Transcrição de artigo seguida de NOTA:
Cervejarias
Correio da Manhã. 25-10-2013. 01h00. Por: João Pereira Coutinho, Colunista
O governo é ‘um bando de delinquentes’, disse Soares. Que também desejava julgar Cavaco pelas ‘roubalheiras’ do BPN. Helena Roseta, na SIC, pediu julgamento para Passos Coelho por atentados contra a Constituição.
Sócrates, em entrevista ao ‘Expresso’, considera Santana Lopes um ‘bandalho’. Catroga, em resposta, quer prender Sócrates por ter levado o país à falência. É provável que, no momento em que esta coluna for publicada, alguém já tenha pedido o fuzilamento de alguém. Estejam à vontade.
O problema é que, historicamente, esta espécie de retórica selvagem sempre antecedeu experiências políticas de igual calibre. A falência de um regime pode começar pela economia. Mas ela torna-se irreversível quando discursos de ódio, mais próprios das cervejarias de Munique nos anos 20, se convertem no único programa ideológico.
Cuidado, povo: nas cervejarias não nascem messias.
NOTA:
O autor quis referir-se ao episódio conhecido como "Putsch da Cervejaria", ou "Golpe da Baviera", de 9 de novembro de 1923, quando Adolf Hitler, ainda um agitador obscuro, desafiou a polícia de Munique na frente de três mil pessoas e em companhia do prestigioso general Erich Ludendorff, considerado pelos alemães um herói na I Guerra.
Além das palavras de Mário Soares e de Helena Roseta, podem ser referidas muitas outras como as da deputada Isabel Moreira que definiu Cavaco Silva como «nada, zero, inútil, traidor, autocentrado, calculista, contraditório,» e as do bastonário da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas que disse com o que tem acontecido em Portugal "era para ter uma guerra civil em cima"
Estes repetidos alertas para o risco de «experiências políticas» perigosas devem ser tomados em atenção pelos responsáveis pelo País, a fim de esvaziar os motivos que a elas podem conduzir. Nada acontece por acaso nem surge de repente, pois o bom observador detecta, com antecedência, variados sinais prenunciadores.
As referências a julgamentos devem ser aproveitadas pelo Governo por forma a que a Justiça deixe de ser pressionada ou obstaculizada perante infracções dos políticos. Sócrates (referido por Eduardo Catroga), como muitos outros, têm publicamente sido suspeitos de abusos do Poder e do dinheiro público que deviam ser rigorosamente analisados pela Justiça. Mas parece que esta respeita a sua «interpretação» da imunidade e da impunidade dos políticos.
Mas atenção aos alertas!!!
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O regresso de Seguro
Há 51 minutos
2 comentários:
Extraordinária análise duma dialética, lamentavelmente, imprópria, só entendida num contexto comunicacional de políticos impróprios, acompanhada de nota de informação histórica importante.
"Quanto pior melhor" digo à imagem de:
Tchernichevski o autor desta célebre frase “quanto pior, melhor”, indicando a ideia de que, quanto piores as condições sociais para os pobres, mais inclinados eles se tornariam para se lançarem à revolução, perdendo as suas ilusões num estado insustentável, assente em mentiras da classe dominante.
Na realidade portuguesa as condições assentam no estado traidor da pátria e da nação que não respeita a lei - Constituição Portuguesa, e, apenas pretende o derrube da democracia, destruindo da classe média e aniquilando os pobres.
A célebre frase continua bem assertiva.
É preciso derrubar o elo total da rotura para que se possa reconstruir a Nação que está prestes (senão já) do caos.
ZCH
Cara Amiga Zélia,
Essa frase «quanto pior melhor», embora não declaradamente, está na base da doutrina do Clube Bilderberg que olhando apenas para o dinheiro fácil chegam ao ponto de pretender uma república mundial, nas mãos de uma elite muito bem seleccionada desde tenra idade e bem preparada que domina a quase totalidade da população a quem a engenharia genética reduziu a capacidade de raciocinar e que servirá apenas para cumprir obedientemente tarefas repetitivas.
Em Portugal essa elite passa pelas JOTAS dos partidos, mas peca profundamente por não ser seleccionada e parte não de pessoas geniais, mas de estudantes falhados que, aconselhados por amigos, buscam o futuro de maneira fácil e muito rendosa, em que usam dos truques mais torpes.
A carência de inteligência leva depois os arrogantes governantes a esquecer o bom senso e o dever social perante a população e colocarem em risco o seu próprio futuro. Inclusivamente, nem pensam que depois de destruírem toda a sociedade, eles não conseguem sobreviver por falta de trabalhadores que alimentem as suas comodidades e que paguem impostos para os seus gastos.
A Humanidade está a necessitar de uma grande REFORMA, e esta não tardará muitas décadas
Beijos
João
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