domingo, 23 de setembro de 2012

Muitas cigarras e poucas formigas

Costuma ser perda de tempo ler ou ouvir os ditos dos governantes porque, depois de espremido, sai apenas água e nem sempre potável. Mas há exceções e, agora, surge, talvez por descuido do Sr. Ministro Miguel Macedo, a afirmação de que Portugal é “um país de muitas cigarras e poucas formigas” (para ler o artigo faça clic no link). A frase tem muito de verdade e merece ser devidamente ponderada.

Em quantidade de pessoas, as formigas são mais numerosas e são as maiores, ou únicas, vítimas da voracidade das medidas de austeridade que não param de lhes sugar o tutano, para benefício das cigarras. Para mais, muitas formigas, na sua vontade de produzir, queixam-se de não as deixarem labutar para seu sustento e das suas famílias e estão confinadas ao desemprego.

Por outro lado, as cigarras (preguiçosas e improdutivas que não param de «cantar» na comunicação social e de explorar as formigas) , embora possam ser em menor quantidade do que as formigas, possuem uma voracidade que não se satisfaz com a total exploração das pobres formigas que pouco usufruem do muito que labutam.

Parece que o Sr. Miguel Macedo advoga a redução das cigarras e a melhoria das condições de trabalho das laboriosas formigas. Convém recordar-lhe que são bem conhecidos os enxames de cigarras a controlar e a reduzir: assessores, deputados, jotinhas, sanguessugas de fundações desnecessárias, peste ligada à invenção de «observatórios» e de instituições que, aparentemente, nada fazem de útil ou indispensável, mas que custam caro às formigas que constroem o «morro de salalé» do erário que alimenta todas as cigarras, PPPs, empreas públicas e autarquicas, etc.

Realmente, estando atento aos muitos e-mails que circulam com informação acerca das cigarras de luxo que abundam escandalosamente num País em crise, em que as formigas sofrem de carências vitais, é justo que se afirme com maiúsculas que somos «UM PAÍS DE MUITAS CIGARRAS E POUCAS FORMIGAS”, pois não há formigas que cheguem para alimentar toda ambição de ostentação das cigarras.

Imagem de arquivo

2 comentários:

Fernando Vouga disse...

Caro João Soares

Assim falam as cigarras. Pudera, com tanta formiga no desemprego...

A. João Soares disse...

Caro Amigo Vouga,

Gostei deste seu mote.
As cigarras têm de fazer um campeonato entre elas a fim de seleccionarem apenas 2 ou 3% e as outras terem de se converter em formigas, de modo a merecerem o seu próprio sustento e contribuirem para a riqueza nacional. Há demasiadas cigarras a sugar no orçamento.

Talvez sem querer, o Sr Macedo veio dizer a verdade. Agora, cabe a ele e a outros detentores do Poder ter TOMATES para reduzir a quantidade de cigarras. Usem Sheltox ou outro raticida ou pesticida para salvar Portugal. Tem que ser já. Não adiem a desinfestação.

Devem ter em atenção que os

hProblemas não se adiam, resolvem-se

Abraço
João