sábado, 2 de março de 2013

Passos confessa erro mas não corrige


Por vezes, o PM demonstra que vê o nosso problema actual mas não tem coragem de ir ao encontro das soluções mais eficazes, Há dias «apontou a culpa (da crise) aos desequilíbrios do Estado e à “sensação ilusória de riqueza” em que se viveu durante anos», Mas, apesar das suas promessas e de mostrar ter consciência do despesismo da desequilibrada máquina do Estado, não tem cortado as gorduras deste e, durante 20 meses, não tomou medidas eficazes, antes permitiu o aumento de pessoal nos gabinetes, de carros, de mordomias e a criação de inúmeros «observatórios», alguns com finalidades sobrepostas às de outros.

Mas continua a mostrar ideias e intenções, embora pouco definidas: «Precisamos de nos manter fiéis à nossa estratégia, a única que veio com realismo para cima da mesa e se manteve plausível, exequível e credível" (…) "o que está em causa neste grande desafio reformista é o nosso futuro coletivo"».

Defendeu, mais uma vez, que «pagar menos impostos só será possível com uma menor despesa permanente do Estado: "Temos uma escolha a fazer. Ou deixar tudo na mesma e nada fazer, como alguns pedem. Ou então enfrentar os nossos problemas, pensar o que queremos para o futuro e não hesitar na nossa tarefa. Eu proponho que cumpramos o nosso dever"». Mas já deixou passar quase metade do mandato e, segundo o hábito diabólico do regime, surge a tentação de não tomar decisões difíceis para não perder a vitória nas próximas eleições.

Nesse pormenor o grande empresário Soares dos Santos pede aos políticos para pensarem no povo e não nas «eleições que se aproximam». Um conselho celestial que deve ser tomado em alta prioridade, porque a música da «Grândola» pode vir a dar lugar a um som menos agradável e mais doloroso.

Também António José Seguro, alerta para o "drama" do desemprego, afirmando que o Governo está de "braços cruzados" e apenas convida à emigração. «O desemprego leva ao drama de várias famílias». «Pedro Passos Coelho "está a fazer tudo ao contrário do que tinha prometido".»
'Para quê tantos sacrifícios?', é a pergunta que muita gente faz.

Senhor Primeiro-ministro, não despreze estes alertas e procure concretizar as suas «lindas» palavras, ideias e intenções em medidas concretas que aliviem o povo da dura austeridade em que nos meteu. Corte as despesas da máquina do Estado a que se referiu, reduza a burocracia, não queira controlar os pormenores da vida dos cidadãos, simplifique tudo, elimine aquilo que não é absolutamente necessário, para benefício colectivo e, também seu, da sua imagem, do seu futuro político.

Imagem de arquivo

2 comentários:

Fernando Vouga disse...

Caro João Soares

Esse Soares dos Santos é uma besta. Para lá de estar a pôr o dinheiro a salvo no estrangeiro (que patriotismo!), permite-se dar conselhos ao povo. Que não se manifeste e faça propostas concretas. Mas o homem está doido? Fartas de fazer propostas estão as oposições na AR e o resultado todos sabemos qual é.
Pois eu dou um conselho a esse senhor: que esteja calado de uma vez por todas.
Irra!

A. João Soares disse...

Caro Fernando Vouga,

Não sou fanático por nada nem por ninguém e coloco aqui desafios que suscitem polémica, porque serão uma forma de esclarecer as coisas.

Gostei desta sua reacção que veio ao encontro de umas intervenções deste capitalista, aqui referidas:
- Justiça Social ???
- Recado aos senhores deputados
- “não basta ser rico para ser bem educado”


Ele tem mostrado ser um vivo exemplo dos ricaços que pretendem controlar o Poder e colocar os políticos ao seu serviço.
Veja o primeiro link e o que depois aconteceu com os repetidos aumentos do IVA. Ele acabou por levar a melhor, devido à fragilidade moral dos nossos políticos. Repare no jogo duplo do António Mexia que trabalha para o Estado e para o grupo Jerónimo Martins, com o consentimento do primeiro-ministro. Poderá pensar-se que este espera um dia ter um tacho na empresa, tal como Sócrates conseguiu numa multinacional que teve grandes negócios com o Estado, por contrato directo.

Estas coisas acabam por ser entendidas por todos mesmo pelos intervenientes!!!

Abraço
João