Parece que estamos a viver em ambiente de grave irracionalidade.
A notícia Barreiro: passe anual dos transportes para idosos passa de dois euros para 20 a 24 euros deixa-nos preocupados acerca do «estudo sério» em que possa ter sido baseada a decisão de criar o cartão de dois euros anuais. É possível que não tenha qualquer justificação válida a não ser o capricho «generoso» do autarca para ganhar votos ou para mostrar solidariedade em qualquer manifestação de apoio aos idosos. Dois euros não devem sufientes para cobrir as despesas inerentes à criação e à renovação do cartão. E como não haverá critério defensável para justificar a criação e a manutenção de tal situação, surge agora a ideia de passar o cartão de 2 para 20 ou 24 euros, um aumento de dez vezes mais, o que é chocante para muitos daqueles que vão ter de suportar o pagamento.
Terá agora havido estudo assente em análise cuidada ou será o novo valor também resultado de um capricho? Não passará de mais uma decisão «porque sim»? Haverá sensatez, racionalidade, lógica, neste aumento?
Nada se pode estranhar dado que a nível governamental também aparecem decisões carentes de racionalidade.
Imagem de arquivo
A Decisão do TEDH (396)
Há 2 minutos
4 comentários:
Caro João Soares
Os velhos (recuso o eufemismo piroso "idosos") têm por obrigação patriótica morrer o mais depressa possível, porque ficam muito caros. Não têm nada que andar nos transportes públicos a preços de saldo. A sua obrigação é ficar em casa a apodrecer.
Mau Caro Vouga,
Parabéns pelo seu espírito jovem, muito aberto às novas ideias que dominam as mentes dos nossos jovens políticos.
Transcrevo um comentário que coloquei num post sobre o envelhecimento:
A vida deve ser vivida em pleno, dentro das possibilidades circunstanciais, com o máximo prazer e pensando sempre em preparar a vida não activa. Esta será o resultado da preparação que cada um for fazendo. Não se trata de riqueza, mas de força de espírito, vontade de encarar a beleza daquilo que é simples mas está ao nosso alcance.
O saber, a experiência são dotes que ninguém nos coloca na mesa se não formos nós a entesourar durante a vida activa. Ser idoso ou velho sábio é uma riqueza.
Porém, a idade pode trazer dependências de outros por incapacidades de saúde física ou mental e, nesses casos é indispensável a existência de instituições sociais para o devido apoio. Mas, infelizmente, a frieza e insensibilidade dos governantes prenunciam que tais instituições venham a ser criadas não para ajudarem a viver os últimos anos de vida mas para reduzirem estes ao mínimo, por se tratar de pessoas não produtivas e que são um peso social.
Impõe-se que as pessoas estejam atentas aos menores passos dados em tal sentido, para reclamarem e impedirem a desumanidade da eutanásia por imposição de terceiros.
Caro Vouga, está aqui, por outras palavras a ideia que transmite na parte final do seu comentário. Nada combinámos, mas qualquer pessoa que raciocine e esteja atenta ao que se passa, chega a esta conclusão.
Abraço
João
Eles não «vão ter de suportar o pagamento», vão ficar presos em casa. Simples.
Os transportes, e a respectiva facilidade de mobilidade, em conjunto com a instrução e o acesso geral ao conhecimento são as bases do desenvolvimento.
Em Portugal, o ensino é defeituoso, não mantém qualquer relação com as necessidades dos país ou empresariais nem ninguém as controla.
Aqueles que gerem as informações, filtram-nas, encenam-nas, inventam-nas, criando um vazio em que quase todos pensam estar bem informados, mas que quase tudo ignoram por só conhecerem o que passa pelos filtros e que se impinge.
Quanto aos transportes, é o que se conhece.
Haverá quem ainda se admire do atraso? Claro, estando sempre a ouvir elogios à ignorância para aumentar uma auto-estima desproporcionada que impede o progresso. Progresso? Para quê, se já somos os melhores? Nos países mais avançados, a modéstia é rainha, o que permite que continuem a progredir mais que os outros.
Caro Mentiroso,
O que diz dos transportes e apoio à velhice e da educação ou ensino são pinceladas bem aplicadas no retrato do país.
A finalidade não é intencional, porque os nossos políticos não têm capacidade para desenvolver uma estratégia por mais simples que seja. É apenas fruto de desconhecimento da realidade do país e daquilo que é necessário pôr em prática para conseguir o «crescimento» de que agora muito se fala. Usam apenas palavras de arrogância, desajustadas das realidades, dos objectivos que deviam estar bem definidos e dos programas necessários para os conseguir.
Os nossos políticos começam por não saber fazer as contas mais simples da aritmética - do somar e do subtrair. Se o soubessem não tínhamos os défices que criaram a dívida e a crise e não agravariam a miséria nacional com uma austeridade que destruiu o pouco que restava da economia.
Os próprios discursos feitos com exagerada pompa e arrogância são compostos por palavras vazias de conteúdo, apenas cheias de ostentação de fantasia. Estou à espera de ver os discurso e a lista dos condecorados do 10 de Junho para concluir da sinceridade das palavras que têm mandado para os jornais e a ideia prática que têm do país. Mas não faltarão referências ou plágios de palavras de sábios que eram adequadas a situações antigas, há muito ultrapassadas mas desajustadas das necessidades actuais. Eles não pensam, nem sabem.
Abraço
João
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