportuno aliviar a austeridade e explicar aos portugueses que estão a libertar-se da tal «pesada herança» destes dois anos, e que o sacrifício valeu a pena.
Mas se desse suposto crescimento resulta benefício, ele não aumenta o poder de compra da maioria dos portugueses e talvez seja apenas destinado aos maus hábitos políticos referidos na notícia Gabinetes dos ministros aumentam gastos em 8,13% e nesta outra Aumento da equipa do Governo explica reforço orçamental
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quarta-feira, 9 de outubro de 2013
JORNAL ANGOLANO OBRIGA A SÉRIA REFLEXÃO
A notícia Jornal de Angola ataca de novo "elites portuguesas ignorantes e corruptas" obriga a séria e profunda reflexão a fim de serem tiradas as devidas conclusões e, eventualmente, ao olhar para dentro, proceder a revisão da nossa sociedade.
As frases seguintes talvez não sejam calúnias ou acusações gratuitas e poderão servir de alerta para uma auto-análise, uma introspecção que conduza a um «mea culpa», isto é a um processo de regeneração:
… a comunicação social portuguesa, dominada pelas elites portuguesas corruptas e ignorantes …
… em Portugal, políticos e jornalistas, intelectuais com ideias submersas em ódios recalcados …
… não podemos continuar pacientemente à espera que a inteligência ilumine as elites portuguesas corruptas e ignorantes …
Aos políticos não adianta pedir atenção para estas insinuações, mas dos jornalistas será de sugerir, independência, imparcialidade, rigor na informação difundida e coragem em denunciar casos de tráfico de influências, de corrupção e de enriquecimento ilícito, bem como abusos contra os direitos do homem e do cidadão. Não podemos ter de continuar a crer apenas nas palavras do prof Paulo Morais.
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domingo, 6 de outubro de 2013
SE ELES NÃO RESPEITAM A SUA PALAVRA…
Depois do post Pensar antes de decidir falar ou agir e da confusão de promessas feitas e previsões anunciadas que não têm qualquer consistência na realidade, ficamos sem força anímica para dar crédito ao que ouvimos, mesmo de pessoas que estão em funções de alta responsabilidade. Transcreve-se o seguinte artigo de Jornal com contradições absolutas:
Sado-maluquismo
Diário de Notícias. 04-10-2013. por FERNANDA CÂNCIO
"Como avisei na altura devida, chegámos a uma situação insustentável", Cavaco, 10/6/2010 (com dívida 94%).
"São insustentáveis tanto a trajetória da dívida pública como as trajetórias da dívida externa." Cavaco, 9/3/2011 (com dívida 108,2%),,,,,,,,.
"As dificuldades que Portugal atravessa derivam do nível insustentável da dívida do Estado e da dívida do País para com o estrangeiro." Cavaco, 1/1/2013 (com dívida 124,1%).
"Surpreende-me que em Portugal existam analistas e até políticos que digam que a dívida pública não é sustentável. Só há uma palavra para definir esta atitude: ma-so-quismo." Cavaco, 3/10/2013 (com dívida prevista pelo Governo de 127,8%).
"Os juros da dívida soberana vão cair gradualmente, à medida que Portugal atinge as metas impostas pelo programa de assistência financeira." Gaspar, 20/4/2012.
"O cumprimento do Programa é inequívoco e os progressos alcançados são significativos." Gaspar 20/2/2013.
"O incumprimento dos limites originais do programa para o défice e a dívida, em 2012 e 2013 (...), minou a minha credibilidade enquanto ministro das Finanças." Gaspar, 1/7/2013.
"Não é uma teimosia minha com os salários da função pública, não é uma teimosia minha com as pensões dos pensionistas do Estado, (...) é a diferença entre fecharmos este programa de assistência ou podermos ter de pedir um outro programa." Passos, 21/9/2013.
A maioria PSD/CDS-PP no poder está "a criar condições para que os portugueses possam acreditar com confiança que esta crise será vencida." Passos, 27/9/2013.
"As dívidas têm de ser todas pagas, os países têm de pagar as dívidas." Moedas, 27/8/2013.
"Só nos resta (a nós e a outros) o possível caminho da reestruturação da dívida. Ou seja, ir falar com os nossos credores e dizer-lhes que dos cem que nos emprestaram já só vão receber 70 ou 80." Moedas, 26/5/2010.
"Não compensa absolutamente nada para a economia portuguesa (...) estabelecer uma retórica de ataque às posições dos mercados." Cavaco, 10/11/2010.
"Não existe nenhuma razão lógica para as obrigações do Estado português atingirem taxas de juro de 7% nos mercados financeiros." Cavaco, 30/9/2013.
"Deus nos livre de termos um Presidente da República que não mede as palavras que diz" Cavaco, 21/12/2010.
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domingo, 29 de setembro de 2013
COMUNICAÇÃO CIFRADA OU SIMPLESMENTE CONFUSA?
Há uma semana era publicado o post comunicação menos cuidada é armadilha e verifica-se que os altos responsáveis pelos destinos do País continuam a usar uma comunicação confusa – não creio que seja formalmente cifrada – que apenas serve para criar nevoeiro no espírito dos cidadãos. Faz lembrar a frase do ex-primeiro-ministro Pinheiro de Azevedo «é só fumaça». Mas na época e na intenção tal frase estava correcta. Agora não é correcto altas entidades responsáveis e que devem ser credíveis e respeitáveis digam coisas de forma a confundir os cidadãos.
Passos, em notícia das 11h48 dizia que há sempre uma leitura nacional a fazer» das eleições o que coincide com a opinião geral e a leitura depende de quem a faz, dos interesses que defende, do conjunto de dados informativos de que dispõe, isto é, dizer «há uma leitura» subentende uma ideia, uma intenção que é deixada no escuro. E nem seria oportuno, durante o acto eleitoral, explicá-la, pelo que nem devia ter sido referida.
E, em notícia das 14h14, Cavaco disse que futuro do Governo não depende de eleições locais, mas não especificou que isso é o aspecto formal, legal, mas na sequência das perguntas do jornalista que se referiu ao caso de António Guterres que se demitiu na sequência de umas eleições autárquicas, em 2001, Cavaco Silva disse que essa foi uma decisão pessoal. «Isso foi a decisão de um primeiro-ministro, é com ele».
Perante isto, estas palavras de pitoniza permitem admitir que, em face dos resultados eleitorais locais, pode haver alterações no Governo. Há quem admita que, para poupar os custos de eleições, possa haver uma alteração como a que consistiu na substituição de Durão Barroso por Pedro Santana Lopes, e que agora seria a substituição de Passos, por exemplo, por Rui Rio.
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quarta-feira, 18 de setembro de 2013
É PRECISO QUALIFICAR OS POLÍTICOS
E se não bastar qualificar será indispensável «requalificar». O cronista Paulo Ferreira gaba-se, no Jornal de Notícias, que já sabe o que é requalificar, mas não fiquei a saber o que é. O meu dicionário apenas fala de qualificar, dizendo que significa atribuir qualidade.
Mas penso que se qualificarmos correctamente, deixará de haver, por exemplo, tantas agressões ao idioma pátrio. Por coincidência, ou por mero acaso, dois ex-colonos do Ultramar e depois colonos do rectângulo lusitano, agrediram impunemente o idioma nacional: Miguel Relvas disse que era preciso «ser ouvisto» e Passos Coelho aconselhou há dias em discurso público que «sejemos» realistas…
Será que o primeiro quereria impor o vergo «ouver» como função dos ouvisdos, à semelhança do verbo que exprime a função dos olhos. E será que Passos pretende criar o verbo «sejar», à semelhança do verbo palrar, actividade em que é exímio?
Ao meditar nestas inovações linguísticas, deparei com o poema de Zélia Chamusca que me mostra que não vale a pena prestar atenção a reformas requalificativas e que transcrevo:
SEM LEI NEM ROQUE
Zélia Chamusca
Num país sem lei nem roque
Nem ladrão a quem se toque,
Cada um mais enche o saco
Do pobre o recurso parco.
Todos os trabalhadores
Estão a sofrer horrores
E os pobres dos reformados
Cada vez são mais roubados.
São só os pobres a pagar
E os do Poder a roubar,
De quem lhes deu o poder
Eles se estão a esquecer.
Não merecem governar
Este país a ficar
Cada vez mais assaltado,
Como não vi no passado!
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quinta-feira, 5 de setembro de 2013
OCULTAÇÃO DE SUBVENÇÕES POLÍTICAS
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sexta-feira, 16 de agosto de 2013
CORRUPÇÃO, PROMISCUIDADE, TRANSPARÊNCIA
O Dr. Paulo de Morais é Vice-Presidente da Associação Cívica de Transparência e Integridade, uma organização anticorrupção, representante em Portugal da rede global contra a corrupção Transparency International e que trabalha para uma sociedade mais justa e para uma democracia de qualidade em Portugal.
Paulo de Morais falou na promiscuidade entre o poder político e o sector bancário, no desvio de dinheiro do Orçamento de Estado para garantir rendas fixas para grandes grupos económicos e na forma como o povo português tem sido refém de políticos criminosos que, com a sua actividade, têm corrompido o país.
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segunda-feira, 29 de julho de 2013
PASSOS FALA DA SUA FÉ !!!
Passos não acredita que a nossa Constituição nos impeça de fazer o que qualquer sociedade desenvolvida faz”. Mas o povo é tolerante e não descrimina as religiões. Não lhe interessa a religião do PM, daquilo em que acredita ou não. Por outro lado um PM não tem que dizer que acredita ou não na Constituição, apenas tem que a saber, interpretar e explicar aos cidadãos, sem que a estes restem dúvidas.
Diz que é “verdadeiramente importante” definir o que o Estado pode fazer directamente e o que pode fazer em parceria com a sociedade civil. Mas porque não definiu ainda, depois de dois anos de governo?
O povo mais desprotegido, as denominadas classes média e baixa, tem vindo a ser obrigado a apertar o cinto, já em torno das vértebras, desde há dois anos, sem ainda vislumbrar quando pode «acreditar» que irá aliviar um furo.
Tem razão quando diz não compreender o que se tem passado, nestes últimos dois anos de austeridade sucessivamente agravada, «a indulgência perante a irresponsabilidade e o que eu acho indesculpável é uma sociedade política que não tem inteligência e exigência para cobrar a quem governa os resultados que são importantes para o país”.
Aquilo em que agora diz acreditar é um quadro de maravilha que nos prometeu, há mais de dois anos, na pré-campanha eleitoral das legislativas. Como então venceu a s eleições, agora está a usar os mesmos truques na esperança de ganhar as autárquicas, mas o clima de confiança e de credibilidade é diferente o que torna necessário mudar o discurso e deixar de falar naquilo em que acredita ou não acredita e começar a mostrar resultados visíveis do «trabalho» feito. Com uma boa «informação», até pode ser que o povo se esqueça dos sacrifícios feitos e acredite que os resultados foram compensação suficiente. Mas o acreditar é um fenómeno tão subjectivo que a sua modificação pode não estar ao alcance das mentes «iluminadas» dos políticos que nos têm enganado, como a promessa de que em 2013 acabaria a recessão.
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sábado, 29 de junho de 2013
É MUITO CEDO PARA ARRISCAR TANTO
Muitos observadores estranharam que, após dois anos de governação difícil, em constante espiral recessiva e austeridade sucessivamente agravada, Passos Coelho declarasse querer mais seis anos à frente do Governo e que, para isso, quer dar a cara em 2015. Era demasiado cedo para mostrar tal desejo e isso atraiu sobre ele as atenções para todo e qualquer pequeno deslize nas suas palavras e nos seus actos. Seria de esperar a adopção de uma sensatez muito perfeita e vigiada no sentido de pensar previamente ao pormenor cada afirmação.
Por acaso e referente a problema de autarca, José Augusto Rodrigues dos Santos escreveu as seguintes considerações acerca da ética dos políticos: «São raros os homens que encaram a política como missão patriótica, a vivem plenamente em acertos e desacertos e que regressam à sua vida anterior como o guerreiro regressa a casa depois de muitas guerras» Na generalidade, com casos mais ou menos agudos, trata-se de indivíduos ambiciosos de poder e de visibilidade que «não sabem, nem ninguém lhes disse, que não existem políticos providenciais tal como não existem homens insubstituíveis»… «Custa-lhes regressar ao anonimato pois, quais viciados em mediatismo, não conseguem ser felizes sem as luzes da ribalta a iluminar-lhes os passos».
E, curiosamente, ao invés da sensatez acima referida e das qualidades desejáveis num político conforme expressa Rodrigues dos Santos, Passos Coelho atirou para os cidadãos menos atentos e mais avessos à filtragem das mensagens que lhes chegam, as seguintes atoardas semelhantes a muitas outras que, nos passados dois anos, o desacreditaram por virem a ser contraditadas pelas realidades advindas. Disse que a recessão em Portugal está a abrandar e que meta do défice é perfeitamente alcançável.
Não parece prudente dar esta «informação», devido ao perigo de a meta não poder ser alcançada, e se isso acontecer que desculpa espera dar ao povo de modo a que ele a aceite? E quais serão os efeitos na sua desejada corrida aos mais seis anos?
Tais afirmações feitas com intenção de gerar confiança e atrair adeptos, embora contra a seriedade, a moral e a ética, são frequentes em campanha eleitoral, em que possivelmente Passos Coelho já se sente, mas, no seu caso real, a campanha está muito distante e entretanto pode ser destruído pela «nudez crua da verdade» a que pode vir a estar exposto
Não convém arriscar demasiado quando não for o momento correcto nem previsível a utilidade.
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quinta-feira, 27 de junho de 2013
O PAIS PRECISA DE MENOS PALAVRAS OCAS E DE MAIS TRABALHO
A notícia Passos Coelho: “País precisa menos de greves e mais de trabalho” suscita algumas reflexões que os pensadores não devem deixar de nos transmitir. Mas, para um simples cidadão, surge desde logo a legalidade das greves como direito concedido aos trabalhadores de lutarem para melhorar as suas condições de trabelho e para os cidadãos evidenciarem o seu desagrado e indignação perante atitudes menos convenientes das autoridades.
Seria bom que a vida social e empresarial não oferecesse motivos para tais paragens que, por mais contidas qye sejam, causam sempre prejuízo a cidadãos isentos de culpas e, o que é muito grave, é que desperdiçam tempo e energias que seriam mais úteis se fossem aproveitadas em trabalho dedicado e rigoroso para produzir a riqueza de que os portugueses necessitam. Mas, neste aspecto, também podem surgir pontos a polir, pois do trabalho a maior parte do benefício não reverte para quem o faz, mas para aqueles que usam e abusam do seu resultado, por deficiente ou ausente justiça social.
Por outro lado, com uma pequena mudança no título da notícia, poderá dizer-se : O Pais precisa de menos palavras ocas e de mais Trabalho. E recordo o vídeo de Constança Cunha e Sá em «Não percebo de que êxitos o Governo fala».
Dele se poderá concluir e deduzir que tem havido muita promessa não cumprida, muitas previsões insistentemente falhadas, como a da Reforma estrutural da função pública, ou do Estado, a redução da burocracia ao mínimo indispensável; etc.,
- Necessidade de agilizar a concertação social, tonificar o diálogo com confederações patronais, com sindicatos e com outras estruturas dos cidadãos,
- Conveniência de ajustar a política às realidades nacionais e colmatar o falhanço da política dos dois anos mais recentes de que, apesar de arrogâncias e «orgulho do trabalho feito», se vêm perigos no défice, na dívida, no desemprego crescente, no aperto exagerado e asfixiante da austeridade, nas falências (enfim, parece que, para os cidadãos, tudo está pior),
- Tem sido falado da intenção de aperfeiçoar o combate à corrupção, ao tráfico de influências e ao consequente enriquecimento ilícito, mas, segundo consta, a Justiça continua pouco eficaz por falta de ferramenta legislativa adequada,
- Fala-se pela rama na descida dos impostos (IRC, IRS, IVA) mas demora saber-se como, quanto, para quando?
E de palavras balofas temos dois exemplos recentes que são o cúmulo de todas as ouvidas em dois anos:
Gaspar admite reduzir impostos assim que possível e
Passos diz que Governo trabalha para baixar IRS mas não faz "promessa".
Realmente, o País precisa de menos palavras ocas e de menos referências a «projectos», ideias, intenções de que não se vislumbram acções concretas e muito menos de resultados, mas precisa, imperiosamente, de medidas bem preparadas, consistentes, eficazes, das quais se possa mostrar resultados para benefício dos cidadãos e dos quais, isso sim, o Governo se possa confessar justificadamente orgulhoso.
Os tempos actuais são difíceis, com grandes e imprevistas variações dos factores da decisão, pelo que só os objectivos estratégicos (crescimento e bem-estar) devem ser imutáveis, mas os objectivos tácticos, as medidas concretas não podem ser decididas a título definitivo «custe o que custar», pois são indispensáveis retoques para ajuste às realidades, à maneira do motorista que não tira as mãos do volante para manter o veículo dentro da estrada a fim de evitar acidentes e poder chegar com segurança ao fim da viagem (objectivo pretendido). Nada se perde em recordar a metodologia «Pensar antes de decidir»
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A. João Soares
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segunda-feira, 24 de junho de 2013
ADVOGADOS E BISPOS UNIDOS PELO BRASIL
Enquanto em Portugal, os políticos no seu profuso palavreado dizem que o futuro do País depende de todos, o certo é que a todos só é exigido o sacrifício da austeridade e dos cortes sem a mínima explicação nem justificação, e sem oportunidade para serem ouvidos e darem opinião e sugestões, no Brasil não são levantadas objecções a que os cidadãos possam participar em actos públicos destinados a análise e discussão construtiva dos graves problemas que estão a causar indignação da população, a fim de encontrar e adoptar as melhores soluções para a colectividade.
Transcreve-se a parte inicial da notícia (quem estiver interessado em ler tudo deverá fazer clic no seu título;
Advogados e bispos brasileiros discutem reivindicações
Diário de Notícias-LUSA 24-06-2013. Texto de Lina Santos
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) convocaram para esta segunda-feira, em Brasília, um acto público para discutir reivindicações que contemplem pedidos de manifestantes, como o combate à corrupção.
"Queremos dar concretização às justas reivindicações que ecoam nas ruas", afirmou, em nota, o presidente da OAB, Marcos Vinícius Furtado. Também participam da organização do acto diversos movimentos sociais, como o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE).
A intenção é conseguir o apoio de um milhão e meio de pessoas, para lançar um projecto de lei que prevê uma reforma política no país, assegure a liberdade de expressão na internet, a criação de comitês de controlo social de gastos públicos, inclusive dos investimentos com o Mundial 2014 e com o transporte público colectivo.
As entidades também pretendem discutir com as pessoas presentes sobre a ampliação do investimento em saúde e educação e sobre a criação de um Código de Defesa dos Usuários de Serviços Públicos.(…)
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A. João Soares
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