sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Democracia e diálogo são parceiros inseparáveis.

Sem democracia é difícil e inútil haver «diálogo» por falta de confiança mútua, lealdade e abertura, Por seu lado se o diálogo estiver ausente não é coerente falar-se de democracia.

Com democracia e diálogo é possível preparar as decisões, fáceis ou difíceis, para os pequenos ou grandes investimentos, empreendimentos e acções sociais. Deve sempre usar-se uma metodologia adequada para pensar antes de decidir.

Esta ideia foi criticada alegando que no Governo de Guterres era dada toda a prioridade ao diálogo mas que raramente era concluído e concretizado, traduzindo-se em medidas concretas. O diálogo com a finalidade de preparação da decisão, não deve ser bloqueado por demasiadas hesitações ou por avançar por decisões parcelares e opções mal analisadas. A quantidade de hipóteses de solução deve ser reduzida, sucessivamente, até ser escolhida a melhor, após comparações entre todas, tendo em atenção a finalidade e aprioridade dos factores.

A decisão deve ser expressa de forma correcta, isto é, clara precisa e concisa. Deve conter a finalidade que se pretende atingir, as tarefas a desenvolver, quem é responsável por cada tarefa e o início das diversas fases, a fim de haver perfeita interacção entre todas as partes envolvidas e as maiores sinergias.

Iniciada a acção deve ser controlada a realização de todos os actos necessários, para atingir o objectivo pretendido com a máxima eficácia e economia recursos, incluindo o tempo. Em consequência do controlo, resultam, frequentes decisões adicionais, ou por deficiência de planeamento ou por resultados imprevistos ou alterações dos factores condicionantes. Na prática não há planeamentos do género custe o que custar. Pelo contrário, o objectivo, a finalidade só pode ser alterado, excepcionalmente, pelo escalão superior que o estabeleceu.

Felizmente, parece que chegámos ao ponto de as principais forças políticas nacionais se mostrarem decididas a um diálogo útil com vista a procurar as melhores soluções para os problemas que preocupam todos os portugueses. E talvez já pudéssemos ter chegado a esse entendimento democrático se não houvesse o esquecimento de que em diálogo tem que haver cedências de parte a parte, e se não houvesse quem tenha a tendência para teimar na sua ideia e querer levá-la para a frente «custe o que custar». Oxalá a promessa de diálogo seja bem interpretada e posta em prática para que todas as energias do País se conjuguem para o melhor objectivo a bem de Portugal.

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