segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Governo não pensa em orçamento. Só pensa em receitas

O orçamento, tal como o balanço, seja público, empresarial ou individual assenta na operação aritmética denominada subtração. O défice, ou o lucro ou benefício é a diferença entre o aditivo e o subtractivo, a receita e a despesa.

Perante isto verificamos, pelo título da notícia Governo estuda mais impostos para compensar devolução de subsídio aos funcionários e pensionistas que o Governo sofre de uma obsessão, socialmente preocupante, de apenas se preocupar com os impostos e outras formas de receitas fiscais, em vez de deitar também uma olhadela às despesas. Aliás, já houve promessas governamentais, com indicação de prazos, de reduzir drasticamente as despesas com pessoal da máquina do Estado, incluindo assessores inexperientes com salários de directores-gerais em fim de carreira, com fundações, com observatórios, com empresas públicas e autárquicas, com instituições, comissões e organizações dispensáveis, etc, mas dessas promessas têm-se notícias semelhantes às das promessas eleitorais !!!

Continuaremos à espera de milagre? Ou surgirá um momento de lucidez patriótica que faça o Governo encarar a sério e na sua globalidade o grave problema nacional?

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2 comentários:

Magno disse...

Não deixa de ser triste o facto de a classe politica apenas se preocupar com o seu bem estar. Pois não cortam na real gordura (Boys, PPPs, fundações etc.)
Eu não acredito em milagres por parte dos actuais governantes, acredito sim que nos vão mandar emigrar, aumentar impostos e exigir mais sacrifícios em nome do estatuto “bom aluno da Europa”.
Mais degradante ainda é o facto de 2013 se estar a aproximar e nós já sabermos de antemão que tudo a nível das despesas do dia a dia vai aumentar segundo a inflação e o preço dos combustíveis.
É esta a triste sina do povo português que irá a continuar a sonhar com um Dom Sebastião numa manhã de nevoeiro.
Abraço,
Magno.

A. João Soares disse...

Caro Magno,

É incrível como há pessoas que elogiem estes tipos que não sabem ou não querem mostrar que sabem fazer contas de subtrair e teimam estupidamente em actuar apenas no aditivo esquecendo o subtractivo. Em vez de só olharem para os impostos e os sacrifícios das vítimas, deviam olhar também, e principalmente, para as despesas exageradas e inúteis que estão a exaurir os cofres do Estado. Não é racional adiar os cortes nas obesidades da máquina que nos suga os impostos por mais altos que sejam.

Têm a obsessão doentia de continuar a manter as mordomias, o fausto e o esbanjamento com «boys» e girls» e, para combater o défice só querem sacar mais aqueles que já nada têm a não ser a pele e o osso.

Como muito bem diz, os próximos tempos irão ser dramáticos para muita gente. E o povo continuará adormecido? Vale mais decidir amputar a perna gangrenada e continuar vivo do que morrer dolorosamente com uma septicémia.

É preciso ter coragem para tomar grandes decisões na procura de um futuro melhor para Portugal. Se a solução for adiada pode já não aparecer a tempo.

E a Justiça? Os juízes dizem que a lei não lhes permite fazer mais e melhor, mas então exijam melhor legislação, apresentem propostas bem elaboradas.

Abraço
João