Transcrição do blogue de José Pires:
GENERAL PIRES VELOSO FALA DA SITUAÇÃO ACTUAL...
O General Pires Veloso, um dos protagonistas do 25 de Novembro de 1975 que, naquela década, ficou conhecido como "vice-rei do Norte", defende um novo 25 de Abril, de raiz popular, para acabar com "a mentira e o roubo institucionalizados". "Vejo a situação actual com muita apreensão e muita tristeza. Porque sinto que temos uma mentira institucionalizada no país. Não há verdade.
Fale-se verdade e o país será diferente. Isto é gravíssimo", disse em entrevista à Lusa. Para o General, que enquanto Governador Militar do Norte foi um dos principais intervenientes no contra-golpe militar de 25 de Novembro que pôs fim ao "Verão Quente" de 1975, "dá a impressão de que seria preciso outro 25 de Abril em todos os termos, para corrigir e repor a verdade no sistema e na sociedade". Pires Veloso, 85 anos, considera que não poderão ser as forças militares a promover um novo 25 de Abril: "Não me parece que se queiram meter nisto. Não estão com a força anímica que tinham antigamente, aquela alma que reagia quando a Pátria está em perigo". "Para mim, o povo é que tem a força toda. Agora é uma questão de congregação, de coordenação, e pode ser que alguém surja" a liderar o processo.
INVERSÃO DE VALORES
E agora que "o povo já não aguenta mais e não tem mais paciência, é capaz de entrar numa espiral de violência nas ruas, que é de acautelar", alertou, esperando que caso isso aconteça não seja com uma revolução, mas sim com "uma imposição moral que leve os políticos a terem juízo". Como solução para evitar que as coisas se compliquem, Pires Veloso defendeu uma cultura de valores e de ética. "Há uma inversão, que não compreendo, desses valores e dessa ética. Não aceito a actuação de dirigentes como, por exemplo, o Presidente da República, que já há pelo menos dois anos, como economista, tinha obrigação de saber em que estado estava o País, as Finanças e a Economia. Tinha obrigação moral, e não só, de dizer ao País em que estado estavam as coisas", defendeu. Pires Veloso lamentou a existência de "um gangue que tomou conta do país. Tire-se o gangue, tendo-se juízo, pensando no que pode acontecer. E ponham-se os mais ricos a contribuir para acabar com a crise. Porque neste momento não se vai aos mais poderosos". O general deu como exemplo o salário do administrador executivo da Eletricidade de Portugal (EDP) para sublinhar que "este Governo deve atender a privilégios que determinadas classes têm". "Não compreendo como Mexia recebe mais de mil milhões de euros por ano e há gente na miséria sem ter que dar de comer aos filhos. Bem pode vir Eduardo Catroga com uma reforma de 10.000 euros por mês e um tacho escandaloso na EDP de 650 mil euros por ano, mais prémios e outras mordomias dizer que é legal e que os accionistas é que querem, mas isto não pode ser assim. Há um encobrimento de situação de favores aos mais poderosos que é intolerável. E se o povo percebe isso reage de certeza", disse. Para Pires Veloso, "se as leis permitem um caso como o Mexia, então é preciso outro 25 de Abril para mudar as leis", considerando que isto contribui para "a tal mentira institucionalizada que não deixa que as coisas tenham a pureza que deviam ter". Casos como este, que envolvem salários que "são um insulto a um povo inteiro, que tem os filhos com fome", fazem, na opinião do militar, com que em termos sociais a situação seja hoje pior, mesmo, do que antes do 25 de Abril:
"Na altura havia um certo pudor nos gastos e agora não; Gaste-se à vontade que o dinheiro há de vir".
INVERSÃO DO 25 DE ABRIL
Quanto ao povo, "assiste passivamente à mentira e ao roubo, por enquanto. Mas se as coisas atingirem um limite que não tolere, é o cabo dos trabalhos e não há quem o sustenha. Porque os cidadãos aguentam, têm paciência, mas quando é demais, cuidado com eles". "Quando se deu o 25 de Abril de 1974, disseram que tinha de haver justiça social, mais igualdade e melhor repartição de bens. Estamos a ver uma inversão do que o 25 de Abril exigia", considerou Pires Veloso, para quem "o primeiro-ministro tem de arrepiar caminho rapidamente". Passos Coelho "tem de fazer ver que tem de haver justiça, melhor repartição de riqueza e que os poderosos é que têm que entrar com sacrifícios nesta crise", defendeu, apontando a necessidade de rever rapidamente as parcerias público-privadas. O Governo mexe nos mais fracos, vai buscar dinheiro onde não há. E, no entanto, na parte rica e nos poderosos ainda não mexeu. Falta-lhes mais tempo? Não sei. Sei é que tem de mudar as coisas, disse Pires Veloso.
Pensemos bem nisto, porque se não o fizermos quanto antes, pode sair-nos caro.
Há muita agente com fome em Portugal e mutos jovens e não só, sem presente e sem futuro.
As palavras do General Pires Veloso, personalidade muito prestigiada no seio das Forças Armadas e não só, devem ser bem entendidas por todos nós, porque ele sabe do que fala, já que teve uma acção preponderante na contra-revolução de 25 de Novembro de 1975, para repor o espírito democrático que esteve na génese do 25 de Abril de 1974. Hoje, em Portugal, não está a ser respeitada a Constituição da República, atropelam-se as leis, o povo é esmagado pelo peso da austeridade e os sobreviventes vivem asfixiados pelo poder político, tipo salazarista, em situação verdadeiramente aflitiva, a sofrer os efeitos deste (des)governo de gente inexperiente e incompetente, ao serviço do capitalismo selvagem, protector dos poderosos e dos corruptos, de que o caso BPN (quase 10 mil milhões de euros, 9 mil milhões no "conhecido "buraco" da Madeira, além dos milhares de milhões escondidos em offshores no Luxemburgo, Suíça, Cabo Verde, Ilhas Caymão e outros, que chegariam para pagar 2 dividas de Portugal). Porque não seguem o rasto do dinheiro, afim de o recuperar, como é feito em outros países e não metem na cadeia todos os responsáveis?
Este governo moribundo tem de desaparecer de cena rapidamente, antes que seja tarde demais...
Pensemos bem nestas palavras do general Pires Veloso e nas outros prestigiados militares e de ilustres personalidades da classe civil e eclesiástica, neste caso, como D. Manuel Martins, ex-bispo de setúbal, D. Januário Torgal Ferreira, bispo das Forças Armadas ou Frei Fernando Ventura. «Pensem por vós e nunca se deixem embalar pela desinformação veiculada pela comunicação social, manipulada pelo governo ou pelos donos das televisões e jornais de que são titulares e que desvirtuam, muitas vezes, a verdade.
Imagem de arquivo
A Decisão do TEDH (395)
Há 20 minutos
Sem comentários:
Enviar um comentário