sexta-feira, 26 de julho de 2013

SINAIS DE MUDANÇAS GLOBAIS


Evolução surpresa da sociedade, em perspectiva

Há cerca de 3 ou 4 meses começaram a dar-se alterações profundas, e de nível global, em 10 dos principais factores que sustentam a sociedade actual. Num processo rápido e radical, que resultará em algo novo, diferente e porventura traumático, com resultados visíveis dentro de 6 a 12 meses... E que irá mudar as nossas sociedades e a nossa forma de vida nos próximos 15 ou 25 anos!

... tal como ocorreu noutros períodos da história recente: no status político-industrial saído da Europa do pós-guerra, nas alterações induzidas pelo Vietname/ Woodstock/ Maio de 68 (além e aquém Atlântico), ou na crise do petróleo de 73.

Façamos um rápido balanço da mudança, e do que está a acontecer aos "10 factores":

1º- A Crise Financeira Mundial : desde há 8 meses que o Sistema Financeiro Mundial está à beira do colapso (leia-se "bancarrota") e só se tem aguentado porque os 4 grandes Bancos Centrais mundiais - a FED, o BCE, o Banco do Japão e o Tesouro Britânico - têm injectado (eufemismo que quer dizer: "emprestado virtualmente à taxa zero") montantes astronómicos e inimagináveis no Sistema Bancário Mundial, sem o qual este já teria ruído como um castelo de cartas. Ainda ninguém sabe o que virá, ou como irá acabar esta história !...

2º- A Crise do Petróleo : Desde há 6 meses que o petróleo entrou na espiral de preços. Não há a mínima ideia/teoria de como irá terminar. Duas coisas são porém claras: primeiro, o petróleo jamais voltará aos níveis de 2007 (ou seja, a alta de preço é adquirida e definitiva, devido à visão estratégica da China e da Índia que o compram e amealham!) e começarão rapidamente a fazer sentir-se os efeitos dos custos de energia, de transportes, de serviços. Por exemplo, quem utiliza frequentemente o avião, assistiu há 2 semanas a uma subida no preço dos bilhetes de... 50% (leu bem: cinquenta por cento). É escusado referir as enormes implicações sociais deste factor: basta lembrar que por exemplo toda a indústria de férias e turismo de massas para as classes médias (que, por exemplo, em Portugal ou Espanha representa 15% do PIB) irá virtualmente desaparecer em 12 meses! Acabaram as viagens de avião baratas (...e as férias massivas!), a inflação controlada, etc...

3º- A Contracção da Mobilidade : fortemente afectados pelos preços do petróleo, os transportes de mercadorias irão sofrer contracção profunda e as trocas físicas comerciais (que sempre implicam transporte) irão sofrer fortíssima retracção, com as óbvias consequências nas indústrias a montante e na interpenetração económica mundial.

4º- A Imigração : a Europa absorveu nos últimos 4 anos cerca de 40 milhões de imigrantes, que buscam melhores condições de vida e formação, num movimento incessante e anacrónico (os imigrantes são precisos para fazer os trabalhos não rentáveis, mas mudam radicalmente a composição social de países-chave como a Alemanha, a Espanha, a Inglaterra ou a Itália). Este movimento irá previsivelmente manter-se nos próximos 5 ou 6 anos! A Europa terá em breve mais de 85 milhões de imigrantes que lutarão pelo poder e melhor estatuto sócio-económico (até agora, vivemos nós em ascensão e com direitos à custa das matérias-primas e da pobreza deles)!

5º- A Destruição da Classe Média : quem tem oportunidade de circular um pouco pela Europa apercebe-se que o movimento de destruição das classes médias (que julgávamos estar apenas a acontecer em Portugal e à custa deste governo) está de facto a "varrer" o Velho Continente! Em Espanha, na Holanda, na Inglaterra ou mesmo em França os problemas das classes médias são comuns e (descontados alguns matizes e diferente gradação) as pessoas estão endividadas, a perder rendimentos, a perder força social e capacidade de intervenção.

6º- A Europa Morreu : embora ainda estejam projectar o cerimonial do enterro, todos os Euro-Políticos perceberam que a Europa moribunda já não tem projecto, já não tem razão de ser, que já não tem liderança e que já não consegue definir quaisquer objectivos num "caldo" de 27 países com poucos ou nenhuns traços comuns!... Já nenhum Cidadão Europeu acredita na "Europa", nem dela espera coisa importante para a sua vida ou o seu futuro! O "Requiem" pela Europa e dos "seus valores" foi chão que deu uvas: deu-se há dias na Irlanda!

7º- A China ao assalto! Contou-me um profissional do sector: a construção naval ao nível mundial comunicou aos interessados a incapacidade em satisfazer entregas de barcos nos próximos 2 anos, porque TODOS os estaleiros navais do Mundo têm TODA a sua capacidade de construção ocupada por encomendas de navios.... da China. O gigante asiático vai agora "atacar" o coração da Indústria europeia e americana (até aqui foi just a joke...). Foram apresentados há dias no mais importante Salão Automóvel mundial os novos carros chineses.
Desenhados por notáveis gabinetes europeus e americanos, Giuggiaro e Pininfarina incluídos, os novos carros chineses são soberbos, réplicas perfeitas de BMWs e de Mercedes (eu já os vi!) e vão chegar à Europa entre os 8.000 e os 19.000 euros! E quando falamos de Indústria Automóvel ou Aeroespacial europeia...helás! Estamos a falar de centenas de milhar de postos de trabalhos e do maior motor económico, financeiro e tecnológico da nossa sociedade. À beira desta ameaça, a crise do têxtil foi uma brincadeira de crianças! (Os chineses estão estrategicamente em todos os cantos do mundo a escoar todo o tipo de produtos da China, que está a qualificá-los cada vez mais).

8º- A Crise do Edifício Social : As sociedades ocidentais terminaram com o paradigma da sociedade baseada na célula familiar! As pessoas já não se casam, as famílias tradicionais desfazem-se a um ritmo alucinante, as novas gerações não querem laços de projecto comum, os jovens não querem compromissos, dificultando a criação de um espírito de estratégias e actuação comum...

9º- O Ressurgir da Rússia/Índia : para os menos atentos: a Rússia e a Índia estão a evoluir tecnológica, social e economicamente a uma velocidade estonteante! Com fortes lideranças e ambições estratégicas, em 5 anos ultrapassarão a Alemanha!

10º- A Revolução Tecnológica : nos últimos meses o salto dado pela revolução tecnológica (incluindo a biotecnologia, a energia, as comunicações, a nano tecnologia e a integração tecnológica) suplantou tudo o previsto e processou-se a um ritmo 9 vezes superior à média dos últimos 5 anos!

Eis pois, a Revolução!

 Tal como numa conta de multiplicar, estes dez factores estão ligados por um sinal de "vezes" e, no fim, têm um sinal de "igual". Mas o resultado é ainda desconhecido e... imprevisível. Uma coisa é certa: as nossas vidas vão mudar radicalmente nos próximos 12 meses e as mudanças marcar-nos-ão (permanecerão) nos próximos 10 ou 20 anos, forçando-nos a ter carreiras profissionais instáveis, com muito menos promoções e apoios financeiros, a ter estilos de vida mais modestos, recreativos e ecológicos.

Espera-nos o Novo! Como em todas as Revoluções!

Um conselho final: é importante estar aberto e dentro do Novo, visionando e desfrutando das suas potencialidades! Da Revolução! Ir em frente! Sem medo!

Afinal, depois de cada Revolução, o Mundo sempre mudou para melhor!...

Frase da filósofa russo-americana Ayn Rand (Judia, fugitiva da revolução russa, que chegou aos Estados Unidos na metade da década de 1920), mostrando uma visão com conhecimento de causa:

“Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada;
quando comprovar que o dinheiro flui para quem não negocia com bens, mas com favores;
quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você;
quando perceber que a corrupção é recompensada e a honestidade se converte em auto-sacrifício;
então poderá afirmar sem temor de errar, que a sua sociedade está condenada”.

Recebido por e-mail

Imagem de arquivo

4 comentários:

Mentiroso disse...

[Vamos dividir isto em duas partes, porque tem muito a dizer]
[1ª parte]

Esquematicamente bem apresentado e mudanças são sempre de esperar. Assim tem sido o mundo: quatro passos para a frente e três para trás. Isto parece ter sido escrito por um norte-americano ou um brazucas sem grande conhecimento da realidade europeia.

A origem da crise mundial vem da China, era esperada e se procurar encontrará inúmeras referência. Experimente buscas com estes termos e verá descrições detalhadas: «china world financial crisis» ou «china and the world global crisis of capitalism», por exemplo. Já na década de 1970 a Time publicou um artigo em que afirmava que a dívida dos EUA à China era superior ao valor nacional. O sistema financeiro mundial tem que mudar, que está a travar o avanço humano e até a ameaçar a terra. Aumentar a população para manter o crescimento do consumo não pode coexistir com a própria existência da vida no planeta.

O parlamento inglês começou há cerca de dois meses a elaborar legislação que deverá estar pronta antes do fim do ano, para proibir os imigrantes de beneficiarem dos serviços sociais e de saúde sem que para eles tenham descontado. A Suíça assinou a convenção de Schengen, mas não admite imigrantes que não tenham emprego e não provem ter bens ou meios de subsistência. Não permite que imigrantes modifiquem o modo de vida nacional, distribui os imigrantes por quotas pelos cantões e atribui-lhes residências porque também não permite que se juntem em bairros-guetos e quer que se assimilem à população autóctone. Também não permite a construção de minaretes nas mesquitas por não se enquadrarem na paisagem nacional suíça. Em democracia, a liberdade de cada um termina onde interfere com a dos outros.

A crise do petróleo é perpétua por fazer parte da guerra pelo roubo de matérias-primas pelos EUA que por causa dos custos da guerra há já anos que se viraram para África onde têm feito uma estrondosa poluição que encobrem com luvas aos governantes corruptos. O tudo muito mais barato que noutras regiões.

Mentiroso disse...

[2ª Parte]

A dita classe média só existe onde não houver democracia ou esta seja rudimentar. Numa democracia, se há igualdade não pode haver classes. Conhece a proporção entre os salários mínimos e máximos de alguns países democráticos? As classes apareceram com o comunismo. Onde a democracia estiver implantada, nenhuma pobreza ou miséria a pode atacar. Vimos isso nos tempos da Antiguidade Clássica e vemo-lo hoje nos países nórdicos e na Suíça, onde a igualdade é o princípio sobre o qual tudo respeita e é assente. A Suíça, desde a sua fundação para fugir ao poder dos Habsburgos, até ao fim da 2ª Guerra Mundial foi um país paupérrimo e isso nunca lhe matou a democracia, não impediu que os cidadãos se reunissem na praça principal da aldeia para discutirem os seus problemas, locais ou nacionais e neles votarem; tampouco os impediu de controlar estritamente os seus representantes políticos. Nenhum país é perfeito, mas em Portugal temos o exemplo da consequência da regra de copiar apenas o que está mal. Em países como Portugal, baseados na existência de classes (na desigualdade como princípio) tudo é possível nesta fantochada em que só os que com isso lucram ou tarados com grilheta mental chamam democracia.

Isso da Europa morrer ou não, só o tempo o dirá e as diferenças entre os seus povos não são assim tão exageradas como as políticas. A aparente desunião poderá muito bem desaguar numa confederação do tipo suíço, pequeno país formados por quatro etnias, quatro línguas, diferentes costumes, tradições e religiões, mas interesses comuns.

Os pontos fracos da Europa são a emergência da China e a aliança com os EUA, antes os defensores da liberdade, hoje os símbolos do mal e o maior impedimento à democracia. A China está neste momento numa crise económica e com enormes problemas com a classe trabalhadora, e a Índia, a que os EUA chamam a maior democracia do mundo quando nós sabemos que é precisamente o contrário, também lhe chegará o momento de que agora os chineses se aproximam: o despertar do povo.

Os frutos da revolução tecnológica vão levar muito mais de uma década a chegar. Entretanto, os países que se quiserem preparar terão de educar e instruir as suas populações, como alguns, raros, já o fazem, sempre os mesmos: nórdicos e suíços. Em países como em Portugal continua a falar-se em suposições, como democracia , a impingir publicidade a rodos e os políticos a aproveitarem a ignorância geral, mas pedante, imposta pela desinformação para manter o povo voluntariamente sob o jugo da corrupção e dividido em classes.

A. João Soares disse...

Caro Amigo,

Este seu comentário, só por si, constitui motivo de satisfação por ter publicado este texto de autor não identificado. É bom aparecerem estes estímulos à análise das causas, das circunstâncias e à procura de possíveis efeitos.

Infelizmente, não aparecem muitos observadores atento e com disposição para expressarem as suas cogitações.
Os meus agradecimentos pelas suas palavras.

Abraço
João

Mentiroso disse...

Pois é mesmo pena não haver muito quem ligue, até que este post tem muitas boas e úteis observações.