segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Estado em Emergência

Transcrição de artigo:

E agora?
Correio da Manhã. 17-09-2012. 1h00. Por: Luís Pires da Silva, Presidente da Associação Sindical dos Funcionários da ASAE

Ao fim de pouco mais de um ano de governo, assistiu-se à maior manifestação que há na memória recente. Depois de se ter recusado um governo PS, escolheu-se o alternativo PSD/CDS. E agora?

O histerismo na classe política é patente. Há os que tudo fazem para se manterem no poder e os que tudo fazem para irem para o poder. E aqui não se fala dos líderes mas de todos aqueles que gravitam à sua volta. E com isto chegamos a um Estado em Emergência.

Sem a regeneração da classe política, que se subjuga ao poder económico e financeiro, que tem um discurso oco que já ninguém ouve, que age confirmando o que todos pensam deles, não é possível restabelecer a confiança dos cidadãos. E isto é um facto.

Esta manifestação foi mais uma forma de mostrar indignação contra a classe política. Alguma elite política sussurra que isto passa, que é um escape para as pessoas e que depois estas voltam para "as suas vidinhas".

Desenganem-se os que assim pensam. Não existe neste momento nenhuma classe profissional, incluindo aqueles que teoricamente os protegem, que não diga que está farta. Se nada for feito, a escalada de protesto aumentará certamente.

Imagem de arquivo

4 comentários:

Fernando Vouga disse...

Caro João Soares

Perante a indignação, Cavaco convoca o CE para...sexta-feira. Que urgência!...

Já não há mais paciência!

Como em princípio se avizinham eleições para a AR, há que mostrar a indignação de uma forma mais convincente: com a abstenção ou, melhor ainda, com a anulação do voto. Julgo que só assim é que aquela maltosa da política percebe.

A. João Soares disse...

Caro Vouga,

Eles são tão maus ou piores do que os portugueses deles pensam.

Quanto ao voto, não devemos esquecer que votar numa lista é dar aval a cada elemento que a compõe, isto é, para se votar conscientemente é preciso conhecer bem cada elemento. E conhecer bem não basta concordar com as doces palavras das promessas.

Mas não votar pode ter três aspectos e significados:

ABSTENÇÃO: são todos uns indiferentes, comodistas que preferem ficar a beber uns copos, ou no passeio ...

VOTO NULO. Ignorantes que não sabem onde colocar a cruz; ou malcriados que escrevem insultos aos políticos que se sacrificam por eles...

VOTO EM BRANCO: o significado é apenas um - eleitores que não são preguiçosos, nem indiferentes, nem ignorantes, nem malcriados - são eleitores conscientes e activos que saem de casa e vão às urnas levar a mensagem não tenho confiança em qualquer dos candidatos, não vejo em nenhum qualidades suficientes para merecer o meu voto.

Parece que o único tipo de voto que é uma bofetada nos políticos é o VOTO EM BRANCO. Chega-se à mesa, mostra-se o cartão, recebe-se o boletim, vai-se ao cubículo secreto, nada se se risca, dobra-se o papel e vai-se entregar na urna.

Há quem diga que depois alguém pode inserir a cruz onde deseja, mas isso não parece fácil porque estão presentes representantes dos vários candidatos. Nas últimas legislativas, houve mais votos em branco do que os que teve o MRPP e este teve tantos votos que recebeu dinheiro para as despesas da campanha... E o voto em branco nem sequer fez campanha!!!!

Pense bem nisto, amigo Vouga.

Abraço
João

Fernando Vouga disse...

Caro João Soares

Tem muitíssima razão. Mas aqui na Madeira o caso tem sido diferente. Só nas últimas eleições para a AR é que todas as mesas de voto tiveram membros da oposição. E, por coincidência, foi a primeira vez que o jardinal não teve a maioria absoluta nos votos, embora depois, por força do método de Ondt, obtivesse a maioria dos deputados.
Como os madeirenses, pelos vistos, já perderam o medo do papão, estou em crer que todas as ditas mesas de voto vão ser doravante devidamente preenchidas. O que me vai levar a seguir o seu douto conselho.

Magno disse...

Acredito cada vez mais que os políticos portugueses apenas querem saber do seu umbigo. Veja - se o resultado da politica "o bom aluno da Europa" começada por Cavaco no final dos anos 80 e continuada por Sócrates e Passos Coelho.
Quem paga o preço desta politica de bom aluno são sempre os mesmos do costume.
Abraço,
Magno