terça-feira, 15 de maio de 2012

Saída da crise é incógnita

Como vamos sair deste buraco? Como é que isto vai acabar? Até quando iremos suportar estes sacrifícios? Perguntas como estas ouvem-se a cada passo. Mas não aparecem respostas credíveis.

O professor e bem conhecido pensador Eduardo Lourenço disse que "Ninguém pode prever como é que a gente vai sair deste túnel" e não está só pois, na mesma data, o constitucionalista Pedro Bacelar de Vasconcelos critica tentativa de responsabilizar cidadãos pela crise, o que constitui um aviso de que não se deve perder tempo com questões secundárias e deve-se concentrar o esforço na essência, na procura de solução para bem dos cidadãos.

Na impossibilidade de vislumbrar saída, dado nem sequer haver objectivo definido, sem o que não pode ser encontrada solução estratégica, todas as hipóteses são válidas para esquemas de raciocínio de investigação destinados a encontrar o caminho a seguir. Daí que os alertas aqui repetidamente deixados no sentido de agir rápida e sensatamente para evitar soluções de violência que causem mais inconvenientes do que vantagens.

Imagem do Google

4 comentários:

Fernando Vouga disse...

Caro João Soares

Embora a novidade não seja grande coisa (já todos percebemos que ninguém sabe o que pode suceder), há sempre um grande senão a complicar tudo e mais alguma coisa: as eleições que se seguem.
O que pode significar o desastre total e irreversível.
Veja-se o exemplo da Grécia.

A. João Soares disse...

Caro Vouga,

No ambiente poluído e tóxico em que nos meteram, as próximas eleições são uma enorme incógnita.

Imagine que um partido pequeno que nunca teve assento na AR lança uma campanha baseada no facto de que todos os governos desde o 25 de Abril só quiseram delapidar o erário público e as reservas de ouro herdadas, para benefício próprio e dos boys e que, agora, esse partideco diz que há que não votar nos partidos habituais e votar nele que está isento de culpas, tem boas ideias e nunca quiseram ver o seu valor. Experimentem um partido impoluto!!!

Com uma tal propaganda bem orquestrada poderia ganhar as eleições e depois seria o espanto de muitos dos actuais políticos que teriam de correr a inscrever-se nele para continuar a mamar dos tachos. E correriam mesmo! E mudariam de partido e, depois, continuaria tudo na mesma.

Este cenário, um tanto fantasioso, mostra vulnerabilidades da democracia que está a ser praticada no ocidente.

Abraço
João

Fernando Vouga disse...

Caro João Soares

Em boa verdade, ninguém sabe ao certo o que é a democracia. Porque, lembre-se, tal coisa nunca existiu no estado puro. Nem sequer na própria Grécia antiga, já que a grande força do trabalho era escrava.
O que nos resta dessa utopia poderá chamar-se "técnica de limitação do poder" ou seja, ser possível derrubá-lo sem derramamento de sangue.
Porém, hoje em dia, já ninguém tem dúvidas de que o poder já não está nas mãos dos Estados mas dos ricos e poderosos para quem não existem fronteiras nem leis. E é esse facto que nos deve preocupar e combater. É o cerne da questão.

A. João Soares disse...

Caro Vouga,

Mexendo nestes temas, vamos aprendendo mais um pouco. Realmente, o poder não pertence ao povo (demo), pois este não pode escolher o que vir de melhor entre os cidadãos, mas apenas entre os candidatos que se oferecem, ou que pedem o voto em troca de promessas que mais tarde se vê que são falsas. E esses candidatos antes de o serem recebem o apoio e incentivo dos seus patrões, os tais donos do capital que lhes puxam os cordelinhos. Esses são os reais detentores do poder, embora não sejam eleitos.

Quando haverá uma mudança neste sistema? O que será necessário fazer e como, para que a mudança se realize? E depois? Não pode haver vazios porque o vácuo atrai qualquer porcaria e a que está mais preparada para o preencher é a que agora existe, com a experiência que tem. E, se assim for, nada mudará verdadeiramente.

Abraço
João