Tenho recebido muitos comentários de pessoas afectas à área do Governo que, para aliviar a imagem deste, arranjam os mais variados pretextos para justificar o adiamento de situações problemáticas e graves, ou porque as causas vêem de trás ou porque as soluções são difíceis e custosas, exigindo coragem e sacrifícios de mordomias e privilégios.
Quanto às causas, é vulgar a insistência nos erros surgidos imediatamente após o 25 de Abril e agravados continuadamente pelos sucessivos governos. Dizem que os exageros da má governação atingiram o máximo no tempo de Sócrates, mas não querem aceitar que no actual Governo foi acelerado o agravamento da crise, com a austeridade, o desemprego, a fome, o encerramento de empresas, etc.
Ora, quer a causa esteja no Afonso Henriques, no 5 de Outubro, no 26 de Maio ou no 25 de Abril, a verdade é que o problema existe e está actualmente a sacrificar demasiado os portugueses mais carentes e desprotegidos, embora os mais poderosos e favorecidos pela política continuem com o seu luxo e espavento. Portanto, há que, sem demoras, já, se corte este vício de deixar o País deslizar velozmente para o abismo.
Não se pode deixar tal tarefa para os que hão-de vir, no futuro, porque, depois, as dificuldades serão maiores e de solução muito mais difícil. Custe o que custar, a tarefa compete aos actuais detentores do Poder. A solução tem que ser realizada já, hoje, agora, pois não admite adiamentos.
Mas há quem justifique a falta de decisões para eliminar fundações, observatórios, instituições diversas, empresas públicas e autárquicas e outros sistemas parasitários sugadores do cofre do Estado sem proporcional benefício para os cidadãos, porque tais eliminações obrigariam a indemnizações a «boys» e a «girls», por despedimento antes do fim do período de contrato. Isto é demagogia. Se tal critério fosse tão respeitado para todos os cidadãos, não haveria, hoje, tanto desemprego, pelo País fora. A racionalidade da vida diz que é preferível amputar uma perna gangrenada do que deixar que ela infecte todo o corpo e cause a morte. Com efeito, o benefício do desaparecimento de uma organização deficitária e sem utilidade efectiva (a não ser para os tachistas que alberga) acabará por, em breve prazo, cobrir as indemnizações e, depois traduzir-se em benefício financeiro para o orçamento e em vantagens para a moralização do sistema.
Parece não haver dúvidas nas linhas gerais deste raciocínio, mas começa a tornar-se evidente a ausência de patriotismo e verdadeira coragem dos políticos eleitos em exercício para defender os interesses nacionais e submeter-lhes os interesses pessoais, próprios e dos seus amigos, cúmplices e coniventes. Quando surgirá tal coragem? Quem será o heróico salvador de Portugal nesta data dramática?
A João Soares, 24 Setembro 2012
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Boas-Festas
Há 2 horas
2 comentários:
Infelizmente, meu amigo, para todas as situações da vida, sempre haverá alguém a favor e alguém contra. Ou seja, quando achamos que algo é absurdo, não é que tem gente que aceita e apoia?
Coisas da vida, né?
Torço para que a crise passe logo.
Amo Portugal.
Beijocas
Cara Amiga Gisele Claudya,
Estou convicto de que adiar um problema em vez de procurar a melhor solução possível, não é opção de pessoa consciente e inteligente, mas apenas sinal de incapacidade, medo, cobardia.
Uma pessoa que tem dores de estômago, mesmo que não possua dinheiro para ir ao médico, pergunta aos amigos qual a mesinha que deve tomar. Se dá conta que tem um pneu do carro furado, substitui-o ou pede a quem a ajude a fazê-lo. E depois não adia a reparação para poder contar com o pneu de reserva quando for necessário.
Mas, infelizmente há pessoas que nem pensam e vão adiando, com erros sucessivos, com aplicação de falsas soluções que já agravarem o problema. E o mais grave é que há pessoas com estas incapacidades que estão em funções de que depende a vida de muitas seres humanos honestos e trabalhadores.
Não se esqueça: quando tiver uma areia no sapato descalce-o
o sacuda-o e depois de ficar sem a areia volte a calçá-lo e continue a andar...
Beijos
João
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