Costumo seguir o princípio de não recusar opiniões, independentemente da sua origem, desde que possam contribuir para melhorar a minha visão dos problemas, sem desprezar as facetas menos expostas. Se assim não for acabamos por ter os nossos neurónios a funcionar apenas na submissão aos condicionamentos da fumaça, politicamente correcta, que usa as promessas (desmentidas a curto prazo), tentativas, erros e recuos, perdendo tempo (o recurso mais precioso por não ser recuperável) e adiando a hipóteses de soluções adequadas.
Acresce que a conversa balofa que sustenta a fumaça obscurantista gira à vilta da macroeconomia, de números de dívida e de orçamento sem abrir uma fresta para as realidades da maioria dos cidadãos para quem o mês tem mais dia do que salário e que não tem a mínima possibilidade de poupar para a reforma, por mal terem hipóteses de ir sobrevivendo no dia-a-dia.
Nestas condições transcrevem-se algumas frases do artigo que se refere ao relatório do Banco de Portugal:
“Estamos num atoleiro, sem qualquer capacidade de transformar o nosso perfil económico e a nossa capacidade de crescimento, com um Governo que apenas está determinado em fazer cortes de tal maneira que são absolutamente desastrosos para a nossa capacidade de crescimento económico”
“Há uma contracção tal do que é o consumo interno, uma estagnação das nossas exportações, que há esta sensação de sufoco, em que a economia portuguesa agrava a sua queda, agrava a sua capacidade de criar riqueza. E, portanto, vamos ter um aumento do desemprego sem que haja no horizonte qualquer perspectiva.”
“O Governo há dois anos que nos vem prometendo que, se for implementado um conjunto de reformas, isto vai melhorar, e à medida que as previsões se vão sucedendo, elas são sempre para pior”.
Estas palavras devem ser inseridas nas nossas análises pessoais a fim de os nossos neurónios ficarem mais habilitados a formular opinião mais fundamentada e perfeita, e ficarmos mais imunes a propaganda falaciosa.
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Há 1 hora
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